Muitos me pedem para colocar flores em seus
caminhos, “rosas sem espinhos”, abrandando as dificuldades que eles mesmos
criaram com o seu egoísmo, com sua arrogância e com seu individualismo doentio.
Me pedem a salvação para si mesmos ou para
seus afetos, quando apenas caem no abismo não por falta de Amparo Celeste, mas
pelo cultivo do desregramento, dos excessos e das más inclinações a que não
querem deixar para trás, viciados nas sensações grosseiras e nos maus hábitos.
Me pedem a resolução de seus problemas,
quando se esquecem que quem verdadeiramente os criou com sua forma pessimista
de ver a vida, com suas reclamações constantes, com sua infantilidade e com sua
falta de caráter, e sua consequente responsabilidade em resolvê-los.
Todo pensamento e toda ação geram correntes
de energias que se exteriorizam no astral (e nas suas várias dimensões) em
formas pútridas, ora semelhantes a insetos ou monstros, ora como chorume, ora
como matéria pestilenta, resultante de todo o lixo interior que existe nos
corações dos muitos homens e mulheres que passeiam pelos terreiros umbandistas
em busca do milagre para o problema que geraram.
São estes materialistas que duvidam de nós,
pombagiras e exus, quando dissemos que é indispensável a mudança interior para
que as coisas possam melhorar, porque acreditam que tudo podem comprar: até
mesmo o nosso auxílio, quando, em muitos casos, a Lei Maior não nos permite
agir em seu favor ou nos direciona a corrigi-los...
Não coloco flores no caminho de quem não
merece mas também não acrescento espinhos na estrada de quem caminha direito,
mesmo com suas muitas falhas.
A Lei de Deus é justa e infalível, e nós –
Pombagiras e Exus – seguimos à risca todos os comandos que partem do Alto, seja
em ações de justiça (para conter o mal que é gerado pelo desequilíbrio, muitas
vezes, através da dor) ou de misericórdia (inspirando os encarnados em sua
tomada de decisões e lhes amenizando os problemas, mas nunca, em hipótese
alguma, resolvendo-os para eles).
Tem gente que passeia pelos vários terreiros
que existem, “correm as giras” em busca do milagre que está dentro deles
mesmos, sempre com as mesmas queixas, sempre com as mesmas desconfianças, sem
uma mínima réstia de emoção ou fé; e com a consciência adormecida pelo
materialismo em que se chafurdam, dificilmente vão conseguir discernir e mudar
o lodo que saem de suas bocas, nas constantes pragas, maledicências e
reclamações que enlameiam sua própria atmosfera psíquica.
No trabalho de caridade, descarregamos todos
esses fluidos mórbidos, essas criações mórbidas e fétidas, mas deixamos que
cada um, no seu livre-arbítrio, atraia para si as energias enfermiças com que
se afinam ao saírem do terreiro (e olhe que tem muitos, que mesmo antes de
saírem de um templo, já estão completamente carregados negativamente, dado sua
péssima qualidade de pensamentos), porque, invariavelmente, sem uma mudança
interna acerca dos valores pessoais, das crenças e das posturas que o ser
alimenta, nunca haverá as mudanças que tanto se buscam.
Diz certo ponto “você pode ir, peça o que
quiser, mas cuidado amigo, ela é bonita, ela é mulher”, ou seja, os encarnados
que nos buscam podem pedir o que quiserem, o que não significa que iremos
satisfazê-los em suas infantilidades e caprichos egoístas, que apoiaremos o mal,
pois que a nossa missão é a de educar e conscientizar aqueles que
verdadeiramente estão dispostos a transformar e melhorar suas vidas, seguindo o
caminho reto e bom.
Confortamos aos sofredores e lhes iluminamos
a mente para entenderem os verdadeiros motivos de seu sofrimento, para que
assim, responsáveis pela própria caminhada, possam batalhar por sua cura.
Secamos as lágrimas daqueles que carregam o
coração chagado de dores e os fortalecemos para terem mais autoamor, para se
educarem emocionalmente, para compreenderem a verdadeira essência do amor e da
vida.
Fortalecemos as mulheres sofridas que
suportam as violências e humilhações de homens perturbados e inescrupulosos,
para que despertem a essência feminina de Deus que habita em seus espíritos,
para se libertarem, para resgatarem sua independência e individualidade...
Por entre o som dos cânticos ou dos
atabaques, escutamos muitas confissões feitas ao pé de ouvido... Socorremos,
orientamos, fortalecemos, advertimos, fazemos sorrir e também enxugamos muito
pranto!
Repreendemos os maus, os mentirosos, os
egoístas, os vagabundos, os “macumbeiros” que só visam propagar o mal na Terra
e que procuram Pombagira e Exu na tentativa de apoio em seus desequilíbrios... Alertamos
a estes acerca de seu comportamento para que retornem ao bem, quando ainda há
tempo de correção ou quando existe abertura mental para isso; e quando não,
“cuidado amigo!”, porque para cada ação existe uma reação... Na hora em que a
balança de Mikael-Xangô pesar em cima daquele que está contrário a Lei, mesmo
quando advertido, será ferido com ferro, porque com ferro há muito já feriu...
E as pedras, da pedreira, rolarão.
MARIA MULAMBO.
(Texto intuitivo
psicografado por Eloy Augusto. SP. 02/04/2018)
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