– Apesar da carga doentia que suporta na atualidade, devemos
aceitar o nosso Pedro na categoria de um médium? – perguntou
Hilário, atencioso.
– Pela passividade com que reflete o inimigo desencarnado,
será justo tê-lo nessa conta, contudo, precisamos considerar que,
antes de ser um médium na acepção comum do termo, é um Espírito endividado a redimir-se.
– Mas não poderá cogitar do próprio desenvolvimento psíquico?
O Assistente sorriu e observou:
– Desenvolver, em boa sinonímia, quer dizer “retirar do invólucro”, “fazer progredir” ou produzir. Assim compreendendo, é razoável que Pedro, antes de tudo, desenvolva recursos pessoais
no próprio reajuste. Não se constroem paredes sólidas em bases
inseguras. Necessitará, portanto, curar-se. Depois disso, então...
– Se é assim – objetou meu colega –, não resultará infrutífera
a sua freqüência a esta casa?
– De modo algum. Aqui recolherá forças para refazer-se, assim
como a planta raquítica encontra estímulo para a sua restauração
no adubo que lhe oferecem. Dia a dia, ao contacto de amigos
orientados pelo Evangelho, ele e o desafeto incorporarão abençoados
valores em matéria de compreensão e serviço, modificando
gradativamente o campo de elaboração das forças mentais. Sobrevirá,
então. um aperfeiçoamento de individualidades, a fim de que
a fonte mediúnica surja, mais tarde, tão cristalina quanto desejamos.
Salutares e renovadores pensamentos assimilados pela dupla
de sofredores em foco expressam melhoria e recuperação para
ambos, porque, na imantação recíproca em que se vêem, as idéias
de um reagem sobre o outro, determinando alterações radicais.
Diante da nossa atitude cismarenta, no exame das questões
complexas de que nos sentíamos nodeados, o Assistente ponderou:
– Aparelhos mediúnicos valiosos naturalmente não se improvisam.
Como todas as edificações preciosas, reclamam esforço, sacrifício, coragem, tempo... E sem amor e devotamento, não será
possível a criação de grupos e instrumentos louváveis, nas tarefas
de intercâmbio.
LIVRO: NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, Cap. 9. Psicografado por Francisco Cândido Xavier/André Luiz.
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