O amigo Felinto[¹] permaneceu conosco em palestra edificante. O mentor informou-me que ele supervisionava, na Casa, as tarefas da chamada magia branca aplicada em favor das que eram vítimas das práticas fetichistas que para ali acorriam, rogando que fossem desmanchados os trabalhos da magia negra.
Era a oportunidade de endereçar-lhe algumas questões e Dr. Bezerra, ao apresenta-lo a mim, favorecia-me com o ensejo.
Porque Felinto permanecesse à espera de alguma indagação, que previa lhe seria feita, questionei:
- A ação dos feitiços é real, conforme se apregoa em diversas áreas das crenças e seitas religiosas, como das ciências socioantropológicas? E se tal ocorre, como fica a questão do determinismo, desde que homens e Espíritos maus, com prática de tal porte, alteram o destino das criaturas?
- A magia – respondeu sem afetação – é uma ciência-arte tão antiga quanto as primeiras conquistas culturais do homem. Reservada à intimidade dos santuários da antiguidade oriental, é o uso do magnetismo, que começava a ser descoberto, da hipnose e do intercâmbio mediúnico, que os próprios imortais desencarnados propiciaram aos homens. A superlativa ignorância das leis vestiu essas práticas de rituais e fórmulas ensinadas pelos Espíritos, a maioria deles constituída de presunçosos e prepotentes, que se acreditavam deuses, exigindo sacrifícios humanos, animais, vegetais, conforme o processo da evolução de cada povo... Conhecendo, pelo estudo e pela repetição das experiências, a exteriorização magnética das chamadas “forças vivas” da Natureza e dos seres, manipulavam-nas com grande aparato para impressionar, colhendo alguns resultados, que projetavam os sacerdotes e quantos as praticavam. Pela mesma forma, percebeu-se que a aplicação de tais recursos podia ajudar ou entorpecer as criaturas, promovendo-as ou perturbando-as, daí nascendo as duas correntes referidas. (...)
A maioria das criaturas ainda reage mais a uma ação negativa com a qual facilmente sintoniza, do que com um gesto, um ato sutil de afetividade, de gentileza. Disso decorre que nas práticas da magia negra sempre há aqueles que se fazem receptivos às mesmas. Consciência de culpa inata, insegurança emocional, desajustes temperamentais, invigilância moral, insatisfação pessoal, ociosidade mental, conduta irregular, e, além desses fatores, os débitos passados constituem campo vibratório propício à sintonia com as induções mentais dos maus – telepatia e telementalização perniciosa -, assim como as ondas da magnetização de objetos ofertados para as práticas nefastas – imantações fluídicas – e, por fim, afinidade vibratória com os Espíritos perversos e com os Encantados[²] que se deixam utilizar, na sua ignorância, para estes fins ignóbeis como para os de ordem elevada.”
LIVRO – LOUCURA E OBSESSÃO. DIVALDO PEREIRA FRANCO. MANOEL P. DE MIRANDA. FEB.
*Grifos do Blog.
* OBSERVAÇÕES DO BLOG *:
¹ - o amigo Felinto, ao que nos parece, é um Exu Guardião. No livro citado, infelizmente, é utilizado o termo “exu” para se referir a outra classe de espíritos, descompromissados com o bem e marginais do Astral, os “quiumbas”. Provavelmente isso se dá em decorrência da falta de vocabulário do médium para expressar, na psicografia, o termo adequado a eles. No livro ARUANDA de ROBSON PINHEIRO/ÂNGELO INÁCIO, há, também, a observação de quê os “exus menores” enquanto “guardiões particulares”, “entram em sintonia com os homens e médiuns ignorantes, estabelecendo com eles uma ligação energética doentia ou infeliz”, portanto, provavelmente, os “exus” citados no livro de Divaldo fazem parte dessa hierarquia menor e mais ignorante de Espíritos.
² - o termo Encantado, dentro das religiões afro-brasileiras, refere-se aos Espíritos da Natureza (ler O LIVRO DOS ESPÍRITOS, itens 525-540), também chamados por Elementais. Ou, ainda, dentro da terminologia do Candomblé e dos cultos da Encantaria Maranhense, do Toré e do Catimbó, são assim denominados alguns Espíritos desencarnados, como os Caboclos, Crianças, Boiadeiros, Mestres Juremeiros, etc.
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