PERGUNTA:
- Há fundamento de que a praga de mãe é irreparável?
RAMATÍS:
- A força destruidora da praga ou
maldição depende fundamentalmente do grau de sua veemência odiosa e do vínculo
fluídico que exista entre a pessoa que amaldiçoa e a que é amaldiçoada. Obviamente,
entre mãe e filho existe o mais profundo vínculo psicofísico, pois a mãe
gera-lhe o corpo carnal no ventre durante os nove meses tradicionais, e ainda
sofre todos os impactos da natureza espiritual boa ou má do descendente, pela
fluência ou troca de fluidos mentais e emotivos entre ambos, durante alguns
anos e acima dos laços comuns consanguíneos. Ademais, segundo a Lei do Carma,
os pais e filhos tanto podem ser inseparáveis amigos como os piores inimigos
enlaçados pelo pretérito. No primeiro caso, eles estarão unidos pelo amor, e,
no segundo, imantados pelo ódio!
Há filhos cuja conduta
mercenária e exploração dos pais, leva-os a cometimentos tão censuráveis, que
as pragas maternais encontram um terreno fértil para medrar sem qualquer apelação. As mães não costumam maldizer os
filhos amorosos, bons e laboriosos e os lembram em suas preces e rogativas a
Deus. E aquelas que, por qualquer
contrariedade filial, rogam pragas num desabafo ou desespero sobre os filhos
gerados para a sua própria redenção espiritual pregressa, são como as crianças
imprudentes, que lançam a esmo o brinquedo chamado bumerangue, e depois são
atingidas no retorno, com redobrada violência.
Alhures
já comentamos que a ira, a cólera, o despotismo e o ódio produzem fluidos tão
tóxicos na vestimenta espiritual do homem, que ao verterem para o “mata-borrão”
vivo do corpo físico produzem moléstias incuráveis e as aflições mais
indesejáveis. As explosões mentais ou
verbais contra o próximo, convertendo-se na carga tóxica gerada pela mente sob
o combustível do ódio, raiva ou vingança, após atingir o objetivo colimado,
encorpam-se com os fluidos mórbidos da vítima e retornam centuplicadas em sua
natureza agressiva contra o próprio autor!
A maldição de mãe é a
mais funesta de todas as maldições, porque além de produzir o fluido virulento,
próprio da criatura
encolerizada, age com extrema rapidez
através dos laços íntimos forjados na própria gestação materna. Os fluidos
destrutivos, mobilizados pela praga de mãe, causam inevitável desgraça porque
ferem o próprio vaso carnal a que ela deu vida.
PERGUNTA:
- Há fundamento de que a praga de madrinha também é difícil de se conjurar?
RAMATÍS:
- Conforme a tradição católica consagrada pela cerimônia do batismo, a madrinha
é a substituta da própria mãe. O ritual do batismo é uma cerimônia respeitosa,
que confirma severa obrigação espiritual dos padrinhos junto à pia batismal,
comprometidos de protegerem o afilhado na ausência dos pais ou em circunstâncias infelizes. Ninguém é obrigado a batizar qualquer
criança, mas, depois de fazê-lo, seja sob a égide católica, protestante,
espírita ou umbandista, terá de cumpri-lo, sob pena de sofrer imensas
desventuras no mundo espiritual.
Embora
saibamos que as cerimônias religiosas do mundo, derivadas de dogmas e “tabus”
do passado, jamais poderão modificar a essência íntima do espírito, elas podem
despertar forças ocultas e ajustar os pensamentos sob o mesmo tema espiritual. Durante o batismo processam-se fenômenos de
“imantação” pela convergência de fluidos que são mobilizados pelos pais,
padrinhos e pelo próprio afilhado, compondo-se um amálgama ou vínculo de grave
compromisso espiritual entre os presentes até o fim da existência carnal. A madrinha
e o padrinho assumem espontaneamente, em espírito, a obrigação de cuidar do
filho virtual e adotivo, que lhes é oferecido através da cerimônia do batismo. O
ritual apenas consagra no mundo profano aquilo que já foi deliberado no mundo
espiritual!*
Evidentemente, se a
madrinha assume perante a Divindade o compromisso espiritual de substituir a
mãe do ente que aceita por afilhado, ela também fica vinculada a ele por laços
ocultos avivados durante o batismo. Dali por diante, tanto a sua bênção como a
maldição transmitem-se rapidamente sobre o afilhado ou “filho adotivo”, sob a
mesma vinculação de mãe e filho!
Daí a veracidade do senso popular, quando diz que “praga de madrinha” é tão
forte como a “praga de mãe”!
*NOTA
DE RAMATÍS: - Despreocupa-nos cuidar se as crianças devem ou não devem ser
batizadas, pois, segundo a Doutrina Espírita, todas já nascem sob o batismo
amoroso de Deus. Em verdade, o homem
salva-se pelas suas obras, e não por suas crenças. Mas a cerimônia ainda é
um hábito que se justifica pelos acontecimentos mais importantes na vida
humana. Há cerimônias na esfera científica, durante a consagração de um sábio
ou evento incomum; na esfera política, marcando o triunfo eleitoral ou a
vitória diplomática. Na colação de grau de doutorandos, há discursos,
juramentos, flores, becas, trajes novos, ritual de entrega de diplomas,
evocações saudosistas dos falecidos ou homenagem aos veteranos. A cerimônia,
portanto, é uma “confirmação” ou “memorização”, no mundo de formas, até que o
homem possa manifestar-se na sua autenticidade espiritual.
Do
livro MAGIA DE REDENÇÃO, no Cap. 2 – Enfeitiçamento verbal. RAMATÍS/HERCÍLIO
MAES. Ed. do Conhecimento. 1967.
*Grifos do Blog.
Como retirar a praga dita por uma mãe,quando a praga se materializou?
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