quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Feitiço com sapo por Ramatís - 2

PERGUNTA: - Supomos que a cobra ainda seja melhor condensador de enfeitiçamento, pois esse réptil eletromagnético pode fascinar pássaros e até animais de pequeno porte. Que dizeis?

RAMATÍS: - Realmente, a cobra é um réptil fortemente eletromagnético, mais vibrátil do que o sapo, pois consegue fulminar os insetos que transitam no raio de ação tóxica emanada de sua aura. Ela hipnotiza pássaros à distância, os quais marcham desesperadamente para o seu fim trágico sem poderem livrar-se da triste sorte que os espera.
Mas a cobra é mais propriamente um cabo elétrico, vivo, e que, devido à sua configuração linear, escoa as suas energias rapidamente pela cauda, no processo vulgar de “fio-terra”, obediente à lei de que a eletricidade foge pelas pontas. Nessa forma de cabo-vivo, a cobra é um condutor instável de eletricidade e magnetismo, sem poder funcionar como um depósito fluídico que possa corromper a carga absorvida no processo de enfeitiçamento. Mas o sapo, devido à sua forma anatômica de “concha viva”, retém e conserva os fluidos absorvidos, do ambiente, os quais se decompõem por falta de renovação, assim como a água da cisterna deteriora-se por falta de uso. O fluxo do éter-físico primário converge para o sapo na sua forma excêntrica de condensador elétrico, e ali polariza-se, formando uma aura magnética mórbida, em vez de fugir pelas extremidades, como é peculiar à forma linear da cobra.
O metabolismo nervoso do batráquio sobrecarregado de eletricidade biológica estabelece uma espécie de “reação em cadeia”, por atrito, e que o torna um chamado “campo dielétrico”, capaz de acumular energias negativas. Mas, pela lei dos pólos contrários, ele então atrai sobre si as cargas positivas trabalhadas pelo feiticeiro. Aliás, a rã, parenta próxima do sapo, serviu a Galvani para comprovar a existência da eletricidade animal. Ademais, o sapo é resistente à falta de alimentação, sobrevive distante do seu “habitat” natural, adapta-se facilmente às modificações térmicas e climáticas, pois é animal cuja vida se nutre do gás metano dos pântanos fétidos. Imperceptível ao olfato humano, é dificilmente identificável; o sapo se defende pelo mecanismo “sui generis” de exsudar líquido corrosivo e permanece longo tempo no lugar em que o colocam, assegurando êxito para o feiticeiro, em face da peculiaridade de “condensador” vivo capaz de baixar as vibrações defensivas do enfeitiçado!

PERGUNTA: - Poderíeis dar-nos uma ideia dessa natureza eletromagnética do sapo, que o faz agir à distância e causar danos por estar enfeitiçado?

RAMATÍS: - O sapo atua, à distância, sobre o incauto besouro que revoluteia em torno de um foco de luz e o atrai, impiedosamente, para dentro de sua boca aberta. Qual é a força que atua sobre esse inseto imprudente, conduzindo-o para a boca do sapo, senão a força “bioelétrica” ou a capacidade atrativa do magnetismo animal? Do sapo, ao local em que voeja o besouro desprevenido, distam por vezes alguns metros; mas o batráquio, agindo quase em transe hipnótico e sem tocar fisicamente, consegue arrastar a vítima para a sua garganta famélica.
Evidentemente, o sapo é um centro animal poderoso e atrativo a exsudar uma potencialidade magnética, que cientificamente excitada e previamente preparada pelo feiticeiro armazena energias maléficas, transformando-as num foco de emanações fluídicas pestilenciais. Habilmente colocado sob o soalho, na adjacência das residências humanas, enterrado no caminho por onde as vítimas devem passar ou deixam seu rasto magnético, o infeliz batráquio exacerbado pelo sofrimento que lhe é imposto sacrificialmente, então, excita os espasmos “bioelétricos”, desempenhando a função mórbida de um núcleo vivo de atração de forças psíquicas adulteradas. Suportando nas entranhas, a carga de objetos surripiados à vítima do enfeitiçamento, é ele o torturado dínamo vivo que, através da lei de que os semelhantes atraem os semelhantes, aumenta a cota de energia inferior em direção ao enfeitiçado.

PERGUNTA: - Mas como o sapo pode provocar doença e como a transmite?

RAMATÍS: - A atmosfera magnética condensativa, do sapo, sob o preparo dinâmico e mental do mago-negro, é alimento energético vital para os germens aeróbios, disseminados em torno de vós e invisíveis aos olhos humanos. Na adjacência do batráquio enfeitiçador, o astral se corrompe, decai vibratoriamente e se transforma paulatinamente em visco de letargia etereomagnética. Proliferam, então, as formas psíquicas inferiores; nutrem-se desse visco as bactérias astrais e “baixam” para o plano objetivo, material, decaindo em suas vibrações. Os objetos colocados nas entranhas do sapo formam o rasto magnético para as coletividades patológicas, que emigram em nuvens, atraídas pela aura densa daquele que foi enfeitiçado.
Essas larvas, bactérias, miasmas, energias degradantes e vibriões psíquicos, incessantemente alimentados pela exsudação fluídica do sapo, à distância, seguem a corrente fluídica orientada pelos “endereços vibratórios” e penetram, pouco a pouco, na aura do enfeitiçado, atingindo-lhe as vias de acesso fisiológico através do campo endocrínico e do sistema nervoso.

LIVRO MAGIA DE REDENÇÃO.
RAMATÍS/HERCÍLIO MAES. EDITORA DO CONHECIMENTO.
*Grifos do Blog. 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Atuação dos Exus guardiões das encruzilhadas

“Atingimos a residência do médium, e, antes que adentrássemos o ambiente íntimo, notei que uma barreira vibratória, aparentemente intransponível, envolvia o local. Um pouco mais próximo do apartamento de nosso parceiro nas atividades espirituais, alguns guardiões estavam a postos, e nosso ingresso só foi permitido após sermos identificados aos sentinelas.

Ante minha surpresa, Pai João esclareceu:

- Muitos espíritos inteligentes e sem o compromisso ético com as tarefas do bem poderiam se disfarçar e tentar algo contra o equilíbrio duramente conquistado. Com a presença de espíritos guardiões, cada ser desencarnado que se aproximar deste local precisa ser identificado mediante as vibrações que emana, antes de adentrar o ambiente. Fazemos tudo isso para a proteção do médium, que é nosso parceiro nas atividades, embora ainda se encontre em meio às lutas naturais ao próprio aperfeiçoamento íntimo. Como parceiros, sentimo-nos no dever de providenciar recursos para a manutenção do clima espiritual e evitar que entidades das sombras possam interferir diretamente em seu cotidiano, prejudicando nossas atividades” (...)

“Ao ultrapassarmos os limites do local onde residia o médium, avistei uma das ruas da grande cidade que visitávamos. A primeira coisa que me chamou a atenção foi a presença de certos espíritos, que encontramos policiando as imediações. Em algumas esquinas, não todas, havia uma classe de espíritos de prontidão, como se fossem soldados. Naturalmente eles também notaram a nossa presença e reverenciariam João Cobú, como se o conhecessem. Pai João socorreu-me o pensamento, que, com certeza, também refletia as indagações do médium que nos acompanhava desdobrado.

- Esses seres são os guardiões, meus filhos. Trabalham sob a tutela do Plano Superior e têm função equivalente à dos soldados da Terra, que algumas vezes policiam as ruas. A diferença está no fato de que, do lado de cá da vida, devem estar atentos aos seres que, no dia-a-dia dos habitantes do mundo, não são regularmente percebidos. Também exercem certo controle ou vigilância sobre algumas criações mentais ou formas parasitárias que encontramos do lado de cá.
(...)

Alguns indivíduos transitavam por ali, vindos de seus divertimentos noturnos, despercebidos da realidade extrafísica a seu redor, naturalmente oculta, devido à sua situação de encarnados. Ao cruzarem aquele ponto, alguns deles eram como que atacamos por imenso contingente daquelas formações estranhas, que pareciam ser atraídas para eles como a limalha de ferro é atraída pelo ímã. O ataque não se concretizou, em virtude da ação de um grupo de guardiões, que imediatamente percebeu o que ocorria e providenciou para que as algas energéticas – assim eu as chamei – não atingissem tais pessoas.

Um dos guardiões trazia um aparelho pequeno, que parecia funcionar com eletricidade retirada da atmosfera. Assim deduzi a partir do ocorrido. Logo que o aparelho foi posicionado perto dos encarnados, notamos uma descarga elétrica no ambiente à volta, parecendo que a eletricidade era transferida para o pequeno objetivo trazido pelos guardiões. Um campo de força foi percebido imediatamente ao redor das pessoas, impedindo que as chamadas algas energéticas as atingissem. (...)


*Grifos do Blog.

LEGIÃO. ROBSON PINHEIRO. ÂNGELO INÁCIO. EDITORA CASA DOS ESPÍRITOS. 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Relacionamentos amorosos, por Pai João de Angola

Quem se torna uma ótima companhia para si mesmo atrai somente pessoas que lhe acolherão com bons tratos e amorosidade. Quando você adora ficar com você tem excelentes pessoas a sua volta.

Fiinhos de Deus, qualquer laço amoroso, para prosseguir e valer a pena, tem que ter um ponto essencial: antes de gostar de alguém, temos que ter amor a nós mesmos, aos nossos destinos e caminhos na existência.

Submeter nossa vida, nossos interesses, nossas necessidades e escolhas à imposição de alguém é pedir à vida para nos afastar dessa pessoa.

Só temos chance de atrair alguém que vá nos fazer bem quando já fazemos isso conosco.

Cuide de vosmecê, muzanfio. Quem cuida bem de si não tem ilusões com o outro, e as ilusões é que trazem a dor.

Não é a existência de uma relação ou o fim dela que nos causa a decepção, mas sim o que acreditamos a respeito do amor entre duas pessoas.

Se o fio quer atrair alguém que valha a pena, coloca como condição a sua felicidade também. Coloca como compromisso o princípio no qual o fio possa dizer: “Se eu tiver alguém que me faça tão feliz quanto sou comigo mesmo, com essa pessoa eu quero caminhar. Do contrário, eu vivo bem sem esse alguém”.

Amar e ser amado são alimentos da evolução humana. Amor, porém, é um ingrediente da alma que sacia e nutre.

Quem não achou com o que viver bem ainda não se achou. Quem se achou tem essa premissa básica: vou ser feliz com ou sem alguém.

Continue tentando e examine como está cuidando de si mesmo, fio.

“Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 8, item 19).

Que nosso Pai maior te proteja os caminhos.

PAI JOÃO DE ANGOLA.

No livro "Fala, preto velho" psicografado por Wanderley Oliveira, Cap. 36. Ed. Dufaux.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Os Ciganos na Umbanda

(...) Eles são entidades “livres”. Não se faz “firmezas” ou “assentamentos” para ciganos dentro da “casa de Exu” ou em qualquer lugar do terreiro. Quem diz que tem seu cigano “preso” no terreiro não passa de um mentiroso; ele tem é obsessor “preso”.

Onde já se viu firmar cigano como guardião? Cigano trabalha em todos os “lugares”, é livre para trabalhar e precisa dessa liberdade para sua evolução, pois é dando corda que se enforca uma pessoa, e assim também se faz com desencarnado.

Não estou dizendo que não possa haver elementos de ciganos dentro do terreiro, até porque muitos médiuns precisam de um ponto de fixação para poder entrar em sintonia com seus guias. Os ciganos não trabalham a serviço de um Orixá específico, por isso não são guardiões de um terreiro. Essa linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, e seu compromisso primeiro é com a caridade, e não com nenhuma outra linha específica.

Os ciganos são protetores, e não guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de Exu, porém sem função de chefia e de guarda. Já os Exus ciganos e Pombagiras ciganas são Exus e Pombagiras como outros quaisquer, exercendo todas as funções que qualquer Exu e Pombagira exercem. Em resumo, cigano é uma coisa, Exu cigano é outra. Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana.

Os ciganos se manifestam nos terreiros de umbanda justamente por ela ser uma religião aberta e dar liberdade para qualquer linha de trabalho que faça caridade.

Por serem muito alegres, os médiuns começaram a se fascinar e ter excesso de culto por essa linha. Então começaram as vaidades, as roupas enfeitadas, as bebidas, os fumos, as danças, as firmezas, os assentamentos, os jogos em casa ou até mesmo no terreiro, e, assim, infelizmente, muitos espíritos que ainda estavam em “desenvolvimento” para ingressar nessa linha se perderam junto com os médiuns. Hoje podemos ver os absurdos que são feitos usando o nome de entidades de luz.

(...) Os Ciganos trabalham com os quatro elementos da natureza: terra, água, ar e fogo.

·         Elemento terra: os ciganos distinguem cada pedra e têm conhecimento sobre elas; assim, manipulam o elemento terra. Cada pedra tem uma razão para ser usada e uma necessidade. Passar uma pedra em alguma parte do corpo ou segurá-la faz o indivíduo se descarregar ou até mesmo se energizar, dependendo do trabalho realizado. É na terra que se encontra firmeza para enfrentar a vida, resgatar carmas e continuar o caminho.

·         Elemento água: podem utilizar copos ou taças com água. Pela água conseguem ver se não há maldade no que está sendo pedido. Enxergam se há pureza no coração de cada um, pois a água serve de espelho, espelho este que reflete o que tem dentro de cada um de nós. Conseguem ver com clareza o que foi feito por cada um e o porquê de estarem colhendo o que não querem colher.

·         Elemento ar e fogo: podem utilizar o cigarro e com ele estar manipulando dois elementos: o ar e o fogo. O fogo, muitas vezes, é usado para queimar invejas, miasmas, larvas e cascões astrais.

Nem sempre esses elementos são usados de uma só vez. Quero deixar bem claro que não precisamos diretamente deles, podemos plasmá-los perfeitamente, usando o ectoplasma do médium.

Para um cigano poder trabalhar em prol da caridade, não é necessário um baralho, uma taça de vinho ou qualquer outro elemento. Isso é mito. Eles podem usar – e usam – elementos da natureza, em alguns trabalhos (...).

Do livro “Diário Mediúnico – Um guia de estudos da Umbanda, Volume 2”, de Norberto Peixoto, orientado pelo Espírito RAMATÍS. Ed. Do Conhecimento.

No Cap. Sobre os Ciganos na Umbanda, por Pombagira Cigana da Estrada/Médium: Elizabeth Caetano Drummond

*Grifos do Blog. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Melindre, por Eloy Augusto

O melindre, ou seja, a capacidade de magoar-se e ofender-se com facilidade, é fruto de imaturidade emocional, mas, principalmente, do egoísmo que alimentamos dentro de nós mesmos, acreditando que as pessoas de nosso convívio são obrigadas a satisfazer-nos as vontades e os desejos.

Todos nós, sem exceção, somos egoístas.

Há, porém, pessoas desequilibradas e infelizes, que, buscando fugir de si mesmas, na tentativa de demonstrarem algo que não o são, passam a vivenciar uma personagem que não condiz com sua realidade íntima e, erigindo uma máscara de comportamento, acabam adotando posturas santificadas falsas, acabando por se perderem nos labirintos da própria consciência, porque vivem um profundo conflito interno entre aquilo que são e sentem, e aquilo que demonstram aos outros. Invariavelmente, quem procede dessa forma, está em desequilíbrio psíquico, emocional e comportamental.

Comportamento muito comum nos indizíveis setores da sociedade, especialmente no meio religioso e político, são as máscaras e a negação dos próprios sentimentos que nos leva a um quadro de profunda insatisfação e desajuste íntimo, podendo, em certos casos, nos chafurdar na depressão.

E, compreendendo esses problemas internos, passamos a ver que o melindre representa a fragilidade de conceitos que o indivíduo apresente sobre si mesmo, sobre os outros ou sobre a vida. O melindre é um alerta de quê a pessoa tem dificuldade de se expressar, de lidar com a realidade e quê está com seus alicerces emocionais, abalados em sua estrutura, ou seja, ela não tem convicção das coisas que ela deveria ter – e assim, apresenta-se frágil à opinião alheia e age, muitas vezes, ao reverso de disso tudo: são pessoas autoritárias, às vezes brigonas, que, donas da razão ou de uma situação, são sistemáticas, engessadas em seus conceitos e manipuladoras. Expressam-se como se sua opinião encerrasse o assunto e costumam fazer as pessoas se sentirem mal.

Isso é apenas um disfarce, uma camuflagem e uma autoafirmação; um recurso de defesa interno. Basta perceber que elas são pessoas melindrosas ao extremo, porque, quando contrariadas em suas vontades, passam a questionar-se a si próprias e é disso que estão fugindo.

Até que ponto nós somos assim? Por que estamos fugindo de nós mesmos?

Se a autoanálise nos liberta, ensinando-nos a lidar de maneira equilibrada com nossos traumas, conflitos e desarranjos emocionais, auxiliando-nos na renovação interior e a adquirir qualidade de vida, o egoísmo e o melindre engessam as nossas capacidades de raciocinar, limitando-nos o pensamento e formatando-nos no egocentrismo doentio e na criação de dispensável máscara psicótica.

De posse dessas informações, meditemos acerca daquilo que está – ou que julgamos estar – desequilibrado em nós mesmos e em nossa vida: olhe para dentro de si e reveja, sem medos, todas as situações de dor que te afligem (desde a sua infância e até o momento atual). Encare, também, as maldades que você cometeu e as pessoas que você prejudicou e perceba que isso é a causa dos seus desajustes, do sono perdido e da sua dor, porque você ainda não se perdoou.

Vamos nos libertar?!

Perdoe a si mesmo. Compreenda-se falho tanto quanto qualquer outra pessoa e entenda que você tem o direito de errar quantas vezes forem necessárias para aprender, mas sem que isso se torne motivo de sua estagnação, sem que isso se torne desculpa para o seu negativismo.

Olhe pra dentro de si. Será que você, que se diz magoado ou ofendido por alguém, não cometeria o mesmo ato que essa pessoa? Se você tivesse a mesma história de vida que ela, as mesmas experiências, dores e forma de raciocinar, será que você não agiria de forma idêntica? Seja sincero com você mesmo! Se dê a chance de encarar uma situação que te fere, sob novos prismas, com o olhar do outro e reconheça que você pode ter errado também.

Raciocinando assim, fica mais fácil de se perdoar e de perdoar ao outro, e vamos, aos poucos, quebrando a nossa própria máscara vitimista, apaziguando os instintos egoístas que alimentamos e deixando de ser melindrosos.

Quer melhorar a qualidade dos seus relacionamentos e da sua vida? Analise a sua própria consciência e indague:

“O quê eu ainda guardo dentro de mim que posso libertar? Qual o peso do comportamento e da opinião das pessoas na minha vida? Por quê?”.

Eloy Augusto.

21/03/2015

Decepções, por Eloy Augusto

A decepção é fruto da nossa própria imaturidade emocional em lidar com nossas relações, pois mostra que, no mais das vezes, projetamos nas pessoas aquilo que gostaríamos que elas fossem e como agissem. Isso ocorre nas relações profissionais, familiares, e é bem comum no começo de amizades e namoros: esperamos demais das pessoas e confiamos além do que nossa razão nos indica como seguro.

É preciso limites para tudo na vida e na confiança que devotamos aos outros – e principalmente no começo de qualquer relação – é essencial para que se mantenha um relacionamento saudável, com estabilidade e segurança emocional.

Existem indivíduos que, no começo de um relacionamento, expõe a sua vida e confiam demasiadamente nos outros, sem sequer conhece-los direito. O que isso significa? Indispensável é compreender que quem age dessa forma está buscando algo que nem mesmo ela sabe. O grande problema, contudo, desse tipo de atitude, é que gera relações instáveis e desrespeitosas. Por quê?

É muito simples. Toda vez em que agimos dessa forma desequilibrada, estamos dando oportunidade, a quem quer que seja, de nos manipular e de fazer com nós o quê bem quiser. Estamos, com esse tipo de atitude, ofertando instrumentos para a nossa própria destruição energética e emocional. Porém, quando o quadro se inverte e alguém deposita sobre nós esse excesso de confiança, expondo, em demasia, a sua vida, é preciso cuidado e muita atenção, pois a pessoa cria, em nós, uma dependência doentia, o quê significa, em alguns casos, a paixão e a possessão descontrolada, e até a busca pelo controle de nossas vidas.

A correlação entre decepção e excesso de confiança é a influência fantasiosa da nossa mente, da carência, das nossas necessidades afetivas e das experiências já vividas, que, idealizando as pessoas ao nosso redor, impede que vejamos, com clareza, quem elas são (principalmente quando estamos apaixonados). Mas, quando passamos a questionar a veracidade das palavras e das ações da pessoa, analisando uma situação, concluímos que a pessoa nem sempre é como ela se mostrava ou como a idealizávamos. Nasce, aí, a decepção.

No começo de um namoro isso é muito frequente, e gerador de inúmeros problemas, porque conduz a uma relação abusiva, tóxica e destrutiva, pois a nossa carência – que aqui poderemos chamar de “amor”, como definem os desequilibrados, mesmo não sendo – passa a comandar-nos intimamente, fazendo-nos submeter, em demasia, à vontade do outro. E quando perdemos a autonomia do quê queremos; quando nos diminuímos, acreditando que amar é corresponder a todas as vontades de quem quer que seja, estamos, na verdade, vivendo na ilusão.

Romper esse tipo de relacionamento exige de nós autonomia e sinceridade emocional, pois que toda pessoa que gosta de manipular os outros é, inconscientemente, uma pessoa melindrosa e frágil em suas convicções (ainda que apresente o inverso), pois está acostumado a usar uma máscara comportamental. Basta contrariar as vontades e expectativas desse tipo de gente, dizendo “não!”, que veremos o indivíduo tomar duas atitudes: ou se afasta de nós ou se volta contra nós.

Na verdade, isso é consequência da falta de amor, ou seja, do AUTODESAMOR, porque toda vez que uma pessoa se assume passiva ou tolerante ao sofrimento, indica estar em profunda enfermidade psíquica, assim como quem assume o controle da vida dos outros e os manipula, explicitando que padece de doença íntima.

Quem tem dificuldade de se amar, de se respeitar, de se valorizar e de acreditar em seu potencial normalmente age de forma que venha a se decepcionar com os outros, porque a decepção nada mais é do quê o resultado da nossa falta de amor, da nossa falta de segurança e respeito íntimo, da nossa carência afetiva e do nosso excesso de confiança nas pessoas. A decepção é responsabilidade nossa e somente nós podemos mudar esse quadro.

A decepção é o remédio amargo para nos despertar intimamente, indicando-nos uma nova visão sobre as coisas. Basta que modifiquemos nosso olhar, sem nos fazermos de vítima dos outros, compreendendo que estamos na Terra para sermos felizes, com qualidade de vida, com qualidade emocional e em relações saudáveis. Ou você acredita nisso e começa a investir para mudar sua vida, ou continuará, por sua própria opção, a decepcionar-se com os outros, a ser infeliz e a acreditar que é uma vítima de tudo e de todos (o que é mentira!).

Questione-se:
“Se eu aceito continuar vivendo num relacionamento que só me faz mal, o que eu estou ganhando com isso? O que é felicidade e o que eu estou disposto a fazer para ser feliz?”

Pense nisso.

Eloy Augusto.
19/03/2015.

A Linha do Oriente, por Ramatís

Os Espíritos orientais se apresentam na Umbanda cada vez mais: são entidades discretas, quase anônimas; não gostam de dar um nome e mudam de forma espiritual conforme o local onde irão atuar. São sérias e de vibrações sutilíssimas; possuem grandes conhecimentos ancestrais sobre magia e curas espirituais.

Precisamos refletir sobre os motivos que levam os espíritos a manterem-se ligados às etnias terenas. Sendo espíritos, isso não seria dispensável? Como estamos falando de intercâmbio mediúnico entre planos dimensionais diferentes que se comunicam entre si, temos de considerar os aglomerados espirituais em torno do orbe e as migrações geográficas entre as encarnações. Experimentando em si as diferenças raciais de acordo com o local onde o espírito encarna, ele vai aprendendo a exercitar o amor na diversidade. Como a maioria dos espíritos que atuam no Astral tem compromisso evolutivo com a mediunidade e com àqueles que os recepcionam, por vezes optam por determinada forma de apresentação mais afim ao seu compromisso evolutivo. Assim, as entidades que se apresentam no movimento umbandista como orientais vão se adaptando à cultura ocidental e se preparam para reencarnar no Brasil. Outros existem que não mais reencarnarão e se apresentam como hinduístas, árabes ou tibetanos, simplesmente por simpatia e afinidade. São mentores de cura e apelam à razão, buscam esclarecer as causas das dores e enfermidades humanas, bem como a necessidade de reforma íntima de cada cidadão.

A anunciação da Umbanda se deu em 15 de novembro de 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, que, além de trazer junto o preto-velho Pai Antônio, trouxe também outro espírito que teve recente encarnação como sacerdote no continente asiático. Ele apresentou-se com o nome de Caboclo Orixá Malê, atuando na irradiação vibratória de Ogum, entidade de muita luz e força, experimentado mago e profundo conhecedor no combate à baixa magia. Registremos que os espíritos que tiveram vida corpórea nas diversas regiões orientais do globo estão nas fileiras da Umbanda desde o seu inicio. Consideremos que não existe, necessariamente, uma linha do Oriente, pois as entidades orientais se apresentam em todas as linhas vibratórias, embora haja cultos em dia especial para manifestação dos espíritos orientais. Então, não deve ser motivo de contrariedade um preto-velho marroquino, um Xangô da montanha tibetano, um Ogum mandarim chinês, um Oxóssi indiano, mesmo que preponderem as formas de apresentação mais ligadas aos índios e africanos.

Os espíritos orientais estão na Umbanda com a missão de amalgamar os conhecimentos iniciáticos milenares do Oriente com o cientificismo racionalista ocidental sem perda do foco, que é tornar os corações endurecidos mais amorosos, desde a índole religiosa orientalista asceta, que foge do mundo, até o bom vivente mundano que se entrega ao apelo sensório carnal e materialista. Procuram fecundar nas mentes os reais valores espirituais, morais e éticos do Cristo Cósmico em consonância com os ensinamentos de Jesus e de todos os avatares do Oriente.

Na verdade, reenfatizamos que o povo do Oriente não é constituído de uma linha ou irradiação separada, como a dos outros Orixás. É uma gigantesca legião de espíritos que estão ligados ao Cristo Cósmico e têm como patrono um Espírito irradiador de muita luz e que, em sua última encarnação conhecida, recebeu o nome de João Batista, aquele que batizou Jesus e anunciou a chegada do Messias, tendo em sua vibração um raio cósmico direto do Cristo Planetário.

*Grifos do Blog

(LIVRO: MEDIUNIDADE E SACERDÓCIO – UM GUIA DE ESTUDOS DA UMBANDA, VOLUME 3. Orientado pelo espírito RAMATÍS. Norberto Peixoto. Editora do Conhecimento. 2010)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A Mediunidade além do Espiritismo, por Ramatís

PERGUNTA: - No entanto, conhecemos alguns confrades que se consideram “bons médiuns” e são bastante seguros em suas tarefas mediúnicas, mas que afirmam nunca haver lido uma página do Livro dos Médiuns, nem mesmo consultado qualquer outra obra de Allan Kardec. Que dizeis disso?

RAMATÍS: Quanto a haver médium bom e seguro, mesmo ignorando as obras de Allan Kardec, não opomos dúvida alguma, pois o Catolicismo, o Protestantismo, a Teosofia, o Esoterismo, o Budismo, o Islamismo, o Hinduísmo e o Judaísmo, as instituições Rosa-Cruz e outras associações iniciáticas contaram em seu seio com magníficos médiuns de alto critério espiritual, mas alheios aos postulados espíritas. O Espiritismo é o conjunto de leis morais que disciplinam as relações desse “mediunismo” entre o plano visível e o invisível, coordenando também o progresso espiritual dos seus adeptos. Mas os fenômenos mediúnicos começaram a ocorrer muito antes de ser codificada a Doutrina Espírita, assim como também podem se registrar independentemente de sua existência. Sem dúvida, tendes de distinguir que o mediunismo é manifestação que pode ocorrer independentemente do Espiritismo; o primeiro é uma “faculdade” que pode não estar sujeita a doutrinas ou religiões; o segundo é “doutrina” moral e filosófica codificada por Allan Kardec, cuja finalidade precípua é a libertação do homem dos dogmas asfixiantes e das paixões escravizantes.

A literatura mediúnica, proveniente de várias fontes religiosas e doutrinárias, é pródiga em vos comprovar a quantidade de sensitivos que recepcionam mensagens daqui, embora não operem diretamente sob a inspiração do Espiritismo codificado por Allan Kardec.

Assim é que, independentemente da Codificação Cardequiana, foram recebidos do espaço as importantes Cartas de Meditações e a obra Luz da Alma, ditadas pelo instrutor tibetano a Alice A. Bailey; as missivas de escrita direta a Helena Blavatsky, fundadora da Teosofia, dos mestres Mória e K. H.; as Cartas do Outro Mundo, ditadas a Elza Barker por um magistrado inglês; as comunicações intituladas Trinta Anos entre os Mortos, pela faculdade da senhora Wicklan; a Luz no Caminho a Mabel Collins, inspirada por mentores yogas; o magnífico poema Aos Pés do Mestre, inspirado ao jovem Krishnamurti; A Vida nos Mundos Invisíveis, ditada pelo monsenhor Robert Hugs Benson a Anthony Bórgia; as mensagens do Padre Marchal a Ana de G.; A Vida Além do Véu, ao pastor protestante rev. G. Vale Owen, de autoria de sua progenitora; as inéditas experiências de Eduardo Van Der Naillen, entre os maias – que ignoravam o Espiritismo – originaram A Grande Mensagem, obra admirável como repositório de conhecimento do Além. O bispo anglicano C. H. Leadbeater, um dos esteios da Sociedade Teosófica, revelou poderosas faculdades de clarividência e escreveu intuitivas obras de esclarecimento espiritual, sem qualquer contato doutrinário com o Kardecismo.

No vosso século, sem se situarem na área espírita, Pietro Ubaldi entregou-vos A Grande Síntese, obra extraordinária e de inspiração mediúnica produzida por sublime entidade sideral, e Rosária de La Torre compôs mediunicamente Harpas Eternas, de autoria espiritual de Hilarião de Monte Nebo, destacado iniciado sideral. Os profetas eram médiuns poderosos. Jonas, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, Naum, Samuel, Job, Habacuc e outros iluminavam as narrativas bíblicas com os seus poderes mediúnicos (...).

Na esfera católica, Terezinha via o sublime Senhor nimbado de luz; Francisco de Assis revelava as chagas de Jesus; Antônio de Pádua transportava-se em espírito de Portugal à Espanha para salvar o pai inocente; Dom Bosco, em transe psicométrico, revia Jesus em sua infância, ou então profetizava sobre o futuro, inclusive quanto às realizações atuais do vosso país; Vicente de Paula extinguia úlceras à simples imposição de suas mãos e São Roque curava lepra à força de orações. Teresa Neumann, no nosso século, apresenta os estigmas da crucificação, e alguns sacerdotes católicos se tornam curandeiros milagrosos sob a terapêutico dos benzimentos. Na Índia, Sri Ramana Maharishi e Nirmala Devi entram em “samadhi”, integrando-se à Consciência Crística, em gozo inefável, mas independentemente da técnica espírita. Lahiri Mahasaya levita-se diante da esposa, que se ajoelha estática, e Babají, o Yogi Cristo da Índia, materializa, cura e ressuscita, revelando os mais altos poderes mediúnicos; Buda foi antena viva ligada ao Alto, vertendo para a Ásia a mais elevada mensagem espiritual; Ramacrisna, através da Bíblia da natureza, reproduzia aos discípulos os pensamentos mais profundos transmitidos pelos mestres desencarnados. Mesmo Lutero, João Huss, Prentice Mulford, Savonarola, Sócrates, Pitágoras, Apolônio de Tyana, etc., já revelavam distinguida faculdade mediúnica, muito antes de Allan Kardec estabelecer o roteiro do Livro dos Espíritos e do Livro dos Médiuns (...).

Consequentemente, cremos ser um tanto precário o julgamento em causa própria da criatura que se jacta de que é “bom médium”, mas que desconhece a disciplina do desenvolvimento preconizado por Allan Kardec, e isso muito antes de se apresentar um labor convincente na esfera espiritualista. O médium que realmente tem propósitos sérios e pretende um desenvolvimento técnico e disciplinado, ordeiro e seguro, aspirando realizar serviço cristão na seara espírita, pode ignorar o método experimental de Kardec e o subestimar propositadamente, mas de modo algum se livrará das confusões próprias dos experimentos empíricos.

NO LIVRO MEDIUNISMO, psicografado por HERCÍLIO MAES, Editora do Conhecimento. 1960.

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Antidoutrinário é não amar por Pai João de Angola

Não espere que os outros gostem das mesmas coisas que você. Respeite os diferentes e suas diferenças.

Tem dois tipos interessantes de pessoas na rota do aprendizado humano nas fronteiras religiosas. O primeiro é o das pessoas que buscam Deus por meio da religião, são os indivíduos fervorosos. O segundo é o das pessoas que buscam Deus na religião, são os indivíduos devotos.

Os fervorosos fazem da religião uma prática de elevação pela conduta.
Os devotos acreditam que as práticas religiosas são sinônimo de transformação.
Os fervorosos encontram na religião um meio, um caminho.
Os devotos a veem como a meta, o objetivo final.
Os fervorosos amam a Deus na relação com seu próximo.
Os devotos adoram a Deus por meio de louvores e preces.

Sem dúvida alguma, ser devoto já é um passo na direção do Criador, todavia os fervorosos já entenderam que devoção sem amor aplicado na relação com o semelhante é tentar dar um salto na ordem natural da evolução.

Amor a Deus sem amor ao próximo é um engodo. Devoção ao nome do Pai Criador sem fé construtiva no bem de todos é corpo sem alma.

Por essa razão, muitos devotos já amam o bem, mas louvam mais a religião que o ser humano. Abusam desse amor ao estabelecer regras doutrinárias para viver mais perto de Deus, esquecendo-se dos mais singelos deveres de boa convivência e afeto, sendo muitas vezes hostis e distraídos com a convivência respeitosa. Estabelecem o que é doutrinário e o que não é.

Para os devotos, antidoutrinário é não seguir as regras e padrões.

Para os fervorosos, anti-doutrinário é não amar.


- PAI JOÃO DE ANGOLA. No livro FALA, PRETO VELHO, psicografado por WANDERLEY OLIVEIRA, no CAP. 22 “ANTIDOUTRINÁRIO É NÃO AMAR”. DUFAUX EDITORA.
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O desenvolvimento mediúnico e o estudo por Ramatís

PERGUNTA: — De início, gostaríamos que nos indicásseis qual o método mais eficiente para o êxito do desenvolvimento mediúnico ou qual o processo mais aconselhável para educar o candidato a médium.

RAMATÍS: — Assim como ao futuro acadêmico compete primeiramente estudar a cartilha primária, a fim de aprender o alfabeto que o credenciará para tentar no futuro os estudos mais complexos da cátedra universitária, o médium também precisa começar o seu desenvolvimento mediúnico orientado pelas lições básicas da doutrina espírita. O homem pode tomar-se engenheiro, advogado, médico ou magistrado, mas ele sempre terá de começar pela alfabetização.

Atualmente, à medida que o mundo terreno progride, a sua humanidade também frequenta cursos para poder exercer as suas profissões as mais singelas e, devido a isso, multiplicam-se e popularizam-se os tratados científicos e os compêndios técnicos, a fim de serem orientadas as experimentações ou as especulações mais comuns. Hoje estudam-se e consolidam-se regras e leis que, baseadas nas longas experimentações do passado, graduam disciplinadamente os estudos mais variados e facilitam muitíssimo o roteiro educativo dos estudiosos. Pouco a pouco eliminam-se as indecisões, os equívocos, os transtornos e as surpresas tão comuns às tentativas empíricas e próprias das experimentações sem métodos seguros.

Em consequência disso, os empreendimentos culturais, os cursos científicos e os conhecimentos técnicos modernos são tratados em linguagem acessível a todas as mentes estudiosas e aceleram o progresso da humanidade terrena, porquanto reduzem a perda de tempo comumente empregado no empirismo desordenado. Proliferam, então, as academias destinadas a oficializar todos os labores humanos, pois diplomam costureiras, floristas, oradores, barbeiros, motoristas, fabricantes de doces, especialistas em extração de calos ou técnicos das mais variadas profissões. É evidente que, se a faculdade mediúnica é destinada a objetivos mais sublimes, e bem mais complexa e importante do que as profissões comuns do mundo, ela também exige um roteiro inteligente, sensato e criterioso, sob o mais devotado carinho e desprendimento de seus cultores.

Nesse aprimoramento mediúnico estão em jogo os elevados ensinamentos da vida evangélica, e a sua finalidade é a de proporcionar ao homem a sua mais breve libertação espiritual. Entretanto, o êxito depende muitíssimo das condições morais e dos conhecimentos do médium, o qual deve se afastar de tudo aquilo que possa despertar o ridículo, a censura ou o sarcasmo sobre a doutrina espírita. O médium desenvolvido, na acepção da palavra, é fruto de longas experimentações em favor do próximo; só o serviço desinteressado, a imaginação disciplinada e o equilíbrio moral-emotivo é que poderão garantir-lhe o sucesso nas suas comunicações com o Alto.

Só o desenvolvimento mediúnico correto, supervisionado por outras criaturas sensatas e experimentadas, é que realmente poderá garantir os resultados proveitosos e evitar os espinhos das decepções prematuras ou o desencanto das tarefas fracassadas. Embora algumas criaturas se deixem atrair pelas manifestações e encenações exóticas, que impressionam os leigos nos fenômenos mediúnicos, o intercâmbio satisfatório e profícuo com o Além também requer disciplina semelhante à que se exige nos cursos acadêmicos do mundo profano.

Assim como seria absurdo pretender alguém candidatar-se a um curso acadêmico, mas negando-se a alfabetizar-se em primeiro lugar e tentando alcançar o seu objetivo superior por meio de tentativas empíricas e experimentações confusas, também é absurdidade que o candidato necessitado do desenvolvimento mediúnico espiritista, despreze as regras e as normas fundamentais do "Livro dos Médiuns", nas quais Allan Kardec cimentou definitivamente a prática sensata da mediunidade.

Assim como não confiais na criatura que se afirma portadora de um diploma acadêmico, mas sem nunca ter feito os estudos primários, é claro que também não podeis confiar na capacidade, na segurança e no entendimento de qualquer médium que ignore os princípios mais rudimentares sobre a mediunidade expostos no "Livro dos Médiuns". Muito mais importante e perigosa do que as relações e as profissões no mundo material são ainda as relações entre os vivos e os mortos, por cujo motivo o médium não pode prescindir de um roteiro certo e seguro em seu desenvolvimento, tal como Allan Kardec o estabeleceu em suas obras fundamentais.

LIVRO: MEDIUNISMO. Psicografado por Hercílio Maes/Ramatís.

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Médium intuitivo e o animismo por Ramatís - 3

Supondo-se que algum espírito venha comunicar o mesmo assunto ou a mesma ideia fundamental por intermédio de quatro médiuns intuitivos diferentes em temperamento, cultura, inteligência ou condicionamento psicológico, veremos que cada uma das comunicações mediúnicas também apresentará um cunho pessoal diferente entre si e próprio de cada médium que a transmitir, embora ainda continue prevalecendo o seu tema essencial.

Apresentando-vos um exemplo mais claro, consideremos que certo espírito deseja transmitir por intermédio de quatro médiuns distintos entre si a seguinte ideia-mater: “uma casa branca situada à margem da estrada deserta e cercada por um jardim com muitas flores”. Suponhamos que, para transmitir essa ideia-base, o espírito comunicante disponha dos seguintes médiuns intuitivos, de cultura e condicionamento diversos em suas vidas, ou seja, um engenheiro, um poeta, um filósofo e, por último, um simples sertanejo, incapaz de qualquer exposição científica ou literária nos seus comunicados mediúnicos.

Sem qualquer dúvida, o assunto a ser ventilado através desses quatro médiuns tão diversos entre si, tanto na cultura como em sua formação psicológica, também há de variar em sua exposição conforme sejam o intelecto e emotividade, o conhecimento e o temperamento particular de cada um dos médiuns convocados, não obstante permanecer na sua intimidade a ideia fundamental de uma “casa branca situada à margem da estrada deserta e cercada por um jardim de flores”.

O médium engenheiro, disciplinado pela precisão matemática das coisas do seu estudo, há de comunicar a mensagem mediúnica em linguagem mais técnica, parcimoniosa e acadêmica. Provavelmente diria assim: “Uma edificação decorada em branco, localizada à margem direita da estrada e ladeada por um jardim”. Entretanto, o médium poeta, embora medianeiro do mesmo assunto, haveria de descrevê-la com seu estro inspirado e na seguinte forma: “Era uma vivenda lirial, orlando faceiramente a estrada tranquila sob a doce quietude da tarde serena, qual pomba gárrula pousada no seio de verdejante ninho atapetado de flores”.

O médium filósofo, por sua vez, sob a atuação da mesma ideia comunicada pelo espírito desencarnado, graças ao seu treino especulativo e à facilidade de elucubração mental, deveria se expressar assim: “Era uma residência pintada de branco, junto à estrada empoeirada, à semelhança de pensativa e solitária criatura meditando sobre o destino das coisas e dos seres; em torno, florido jardim, sob a orgia das cores, era dadivosa compensação àquele destino ignorado”. Finalmente, esse mesmo assunto, já ventilado pelos três médiuns intuitivos anteriores, cada um impregnando-o pessoalmente com a sua cultura, temperamento e individualidade, ao ser transmitido pelo quarto médium, o modesto sertanejo, provavelmente seria expresso da seguinte forma: “Era uma casa caiada de branco, fincada na beira da estrada e rodeada de um jardim plantado de flores”. A sua exposição, portanto, seria destituída da feição acadêmica da do engenheiro, sem a literatice do poeta e a conjectura do filósofo, em linguagem simples e até empobrecendo a ideia fundamental do espírito desencarnado.

No exemplo que vos expusemos, cada médium transmite a mesma ideia-mater, vestindo-a conforme a sua capacidade intelectiva, o seu gosto pessoal e talento, embora evidenciando sempre que o assunto básico é a descrição de uma “casa branca junto à estrada e cercada por um jardim de flores”. Eis, porque, então, variam as diversas manifestações da mediunidade intuitiva, cujo êxito depende muitíssimo do conhecimento, da fluência da linguagem, da pureza lexicológica¹ e do talento literário ou acadêmico que o médium já tiver consolidado.

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¹ - Lexicologia (ramo da linguística que faz o estudo científico do acervo das palavras de um idioma, sob diversos aspectos).


RAMATÍS. Livro MEDIUNISMO. HERCÍLIO MAES. EDITORA DO CONHECIMENTO.