segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A Linha do Oriente, por Ramatís

Os Espíritos orientais se apresentam na Umbanda cada vez mais: são entidades discretas, quase anônimas; não gostam de dar um nome e mudam de forma espiritual conforme o local onde irão atuar. São sérias e de vibrações sutilíssimas; possuem grandes conhecimentos ancestrais sobre magia e curas espirituais.

Precisamos refletir sobre os motivos que levam os espíritos a manterem-se ligados às etnias terenas. Sendo espíritos, isso não seria dispensável? Como estamos falando de intercâmbio mediúnico entre planos dimensionais diferentes que se comunicam entre si, temos de considerar os aglomerados espirituais em torno do orbe e as migrações geográficas entre as encarnações. Experimentando em si as diferenças raciais de acordo com o local onde o espírito encarna, ele vai aprendendo a exercitar o amor na diversidade. Como a maioria dos espíritos que atuam no Astral tem compromisso evolutivo com a mediunidade e com àqueles que os recepcionam, por vezes optam por determinada forma de apresentação mais afim ao seu compromisso evolutivo. Assim, as entidades que se apresentam no movimento umbandista como orientais vão se adaptando à cultura ocidental e se preparam para reencarnar no Brasil. Outros existem que não mais reencarnarão e se apresentam como hinduístas, árabes ou tibetanos, simplesmente por simpatia e afinidade. São mentores de cura e apelam à razão, buscam esclarecer as causas das dores e enfermidades humanas, bem como a necessidade de reforma íntima de cada cidadão.

A anunciação da Umbanda se deu em 15 de novembro de 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, que, além de trazer junto o preto-velho Pai Antônio, trouxe também outro espírito que teve recente encarnação como sacerdote no continente asiático. Ele apresentou-se com o nome de Caboclo Orixá Malê, atuando na irradiação vibratória de Ogum, entidade de muita luz e força, experimentado mago e profundo conhecedor no combate à baixa magia. Registremos que os espíritos que tiveram vida corpórea nas diversas regiões orientais do globo estão nas fileiras da Umbanda desde o seu inicio. Consideremos que não existe, necessariamente, uma linha do Oriente, pois as entidades orientais se apresentam em todas as linhas vibratórias, embora haja cultos em dia especial para manifestação dos espíritos orientais. Então, não deve ser motivo de contrariedade um preto-velho marroquino, um Xangô da montanha tibetano, um Ogum mandarim chinês, um Oxóssi indiano, mesmo que preponderem as formas de apresentação mais ligadas aos índios e africanos.

Os espíritos orientais estão na Umbanda com a missão de amalgamar os conhecimentos iniciáticos milenares do Oriente com o cientificismo racionalista ocidental sem perda do foco, que é tornar os corações endurecidos mais amorosos, desde a índole religiosa orientalista asceta, que foge do mundo, até o bom vivente mundano que se entrega ao apelo sensório carnal e materialista. Procuram fecundar nas mentes os reais valores espirituais, morais e éticos do Cristo Cósmico em consonância com os ensinamentos de Jesus e de todos os avatares do Oriente.

Na verdade, reenfatizamos que o povo do Oriente não é constituído de uma linha ou irradiação separada, como a dos outros Orixás. É uma gigantesca legião de espíritos que estão ligados ao Cristo Cósmico e têm como patrono um Espírito irradiador de muita luz e que, em sua última encarnação conhecida, recebeu o nome de João Batista, aquele que batizou Jesus e anunciou a chegada do Messias, tendo em sua vibração um raio cósmico direto do Cristo Planetário.

*Grifos do Blog

(LIVRO: MEDIUNIDADE E SACERDÓCIO – UM GUIA DE ESTUDOS DA UMBANDA, VOLUME 3. Orientado pelo espírito RAMATÍS. Norberto Peixoto. Editora do Conhecimento. 2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário