Os Espíritos
orientais se apresentam na Umbanda cada vez mais: são entidades discretas, quase anônimas; não gostam de dar um nome e
mudam de forma espiritual conforme o local onde irão atuar. São sérias e de
vibrações sutilíssimas; possuem grandes conhecimentos ancestrais sobre magia e
curas espirituais.
Precisamos
refletir sobre os motivos que levam os espíritos a manterem-se ligados às
etnias terenas. Sendo espíritos, isso não seria dispensável? Como estamos
falando de intercâmbio mediúnico entre planos dimensionais diferentes que se
comunicam entre si, temos de considerar os aglomerados espirituais em torno do
orbe e as migrações geográficas entre as encarnações. Experimentando em si as
diferenças raciais de acordo com o local onde o espírito encarna, ele vai
aprendendo a exercitar o amor na diversidade. Como a maioria dos espíritos que
atuam no Astral tem compromisso evolutivo com a mediunidade e com àqueles que
os recepcionam, por vezes optam por determinada forma de apresentação mais afim
ao seu compromisso evolutivo. Assim, as
entidades que se apresentam no movimento umbandista como orientais vão se
adaptando à cultura ocidental e se preparam para reencarnar no Brasil. Outros
existem que não mais reencarnarão e se apresentam como hinduístas, árabes ou
tibetanos, simplesmente por simpatia e afinidade. São mentores de cura e apelam
à razão, buscam esclarecer as causas das dores e enfermidades humanas, bem como
a necessidade de reforma íntima de cada cidadão.
A anunciação da
Umbanda se deu em 15 de novembro de 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas,
que, além de trazer junto o preto-velho Pai Antônio, trouxe também outro
espírito que teve recente encarnação como sacerdote no continente asiático. Ele
apresentou-se com o nome de Caboclo
Orixá Malê, atuando na irradiação vibratória de Ogum, entidade de muita luz
e força, experimentado mago e profundo conhecedor no combate à baixa magia.
Registremos que os espíritos que tiveram vida corpórea nas diversas regiões
orientais do globo estão nas fileiras da Umbanda desde o seu inicio.
Consideremos que não existe, necessariamente, uma linha do Oriente, pois as
entidades orientais se apresentam em todas as linhas vibratórias, embora haja
cultos em dia especial para manifestação dos espíritos orientais. Então, não
deve ser motivo de contrariedade um preto-velho marroquino, um Xangô da
montanha tibetano, um Ogum mandarim chinês, um Oxóssi indiano, mesmo que
preponderem as formas de apresentação mais ligadas aos índios e africanos.
Os espíritos orientais estão na Umbanda com a missão de
amalgamar os conhecimentos iniciáticos milenares do Oriente com o cientificismo
racionalista ocidental sem perda do foco, que é tornar os corações endurecidos
mais amorosos, desde a índole religiosa orientalista asceta, que foge do mundo,
até o bom vivente mundano que se entrega ao apelo sensório carnal e
materialista. Procuram
fecundar nas mentes os reais valores espirituais, morais e éticos do Cristo
Cósmico em consonância com os ensinamentos de Jesus e de todos os avatares do Oriente.
Na verdade,
reenfatizamos que o povo do Oriente não é constituído de uma linha ou
irradiação separada, como a dos outros Orixás. É uma gigantesca legião de espíritos que estão ligados ao Cristo
Cósmico e têm como patrono um Espírito irradiador de muita luz e que, em sua
última encarnação conhecida, recebeu o nome de João Batista, aquele que
batizou Jesus e anunciou a chegada do Messias, tendo em sua vibração um raio
cósmico direto do Cristo Planetário.
*Grifos do Blog
(LIVRO:
MEDIUNIDADE E SACERDÓCIO – UM GUIA DE ESTUDOS DA UMBANDA, VOLUME 3. Orientado
pelo espírito RAMATÍS. Norberto Peixoto. Editora do Conhecimento. 2010)
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