PERGUNTA: — De
início, gostaríamos que nos indicásseis qual o método mais eficiente para o
êxito do desenvolvimento mediúnico ou qual o processo mais aconselhável para
educar o candidato a médium.
RAMATÍS: — Assim
como ao futuro acadêmico compete primeiramente estudar a cartilha primária, a
fim de aprender o alfabeto que o credenciará para tentar no futuro os estudos
mais complexos da cátedra universitária, o
médium também precisa começar o seu desenvolvimento mediúnico orientado pelas
lições básicas da doutrina espírita. O homem pode tomar-se engenheiro,
advogado, médico ou magistrado, mas ele sempre terá de começar pela
alfabetização.
Atualmente, à
medida que o mundo terreno progride, a sua humanidade também frequenta cursos
para poder exercer as suas profissões as mais singelas e, devido a isso,
multiplicam-se e popularizam-se os tratados científicos e os compêndios
técnicos, a fim de serem orientadas as experimentações ou as especulações mais comuns.
Hoje estudam-se e consolidam-se regras e leis que, baseadas nas longas
experimentações do passado, graduam disciplinadamente os estudos mais variados
e facilitam muitíssimo o roteiro educativo dos estudiosos. Pouco a pouco
eliminam-se as indecisões, os equívocos, os transtornos e as surpresas tão
comuns às tentativas empíricas e próprias das experimentações sem métodos
seguros.
Em consequência
disso, os empreendimentos culturais, os cursos científicos e os conhecimentos
técnicos modernos são tratados em linguagem acessível a todas as mentes
estudiosas e aceleram o progresso da humanidade terrena, porquanto reduzem a
perda de tempo comumente empregado no empirismo desordenado. Proliferam, então,
as academias destinadas a oficializar todos os labores humanos, pois diplomam
costureiras, floristas, oradores, barbeiros, motoristas, fabricantes de doces,
especialistas em extração de calos ou técnicos das mais variadas profissões. É evidente que, se a faculdade mediúnica é
destinada a objetivos mais sublimes, e bem mais complexa e importante do que as
profissões comuns do mundo, ela também exige um roteiro inteligente, sensato e
criterioso, sob o mais devotado carinho e desprendimento de seus cultores.
Nesse
aprimoramento mediúnico estão em jogo os elevados ensinamentos da vida
evangélica, e a sua finalidade é a de proporcionar ao homem a sua mais breve
libertação espiritual. Entretanto, o
êxito depende muitíssimo das condições morais e dos conhecimentos do médium, o
qual deve se afastar de tudo aquilo que possa despertar o ridículo, a censura
ou o sarcasmo sobre a doutrina espírita. O médium desenvolvido, na acepção da
palavra, é fruto de longas experimentações em favor do próximo; só o serviço
desinteressado, a imaginação disciplinada e o equilíbrio moral-emotivo é que
poderão garantir-lhe o sucesso nas suas comunicações com o Alto.
Só o
desenvolvimento mediúnico correto, supervisionado por outras criaturas sensatas
e experimentadas, é que realmente poderá garantir os resultados proveitosos e
evitar os espinhos das decepções prematuras ou o desencanto das tarefas
fracassadas. Embora algumas criaturas se deixem atrair pelas manifestações e
encenações exóticas, que impressionam os leigos nos fenômenos mediúnicos, o
intercâmbio satisfatório e profícuo com o Além também requer disciplina
semelhante à que se exige nos cursos acadêmicos do mundo profano.
Assim como seria
absurdo pretender alguém candidatar-se a um curso acadêmico, mas negando-se a
alfabetizar-se em primeiro lugar e tentando alcançar o seu objetivo superior
por meio de tentativas empíricas e experimentações confusas, também é absurdidade que o candidato necessitado
do desenvolvimento mediúnico espiritista, despreze as regras e as normas
fundamentais do "Livro dos Médiuns", nas quais Allan Kardec cimentou
definitivamente a prática sensata da mediunidade.
Assim como não
confiais na criatura que se afirma portadora de um diploma acadêmico, mas sem
nunca ter feito os estudos primários, é
claro que também não podeis confiar na capacidade, na segurança e no
entendimento de qualquer médium que ignore os princípios mais rudimentares
sobre a mediunidade expostos no "Livro dos Médiuns". Muito mais
importante e perigosa do que as relações e as profissões no mundo material são
ainda as relações entre os vivos e os mortos, por cujo motivo o médium não pode
prescindir de um roteiro certo e seguro em seu desenvolvimento, tal como Allan
Kardec o estabeleceu em suas obras fundamentais.
*Grifos do Blog.
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