sexta-feira, 30 de março de 2018

Lei de Salva e o Fracasso dos médiuns por ambição


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É sabido que a Corrente Astral de Umbanda manipula constantemente a Magia positiva (chamada de magia-branca) sempre para o bem de seus filhos-de-fé ou para qualquer um necessitado, venha de onde vier...

A magia, dentro de certas necessidades ou casos, requer determinados elementos materiais. São velas, flores, ervas, plantas, raízes, panos, pembas e até o fumo e certas bebidas... O fato é o seguinte: quando há mesmo necessidade disso, a entidade pede e a pessoa TRAZ, ou providencia, satisfazendo a Lei de Salva (...)

Essa salva existe, na Umbanda em relação com a Quimbanda. E como é isto? Diremos: o médium recebe ordens para fazer determinado trabalho, reconhecidamente necessário, quer seja para um “desmancho” de baixa-magia, quer seja para um encaminhamento ou desembaraço qualquer de ordem material ou de um proveito qualquer, tudo dentro da linha justa, isto é, que jamais implique no prejuízo de alguém... Quer seja uma descarga, um “desmancho” ou proveito qualquer, se for manipulado dentro da movimentação de certas forças mágicas e que impliquem em elementos de oferenda para certas falanges de elementares, à pessoa para quem é feito esse trabalho se pede a dita salva. Essa salva pode constar de certo número de velas ou de azeite para iluminação ou para posterior uso do médium ou de uma compensação financeira relativa, da qual parte deve ser dada de esmola pelo dito médium, na intenção de sua guarda. Essa é uma lei da magia que existe, nós não a inventamos, nem ninguém, e sobre a qual não podemos nos estender em detalhes maiores.

Todavia, devemos esclarecer que essa lei de compensação da Magia, ou para os trabalhos de cunho nitidamente mágico é indispensável. E uma espécie de fator de equilíbrio entre a ação, a reação e o desgaste relativo ao operador (...) Na Umbanda, já o dissemos: essa lei (ou esse fator) se denomina Salva, e é tão antiga que podemos identificar seu emprego entre os primitivos e verdadeiros Magos e Sacerdotes Egípcios, com a denominação de Lei de AMSRA.

Disso também nos falam os Rosacruzes em seus ensinamentos ou instruções internas (esotéricas).

Agora, compete ao magista, seja ele de que corrente for, não abusar, não exceder, não ambicionar, não derivar para o puro lado da exploração...

Ora, o médium-magista então, ambiciosamente, começa a abusar disso. Começa por se exceder na lei de salva, pedindo mais dinheiro. Passa a cobrar grosso em tudo e por tudo. Inventa “trabalhos” de toda espécie, assim como “desmanchos” e afirmações para isso e aquilo...

E os aflitos, os supersticiosos, os impressionáveis, os filhos-de-terreiro, dão e sempre com prazer, visto esperarem sempre uma melhoria ou uma vantagem qualquer por via disso (aliás a tendência da maioria das pessoas que frequentam “giras”, é pagar, gostam de o fazer).

Assim – ele, o médium – de tanto fazer trabalhos materializados, sempre por conta própria, mas tudo relacionado com os “exus” (que é o espantalho para essa maioria de ignorantes, de simples, de ingênuos etc.) e que envolvem materiais grosseiros, acaba chafurdado na vibração pesada dos espíritos atrasados, que passam a rondá-lo ou a viver em torno dele, ansiosos por esses tipos de oferendas...

A sua entidade protetora, como sempre, já lhes deu vários alertas que ele não levou na devida consideração, pois o dinheiro está entrando que é uma beleza...

E nessa situação o aparelho já está “cego e surdo” a qualquer advertência e o seu caboclo ou o seu preto-velho, que, para ele, já são incomodativos, visto temer que se manifestem mesmo de fato nele e levantem toda essa sujeira, desmoralizando-o (como tem acontecido), se afastam e deixam-no envolvido com o baixo-astral, com quem já esta conluiado... Pois ele, o médium, tem o sagrado direito de usar o seu livre-arbítrio como bem queira (...)

Todavia, apesar da fartura do dinheiro fácil reconhecem depois de certo tempo que é um dinheiro maldito... passam a viver com a consciência pesada, irritados e sempre angustiados. O fim de todos eles tem sido muito triste... ou surgem doenças insidiosas, ou os vícios para martirizá-los por toda a vida ou acabam seus dias na miséria material, pois a moral já é uma cruz que ele carrega desde o princípio de seu fracasso mediúnico...

LIVRO: SEGREDOS DA MAGIA DE UMBANDA E QUIMBANDA. W. W. DA MATTA E SILVA (MESTRE YAPACANY).

*Grifos do Blog.

Quedas e fracassos dos médiuns

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O que temos observado cuidadosamente na maioria desses médiuns-fracassados são os tormentos do remorso que, como chagas de fogo, queimam-lhes a consciência, sem que eles tenham forças para se reerguerem moralmente, pois se enterraram tanto no pântano do astral-inferior, se endividaram tanto com os “marginais do astral” que, dentro dessa situação, é difícil mesmo se libertarem de suas garras...

Isso porque o casamento de fluidos entre esses médiuns-fracassados e esses “marginais do astral” – os kiumbas – já se deu há tanto tempo, que o divórcio, a libertação se lhes apresenta dentro de tais condições de sofrimento, de tais impactos, ainda acrescidos de renuncia indispensável a uma série de injunções, que o infeliz médium-decaído prefere continuar com seus remorsos...

É duro, duríssimo mesmo, se libertar de um kiumba que entrou, há muitos anos, na faixa de um aparelho pelas suas antenas mediúnicas em distúrbio e cujo legítimo protetor ou guia – caboclo ou preto-velho – o tenha abandonado por causas morais, principalmente quando o seu caso foi sexo ou dinheiro.

Mas situemos desde já, dentre os diversos meios pelos quais os médiuns têm fracassado, os três aspectos principais ou os três pontos-vitais que os precipitam nos abismos de uma queda mediúnica etc. Ei-los:

I – A vaidade excessiva, que causa o empolgamento e lança o médium nos maiores desatinos, abrindo os seus canais-medianímicos a toda sorte de influências negativas.
II – A ambição pelo dinheiro fácil, exaltada pelo interesse que ele identifica nos “filhos-de-fé” em lhe agradar, em lhe presentear, para pedir favores, trabalhos, pontos, afirmações etc., que envolvem elementos materiais.
III – A predisposição sensual incontida, que lhe obscurece a razão, dada a facilidade que encontra no meio do elemento feminino que gira em torno de si por interesses vários e que comumente se deixa fascinar pelo “cartaz” de médium-chefe, de “chefe-de-terreiro”, babá etc.

LIVRO: SEGREDOS DA MAGIA DE UMBANDA E QUIMBANDA. W. W. DA MATTA E SILVA (MESTRE YAPACANY).

quinta-feira, 29 de março de 2018

As Sete Lágrimas de Pai Preto



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“AS SETE LÁGRIMAS DE PAI PRETO”

 Foi uma noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins penetravam meu Ser Mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se fazia definir...

Era um quê desconhecido, mas sentia-o, como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto...

Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre “eu”? Não o soube, até adormecer...e “sonhar” ...

Vi meu “duplo” transportar-se, atraído por cânticos que falavam de Aruanda, Estrela Guia e Zambi; eram as vozes da Senhora da Luz-Velada, dessa Umbanda de Todos Nós que chamavam seus filhos-de-fé...

E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam... Mas, surpreso ficava, com aquela “visão” que em cada uma eu “via”, invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-preto chorava.

De seus “olhos” molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces, e não sei por que, contei-as... foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o: fala, Pai-preto, diz a teu filho, por que externas assim uma tão visível dor?

E Ele, suave, respondeu: estás vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas, distribuídas, estão dentro dela...

A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que sua mente ofuscada não pode conceber.

Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um “milagre” que os façam “alcançar” aquilo que seus próprios merecimentos negam.

E mais outra foi para esses que crêem, porém, numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de “casos” nascentes uns após outros...

E outras mais que distribui aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejam sempre prejudicar a um ser semelhante – eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem... pobres almas, que das brumas ainda não saíram.

Assim, vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas – não crêem, nem descrêem; sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer forma. Cuida-se deles, não conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram uma casa de Umbanda...

Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seu semblante verás escrito em letras claras: creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se venceram “meu caso”, ou me curarem “disso ou daquilo”...

A sexta lágrima eu dei aos fúteis que andam de tenda em Tenda, não acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que eles buscam.

E a sétima, filho, notaste, como foi grande e como deslizou pesada? Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que “vive” nos “olhos”de todos os orixás; fiz doação dessa aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são...

“Cegos, guias de cegos”, andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam à exteriorização de seus próprios “egos”...

“Olhai-os” bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam “doutrinando”; suas vozes são ocas, dizem tudo de “cor e salteado”, numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm convicção.

Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE PAI-PRETO!

Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: não tens mais nada a dizer, Pai-Preto? E, daquela “forma velha”, vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez...

“Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES”...

São os humildes, os simples; estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão... SÃO OS SEUS FILHOS-DE-FÉ.
São também os “aparelhos”, trabalhadores, silenciosos, cujas ferramentas se chamam DOM e FÉ, e cujos “salários” de cada noite... são pagos quase sempre com uma só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra – a INGRATIDÃO...


Livro Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto Velho. W.W. Da Matta e Silva (Mestre Yapacany). Ícone Editora.

Insetos astrais 3 - lacraias


- Existem outros tipos de contaminações energéticas, cujos elementais artificiais¹ envolvidos adquirem outros aspectos, sempre relacionados a “moldes” do plano físico. Algumas criações mentais inferiores, principalmente aquelas desenvolvidas em laboratórios de espíritos especializados no mal, apresentam-se com o aspecto das lacraias. Embora, no mundo físico, o veneno das lacraias não seja considerado muito tóxico para o homem, as formas astrais desses parasitas sintonizam-se geralmente com os elementos do sexo desrespeitoso e vulgar. São criações mentais elaboradas e mantidas com o intuito de sugar especificamente as energias sexuais e estimular o desejo descontrolado pelo sexo fácil e intenso, mas que jamais satisfaz os anseios do indivíduo.  Isso ocorre porque as formas energéticas que contaminam o hospedeiro, introduzidas na região genital e anal, alimentam a compulsão por sexo. Fisicamente, poderão ser detectados, em alguns casos, dores fortes e inchaço (ou edema) no local onde as formas energéticas são implantadas e se prendem por magnetismo. O alvo ainda está sujeito a apresentar estado febril, calafrios, tremores e sudorese, além de pequenas feridas na região afetada, por onde os parasitas penetram no interior do corpo físico e, por conseguinte, do duplo etérico. É bastante comum que as formas astrais de lacraias estejam associadas, no corpo físico, ao aparecimento do vírus conhecido como HPV.

O uso de bebidas alcóolicas aumentam o teor energético dessa espécie de criação mental, que suga do fluido etérico emanado pelo álcool um tipo especifico de vitalidadeda qual se utiliza para se fixar internamente nos órgãos do corpo físico ou nos órgãos energéticos, os chacras”.

(LIVRO LEGIÃO. ROBSON PINHEIRO. ÂNGELO INÁCIO. EDITORA CASA DOS ESPÍRITOS).

*Grifos do Blog
Observação: ¹Nomenclatura utilizada por Pai João também no livro Aruanda, do qual é personagem, e definida pelo espírito Joseph Gleber em sua obra Além da matéria (PINHEIRO, Robson), cap. 18. A propósito das questões aqui abordadas, recomendamos enfaticamente a leitura dos capítulos 15 a 19 desse último livro citado.





Exus Caveiras e o Cruzeiro



- Estes guardiões são os caveiras, como são conhecidos nestas regiões do astral inferior, bem como nos cultos umbandistas e de tradição afro. Ao contrário do que muitos médiuns ignorantes da realidade espiritual dizem, esta legião de espíritos trabalha para o bem, auxiliando nos cemitérios aqueles seres que desencarnaram e que, por algum motivo, permaneceram ligados ainda aos despojos em deterioração nas sepulturas. Especializou-se na tarefa de limpeza energética dos cemitérios, evitando que magos negros e feiticeiros ainda encarnados, mas desdobrados, tenham êxito quando vêm em busca do fluido vital restante contido nos duplos das pessoas recém-desencarnadas.

- Por este nome tão bizarro, caveiras?

Muitos guardiões utilizam-se de nomes cabalísticos, pois que convivem diariamente com uma espécie de seres desencarnados, habitantes das regiões inferiores, que os respeitam exatamente por trazerem algo diferente, um nome ou símbolo que evoca em sua memória espiritual algo que eles mesmos não sabem explicar. Como trabalham em cemitérios, o símbolo mais óbvio a ser escolhido foi a caveira. Sua tarefa, de singular importância, consiste no processo de limpeza energética, ao mesmo tempo em que realizam a transição, para as esferas mais altas, daqueles espíritos que já acordaram para algo maior. (...)

Aproximamo-nos do local de onde se irradiava a luz que me chamara a atenção. Pude ver que se tratava de uma enorme cruz. Uma aura de espiritualidade envolvia aquele cruzeiro, como era conhecido o lugar.

O cruzeiro, meus filhos, presente em quase todo cemitério, é o ponto de convergência de vibrações mais sutis, que atendem às necessidades dos guardiões em suas tarefas. As pessoas que visitam os cemitérios em geral se dirigem ao cruzeiro, onde realizam suas orações para os pretensos mortos. Com o tempo, essas mesmas vibrações, de devoção, saudade e amor, criam essa aura que se irradia daqui. Também é nesse espaço que os chamados exus caveira, guardiões dedicados a estes distritos, reúnem-se para determinar suas ações, de cujo benefício muitas dessas almas desesperadas não podem prescindir. Se não fosse a determinação desses comandos especializados, que trabalham no resgate e na condução das almas desequilibradas, há muito os magos negros já teriam dominado completamente todos os cemitérios do planeta, transformando-os em laboratórios de extração de ectoplasma. 

(LIVRO LEGIÃO. ROBSON PINHEIRO/ÂNGELO INÁCIO. ED. CASA DOS ESPÍRITOS).
*Grifos do Blog.

Força da Prece


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– Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas. Assim como possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento... As correntes centrais da vida partem do Todo-Poderoso e descem a flux, transubstanciadas de maneira infinita. Da luz suprema à treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram. Cada degrau da vida está superlotado por milhões de criaturas... O caminho da ascensão espiritual é bem aquela escada milagrosa da visão de Jacob, que passava pela Terra e se perdia nos céus... A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina. Desejos banais encontram realização próxima na própria esfera em que surgem. Impulsos de expressão algo mais nobre são amparados pelas almas que se enobreceram. Ideais e petições de significação profunda na imortalidade remontam às alturas...

O mentor generoso fez pequeno intervalo, como a dar-nos tempo para refletir e acentuou:

Cada prece, tanto quanto cada emissão de força, se caracteriza por determinado potencial de frequência e todos estamos cercados por Inteligências capazes de sintonizar com o nosso apelo, à maneira de estações receptoras. Sabemos que a Humanidade Universal, nos infinitos mundos da grandeza cósmica, está constituída pelas criaturas de Deus, em diversas idades e posições... No Reino Espiritual, compete-nos considerar igualmente os princípios da herança. Cada consciência, à medida que se aperfeiçoa e se santifica, aprimora em si qualidades do Pai Celestial, harmonizando-se, gradativamente, com a Lei. Quanto mais elevada a percentagem dessas qualidades num espírito, mais amplo é o seu poder de cooperar na execução do Plano Divino, respondendo às solicitações da vida, em nome de Deus, que nos criou a todos para o Infinito Amor e para a Infinita Sabedoria...

Livro Entre a Terra e o Céu, psicografado por Francisco Cândido Xavier/André Luiz.

Manifestação dos Orixás


Resultado de imagem para oyá pierre verger“Há séculos que não existem mais no Brasil cultos africanos puros. Neles, a razão de ser ou a força de seus rituais se firmava na invocação dos Orixás – que é o aspecto fenomenológico, o contato com o sobrenatural – que eram considerados como Espíritos Superiores, “deuses”, Senhores dos Elementos da Natureza, etc., e que nunca passaram pela condição humana. Era Xangô, deus do trovão, do raio; Ogum, deus da guerra, Yemanjá, deusa das águas, etc., que eram agraciados com oferendas diversas e apropriadas. As invocações, digo eu, eram feitas em seus rituais e acreditavam que os Orixás-ancestrais, os ditos como “donos dos elementos”, não podiam “baixar” – incorporar em um médium – chegar ao “reino”, mas mandavam seus enviados, em seus nomes, representando suas forças. Eram os Orixás-intermediários. Ora, “zi-cerô”, pensa bem: quem, eventualmente, podia mesmo “baixar”, levando-se em conta que sempre houve médiuns e mediunidade em toda parte ou em todos os agrupamentos? 
“Eu respondo: - Os seres desencarnados e afins a seus graus de entendimento, ou seja, de atração mental. Quais seriam, então, logicamente, os espíritos que poderiam “baixar” representando os Orixás? Na certa, “zi-cerô”, estás com essa pergunta na ponta da língua, não é mesmo? 
“Bem, por força da lei de atração ou de afinidade, só poderiam, mesmo, “baixar”, os espíritos afins às suas práticas ou ritos. Nesse caso, eram os desencarnados de sua raça – antigos sacerdotes, babalaôs e mesmo espíritos do que foram seus chefes e outros que tivessem condições para se aproximar dizendo-se enviados de Ogum, Xangô, Iansã, Yemanjá, etc., afim de não serem repelidos, caso se identificassem como um desses desencarnados, pois, nos cultos africanos, todos os espíritos considerados como eguns eram e são repelidos. Por eguns, identificam os espíritos dos desencarnados, almas dos antepassados, enfim, todos os que já se tinham ido, ou que passaram pela vida terrena (...)”

Cícero: - Dê licença, meu bom “preto-velho”: dentro dessa explicação, lógica, sensata, pois se firma na lei de afinidades, começo a penetrar cada vez mais na questão. Assim é que tenho assistido em vários “terreiros” os ditos como “pais-de-santo”, receberem, por exemplo, Iansã, que é muito festejada. Eles se paramentam todos quando ela “baixa”, em saias rendadas, colares, etc. Queira repisar mais este ponto. Quem estará mesmo “baixando”? 

Preto-velho: - Foi bom mesmo você ter insistido nesse ângulo. Aí, “zi-cerô”, há dois aspectos a considerar: no primeiro pode ser que o “pai-de-santo” tenha mesmo mediunidade ativa e dê passividade para um espírito feminino que esteja na sua faixa vibratória e afim às suas práticas e rituais. 
Posso assegurar, entretanto, que, na maioria dos casos, o que se passa e está dentro do segundo aspecto é o seguinte: 
Comumente, o dito como “babalaô” ou “pai-de-santo” cria em si uma condição anímica, plasmando em seu campo mental as “qualidades” do Orixá que ele pretende personificar e que, geralmente, é o daquele a quem se devotou.

Trechos do livro Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto Velho. W.W. Da Matta e Silva (Mestre Yapacany). Editora Ícone.

*Grifos do Blog.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Mente e Mediunidade


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Dependendo dos nossos semelhantes, em nossa trajetória para a vanguarda coletiva, à maneira dos mundos que se deslocam no Espaço, influenciados pelos astros que os cercam, agimos e reagimos uns sobre os outros, através da energia mental em que nos renovamos constantemente, criando, alimentando e destruindo formas e situações, paisagens e coisas, na estruturação dos nossos destinos.
Nossa mente é, destarte, um núcleo de forças inteligentes, gerando plasma sutil que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios.
A ideia é um ser organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção.
Do conjunto de nossas ideias resulta a nossa própria existência (...) Examinando, pois, os valores anímicos como faculdades de comunicação entre os Espíritos, qualquer que seja o plano em que se encontrem, não podemos perder de vista o mundo mental do agente e do recipiente, porquanto, em qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está sujeita às possibilidades e à coloração dos pensamentos em que vive, e a inteligência emissora jaz submetida aos limites e às interpretações dos pensamentos que é capaz de produzir (...) Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o problema da sintonia.
Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas, através dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências.
Procederam acertadamente aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.
Refletimos as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que criamos.
 E, como não podemos fugir ao imperativo da atração, somente retrataremos a claridade e a beleza, se instalarmos a beleza e claridade no espelho de nossa vida íntima.
Os reflexos mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou nos impulsionam a jornada para a frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no inferno que edificou para si mesma, nas reentrâncias do coração e da consciência, independentemente do corpo físico, porque, observando a vida em sua essência de eternidade gloriosa, a morte vale apenas como transição entre dois tipos da mesma experiência, no hoje imperecível.
Vemos a mediunidade em todos os tempos e em todos os lugares da massa humana.
Missões santificantes e guerras destruidoras, tarefas nobres e obsessões pérfidas, guardam origem nos reflexos da mente individual ou coletiva, combinados com as forças sublimadas ou degradantes dos pensamentos de que se nutrem.
Saibamos, assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada dia.
Médiuns somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos.
A força psíquica, nesse ou naquele teor de expressão, é peculiar a todos os seres, mas não existe aperfeiçoamento mediúnico sem acrisolamento da individualidade.
É contraproducente intensificar a movimentação da energia sem disciplinar-lhe os impulsos (...) Mediunidade não basta só por si. É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direção.

ALBÉRIO no livro NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, Cap. 1. Psicografado por Francisco Cândido Xavier/André Luiz.

Grifos do Blog.

O movimento umbandista e os falsos profetas


“Mestre? O único a quem devemos chamar de mestre é a Jesus. Podes, se o quiseres, me chamar de irmão” – Espírito Zarthú (Outubro/2014).

É com essa frase do amigo árabe, que iniciamos nossas considerações, com o intuito de levar o questionamento de algumas situações que temos observado no decorrer desses anos no que tange às experiências religiosas. E, sem nos atermos ao nome do amigo espiritual que nos orientara em certa feita, pois que faz parte de extenso agrupamento de benfeitores, meditemos no objetivo central deste artigo, que nos convida, agora, a devida reavaliação de alguns pontos a serem analisados e, se possível, discutidos, principalmente acerca do movimento umbandista.

De qual maneira, tem o movimento umbandista atual, nos prejudicado a vida, o equilíbrio íntimo ou as relações sociais, sem que o desconfiemos? Esse é um questionamento que nos deve levar a olharmos para dentro de nós mesmos e, com sinceridade, confrontarmos questões que ainda vingam em nosso meio religioso, espalhando as sementes do separativismo e da desordem, pois que notamos graves distúrbios ideológicos, morais e psíquicos, em muitos médiuns, em consequência da formatação provinda de certos “líderes” que intentam o domínio da mente humana.

Acentuada é a quantidade de médiuns que, ávidos por iniciações, poderes e títulos sacerdotais, assemelham-se às ingênuas ovelhas que marcham de encontro ao lobo faminto, caindo em suas garras perversas, quando, todo o excesso de ritualismo e de dogmatismo representa um distanciamento da verdadeira essência da Umbanda: a prática da caridade desinteressada. Não se trata aqui, pois, de discutir acerca da pluralidade rito-litúrgica que a Umbanda apresenta, em virtude de seu universalismo, mas tomar nota do desregramento de centenas de indivíduos, pois não é um “diploma” de sacerdote que fará o mesmo, mas apenas a investigação e o estudo constantes, aliados a vivência, provada pela ação do tempo, em uma casa umbandista séria, é que pode-se formar pessoas capazes e sensatas a administrar uma comunidade. E, invariavelmente, de nada adiantará o “diploma sacerdotal”, o “mistério” ou o “desenvolvimento” se o indivíduo não apresenta-se com compromisso cármico e/ou a sensibilização mediúnica para trabalhar, ativamente, dentro da Umbanda.

Mediunidade todos nós temos, nos dois planos de vida; mas, mediunidade de trabalho é algo diferente e distinto da mediunidade natural de todo ser humano, pois apresenta-se na forma de um compromisso na qual o indivíduo deverá esforçar-se em seu aprimoramento moral, a fim de buscar auxiliar os espíritos que lhe buscam o concurso amigo, de maneira disciplinada.

O quê não deve ocorrer – e, infelizmente, muitos espíritas e umbandistas têm feito – é desenvolver-se uma mediunidade que não existe, ou seja, quando os sintomas apresentados por um indivíduo, é fruto de um processo obsessivo, muitas vezes confundido com o desabrochamento das faculdades anímicas. Além disso, mediunidade desequilibrada não deve ser levada ao seu desenvolvimento sob o discurso enganador de quê “trabalhando resolve-se”, pois, no mais das vezes, quando tal ocorre, é oportunidade perfeita para a manifestação dos obsessores ou perseguidores à guisa de “mentores” ou “guias espirituais”, através do canal que fora imprevidentemente aberto pelo “desenvolvimento” desnecessário.

É muita vaidade para pouco chapéu, roupa colorida e penacho. É muito dinheiro gasto com cursos e com iniciações ineficazes e enganadoras, destituídas do fundamento ancestral e distantes da real essência de Umbanda.

Têm-se dado o título de “Mestre” a muitos homens e a muitos espíritos falhos, colocando-os numa posição de destaque, elevando-os num pedestal, numa superioridade a qual, definitivamente, não possuem, como bem fora alertado por Zarthú (que se constrange, assim como muitos outros amigos espirituais, ao serem chamados de “mestre” por alguns encarnados idólatras), quando as grandes massas de médiuns despreparados e “desenvolvidos” se esquecem de quem verdadeiramente é digno de receber esse título, pela sua simplicidade e pelos seus feitos: Jesus de Nazaré. E, esquecem-se de que não existe e nunca vai existir Umbanda sem a presença de Jesus, que orienta o seu movimento na Terra, enquanto dirigente espiritual de nosso Planeta.

Antes de ser médium deste ou daquele líder famoso, desta ou daquela casa, centro, tenda ou terreiro, deve-se tomar a consciência de que todos os médiuns devem ser, antes de tudo, médiuns de Jesus. Mas, a Sua excelsa figura é desvalorizada e esquecida no atual movimento umbandista, bem como a do Caboclo das Sete Encruzilhadas e de Zélio de Moraes, pois a vaidade e o ego reinam absolutos nos corações e nas mentes invigilante de centenas de médiuns despreparados, infantis, mentirosos e mercenários que pululam no movimento, que, agora tão maculado por invenciones e pelo comércio religioso, como bem nos alertara o Plano Maior, passará por fases de reciclagem e renovação, na qual se separa, gradativamente, o “joio do trigo”.

Reflitamos acerca dessas questões e lembremos que Jesus caminhava por entre os desequilibrados sem contaminar-se na lama pútrida dos comportamentos degradantes as quais praticavam os infelizes. Muitos médiuns de hoje são os fariseus de ontem que, remontando ao seu comportamento atávico, acabam poluindo o movimento umbandista e desviando muitos indivíduos, que, carentes de informação e de uma rota segura, e ainda extremamente dependentes da figura sacerdotal, caem em garras inescrupulosas, manipulados à maneira de fantoches por mentes cruéis, quando, sem o saberem, tais “líderes”, “magos” ou “sacerdotes” são, igualmente, conduzidos por mãos invisíveis que tentam, a todo custo, massacrar a luz da esperança da qual a Umbanda e seus verdadeiros trabalhadores acendem nos corações aflitos.

A quem, então, na condição de médiuns, estamos servindo?
De que forma temos nos deixado influenciar pelas manipulações mentais e ideológicas de certos líderes que, a serviço de espíritos descompromissados com o Bem, agem infiltrados no movimento umbandista?
Meditemos nestas questões e tenhamos cautela.

(Texto intuído pelo espírito Zarthú).
Eloy Augusto. 06/05/2015.

Os Orixás e as pedras

No estudo de hoje, objetivamos tratar da relação entre certos tipos de minerais e a energia dos Orixás, uma vez que essas pedras são utilizadas em variadas atividades: nos tratamentos espirituais na Umbanda, terapias reikianas e holísticas. Pautamos, assim, as nossas considerações, em nossa vivência mediúnica e no fruto de estudos e reflexões acerca do emprego dessas pedras, sem o desejo de esgotarmos o assunto ou sermos um ponto-final para o mesmo. Portanto, ao falarmos do emprego desses minerais, remontamos às civilizações da Antiguidade, desde o Egito, a Índia e a Grécia, onde determinadas pedras atendiam às funções mágico-religiosas desses (e outros) povos, empregadas em cerimonias religiosas, com estrutura rito-litúrgica variada, com fins de purificação, consagração ou iniciação, servindo na confecção de amuletos, altares ou assentamentos, onde, após o processo de magnetização e ativação de seu potencial energético, desempenhavam funções específicas, passando a atuar nas estruturas física, etérica, astralina, mental e emocional. E ainda hoje, assim o é.

Os minerais, num geral, possuem propriedades energéticas variadas e eficazes para tratamentos diversos, dado seu alto potencial curativo, atuando nos órgãos do corpo físico, nas energias do duplo etérico, nos chacras do perispírito, na aura humana, nas emoções e no fluxo dos pensamentos. E, por suas características energéticas, seu emprego em certos tratamentos e sua ligação com determinados chacras ou órgãos, associa-se a força dos Orixás, devido aos seus elementos formadores e o sentido na qual são capazes de trabalhar num indivíduo. Portanto, podemos explicar, por exemplo: que rochas com grande quantidade de ferro em sua composição, como a magnetita e a hematita, são pedras de Ogum; as brancas, capazes de promover a purificação e a limpeza energética, como o quartzo branco, a selenita ou a dolomita, são de Oxalá; as rochas magmáticas, cuja formação tenha, intensamente, o elemento do ar e do fogo, pertencem a Xangô e Iansã, como a calcita laranja, granadajaspe ou a ágata de fogo.

Precisamos compreender que o emprego dessas pedras e sua correspondência com determinados Orixás, contudo, não é algo imutável, visto que é passível de interpretações diferentes, de acordo com o entendimento de cada médium, Espírito ou vertente umbandista, esoterista, espiritualista ou religiosa. E, para ilustrar essa questão, vamos citar o exemplo do quartzo-rosa, que coopera nos tratamentos de doenças do sistema sanguíneo, do coração e dos órgãos reprodutivos; no campo psicoemocional, auxilia a melhorar estados depressivos, de ansiedade ou pânico, estimulando o autoperdão e o autoamor. É uma pedra ligada ao chacra cardíaco e, na Umbanda que conheci, é consagrada a Oxum – Orixá que irradia o sentido do Amor Divino na Criação.

Com base nessas informações, propomos o seguinte: no Candomblé, uma das cores consagradas a Oyá-Iansã, é o cor-de-rosa. Já vi certos iniciados dessa Orixá se utilizarem do quartzo-rosa na confecção de seus fios-de-conta, seguindo, pois, o padrão de cores desta religião. Estaria errado isso? De que forma essa pedra seria utilizada, uma vez consagrada para Oyá-Iansã? Muito bem, vamos refletir: na África, de posse das informações do livro Orixás, de Pierre Verger, encontramos que “Oyá é a divindade dos ventos, das tempestades e do rio Níger que, em iorubá, chama-se Odò Oyá”, ou seja, “rio Oyá”, sendo ela, assim, a princípio, uma deidade das águas doces (assim como Oxum, Iyewá, Iemanjá e Obá).
E, além disso, por acaso, mãe Oyá-Iansã não pode irradiar o amor, dentro da Lei? Reflitamos também no caso do “entrecruzamento vibratório” entre ambas as Orixás na Umbanda, onde pode haver mãe Oxum da Lei ou mãe Oyá-Iansã do Amor. Sendo que, no Candomblé, temos uma deidade chamada Ònìrá, cujo culto, no Brasil, mesclou-se ao de Oyá-Iansã: – ela é uma ninfa das águas, uma Orixá guerreira que tem muito fundamento (ou seja, ligação) com Oxum e com Oyá-Iansã, com as nascentes de água doce e com o ar. Assim, é compreensível consagrar-lhe fios-de-conta com quartzo-rosa ou coloca-los na confecção de seus assentamentos, bem como à própria Oyá-Iansã.

Tratamos desse assunto para ilustrar que toda visão absolutista é falha, pois podemos reinterpretar certas questões no meio magístico-religioso (como é o caso da Umbanda e do Candomblé) e o uso desse ou daquele elemento ritual-magístico, oportunizando-nos a expansão da nossa visão e de nossos conceitos.
O que é, afinal, certo ou errado, no emprego desse ou daquele elemento de rito? As interpretações variam e precisamos despertar para a convivência fraterna e tolerante com práticas diferentes daquelas que elegemos como as mais adequadas às nossas consciências, pois, quando nos damos à oportunidade de enxergar com os olhos do outro, também aperfeiçoamos e agregamos na nossa vivência, na nossa forma de praticar e nos nossos conceitos acerca da religião e da Espiritualidade.

Para fortalecer minhas considerações, vou dar outro exemplo dessa diversidade: o chacra frontal é ligado a Iemanjá, mas, na Umbanda que conheci, era regido por Orixá Oxóssi, pois, na visão dessa casa, por ele ser o regente do Trono do Conhecimento e um Orixá expansor do intelecto, melhor enquadrava-se no estímulo desse chacra, enquanto Iemanjá seria regente do chacra básico, uma vez que ela seja regente do Trono da Geração – a capacidade de gerar vida, coisas boas e etc.; ao passo que, na “Umbanda Iniciática Esotérica”, da raiz da Pai Guiné (W.W Da Matta e Silva), o chacra básico é regido por Yorimá; e Oxóssi, o esplênico.

Assim, a pedra turquesa, de acordo com a casa que estudei, era uma pedra azul consagrada à mãe Iemanjá; porém, relaciona-se com o chacra laríngeo (que, na visão dessa casa, era regido por Ogum). No Candomblé, contudo, as cores consagradas ao Orixá Oxóssi são os tons de azul claro, como o turquesa, sendo muito comum a confecção de fios-de-conta para esse Orixá, com essa pedra. Estaria de alguma forma, errado? Para essa análise, devemos nos reportar a função e aplicação energética desse mineral que: ligado ao chacra laríngeo atua no corpo físico, no auxílio a doenças respiratórias. No psicoemocional, estimula o mental para ideias otimistas sobre o futuro, pois clareia os pensamentos e o raciocínio, dando novas perspectivas de vida e fortalecendo a memória, a criatividade artística, a inspiração, a boa comunicação e a expressão do indivíduo com o meio em que vive.
E, analisando essas características, vemos que tem tudo haver com a energia irradiada por Oxóssi (expansão), por Iemanjá (enquanto senhora da mente e da cabeça, a Iyá Òrí, ou seja, mãe da cabeça, e também no sentido de ‘geração’) e pelo Orixá Ologun Edé, filho mítico do Orixá Ibualamô. E, uma vez que seja uma pedra do chacra laríngeo, poderíamos atribuí-la, também, a pai Ogum, na sua força criadora! E igualmente à força de Yori, que na Umbanda Iniciática Esotérica, é a linha das Crianças, que tem a regência, igualmente, do laríngeo. O mais legal: vemos que a força irradiada pelas Crianças, na Umbanda, tem tudo haver com os estímulos psicoemocionais dessa pedra, que podemos, igualmente, lhes consagrar.

Assim, após essas análises, que em nada esgotam um tema tão fascinante e amplo, como é a relação dos Orixás com os chacras e com os elementos rito-litúrgicos e magísticos, na diversidade do meio religioso umbandista e afro-brasileiro, finalizamos esse texto, sempre pedindo ao leitor para refletir e para questionar sempre, reconhecendo que toda verdade é relativa e que práticas diferentes das nossas significam interpretações diferentes de um mesmo Sagrado, e não uma forma errada de cultuá-lo.

Finalizo, assim, esse texto, com a célebre frase de Allan Kardec, na Revista Espírita de Setembro de 1866: “Para bem conhecer uma coisa, é preciso tudo ver, tudo aprofundar, comparar todas as opiniões, ouvir os prós e os contras”.

Eloy Augusto. 13/07/2015.

Mensagem Exu Guardião


“Decerto não seremos aquinhoados por facilidades deliciosas, num mundo onde a ignorância ainda estabelece lamentáveis prisões, mas sigamos felizes no encalço das obrigações que nos competem, conscientes de que Jesus, amoroso e previdente, já seguiu adiante de nós” – Emmanuel, no livro Vinha de Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Existe muita barganha com o Astral, com a mediunidade e com a própria Umbanda.
Barganha e muito interesse material rondando o exercício mediúnico, como se nós, Espíritos, tivéssemos, desse lado de cá da vida, a obrigação única de sanar todos os problemas que afligem nossos médiuns ou lhes favorecer diante das dificuldades comuns da vida material, privilegiando-os apenas por serem nossos tutelados.
Inúmeras são as queixas nesse sentido na repetição de velhos hábitos religiosos oriundos dos petitórios infantis que olvidam o esforço próprio e o aprimoramento de si mesmos nas batalhas da vida terrena.
Ser médium não é privilégio. É obrigação para com a própria consciência, é sacro-ofício, é dever muito confundido com poderes sobrenaturais que alguns ostentam, sem verdadeiramente possuírem, para satisfação egoística e vaidosa da própria personalidade.
Qual a finalidade dos “trabalhos” que visam a “abertura de caminhos”? Notadamente com obtenção financeira por parte de quem o executa em muitos casos, não há, em absoluto, um despertamento de consciência para com o “favorecido” deste trabalho acerca de sua própria responsabilidade na vida que Deus lhe concedera, que busca resolver sua problemática com o menor esforço possível.
Naturalmente que nós, Espíritos, interferimos consideravelmente na matéria, e isso não significa retirar de nossos médiuns as provas e privações que lhes constituem oportunidade de aprendizado e renovação interior na caminhada que lhe é própria.
O exemplo de moral cristã mais elevado para o povo brasileiro fora o médium mineiro, espírita-cristão, Francisco Cândido Xavier, que não obstante sua admirável produção mediúnica e todas as obras caritativas por ele erguidas e inspiradas, vivera em extrema humildade e desencarnara em condições simples, sem as vantagens transitórias a que muitos médiuns nos exigem.
Ser tutelado deste ou daquele Guia não garantirá a obtenção de lucros materiais, de uma vida luxuosa e próspera, com a direito a bens vários, para gozo do indivíduo imaturo e que não batalhou para a conquista destas condições materiais; existe, quanto a isso, muita ilusão, pois, se observa, atualmente, muitos pseudomédiuns e pseudosacerdotes influentes que vivem da religião, da exploração de incautos, de cursos e iniciações, a que fazem verdadeiro comércio, que contaminaram o meio umbandista com ideias errôneas e materialistas de que nós, Espíritos, temos que “dar caminho” (prosperidade) para nossos tutelados, sem o qual não teríamos a “força”, o “axé”, a qual, pretensiosamente, nos conferem ou não...
Se esquecem, em absoluto, da postura e da vida do fundador encarnado da religião de Umbanda, Zélio de Moraes, que também nos exemplifica o caminho a ser seguido: a gratuidade na prática mediúnica, o respeito para com nós (Espíritos) no trabalho desenvolvido em parceria, a caridade desinteressada e a fé inabalável, não obstante todos os problemas de ordem material, comuns a todos os seres humanos encarnados na Terra.
Naturalmente que atuamos constantemente no sentido de auxiliar nossos tutelados em seu desenvolvimento pessoal na matéria, no seu fortalecimento diante das provas e privações que lhes cabe passar, por imperativo da Lei Cármica, como o são as privações materiais e dificuldades financeiras; os problemas afetivos, de relacionamento ou sexualidade; as doenças regenerativas e as dificuldades de relacionamento familiar, na qual sempre constituem oportunidades de grande valor para o progresso do Espírito.
Muitos médiuns se perturbam facilmente ante as dificuldades da Vida sem o desenvolvimento necessário da resignação, da humildade, do perdão, da fé e de outras virtudes que constituem pilares fundamentais no entendimento da Vida e de si mesmo, por se manterem com uma visão imediatista das experiências pela qual passam, mantendo-se cativos de ideias infantis a respeito de trabalho que desenvolvemos, esquecendo que o principal papel de uma religião e da própria interação com os Espíritos é a transformação moral do Ser e a elevação da consciência a Deus...
Portanto, apenas com o amadurecimento de determinadas questões e com o devido entendimento do papel da existência do plano material e o porquê de determinadas experiências, é que podeis despertar para uma vivência mais salutar, sem cobranças infrutíferas, sem queixumes desnecessários, sem o pessimismo que atrasa, cada vez mais, a caminhada terrena.
Não quereis ser ou ter além daquilo que a Vida vos ofertou: é dever do Homem o trabalhar e o se aperfeiçoar para a obtenção de uma vida de qualidade, sadia e com o conforto possível, a qual sempre abençoamos as iniciativas de nossos médiuns, prevalecendo, para isso, o esforço individual de cada um, a qual seja: a administração consciente dos bens e do dinheiro que possui, a tomada de decisões adequada para cada situação, o aperfeiçoamento profissional constante, o estabelecimento de laços afetivos construtivos e saudáveis, dentre muitos outros fatores, a criar as causas-condições imprescindíveis para uma vida equilibrada, a qual muitos sonham, mas não batalham para ter.
De nada vale os “pactos” de baixa magia nesse sentido, promovidos por “ebós”, “sacudimentos” ou “trabalhos” para abertura de caminhos, que, no mais das vezes, sem o esforço do Ser, de nada funcionam, não atingindo, de forma milagrosa, aquilo que a pessoa almeja, além de acorrenta-lo a Espíritos de baixa moral e índole duvidosa, a qual se utilizam de determinadas práticas para fazerem seus prosélitos...
Analisem, assim, as suas intenções interiores na prática mediúnica na Lei de Umbanda, se estão verdadeiramente comprometidos com a caridade e com o alívio das dores alheias, ou se buscam privilegiar-se com “favores” do além-túmulo para obtenção de coisas que, no mais das vezes, constituem caprichos de seus egos ainda muito infantis e acrisolados às sensações materiais, de prazer e poder...

Exu Rei Das Sete Encruzilhadas.
Texto intuitivo pelo médium Eloy Augusto. São Paulo, 28/03/2018.