quarta-feira, 28 de março de 2018

O movimento umbandista e os falsos profetas


“Mestre? O único a quem devemos chamar de mestre é a Jesus. Podes, se o quiseres, me chamar de irmão” – Espírito Zarthú (Outubro/2014).

É com essa frase do amigo árabe, que iniciamos nossas considerações, com o intuito de levar o questionamento de algumas situações que temos observado no decorrer desses anos no que tange às experiências religiosas. E, sem nos atermos ao nome do amigo espiritual que nos orientara em certa feita, pois que faz parte de extenso agrupamento de benfeitores, meditemos no objetivo central deste artigo, que nos convida, agora, a devida reavaliação de alguns pontos a serem analisados e, se possível, discutidos, principalmente acerca do movimento umbandista.

De qual maneira, tem o movimento umbandista atual, nos prejudicado a vida, o equilíbrio íntimo ou as relações sociais, sem que o desconfiemos? Esse é um questionamento que nos deve levar a olharmos para dentro de nós mesmos e, com sinceridade, confrontarmos questões que ainda vingam em nosso meio religioso, espalhando as sementes do separativismo e da desordem, pois que notamos graves distúrbios ideológicos, morais e psíquicos, em muitos médiuns, em consequência da formatação provinda de certos “líderes” que intentam o domínio da mente humana.

Acentuada é a quantidade de médiuns que, ávidos por iniciações, poderes e títulos sacerdotais, assemelham-se às ingênuas ovelhas que marcham de encontro ao lobo faminto, caindo em suas garras perversas, quando, todo o excesso de ritualismo e de dogmatismo representa um distanciamento da verdadeira essência da Umbanda: a prática da caridade desinteressada. Não se trata aqui, pois, de discutir acerca da pluralidade rito-litúrgica que a Umbanda apresenta, em virtude de seu universalismo, mas tomar nota do desregramento de centenas de indivíduos, pois não é um “diploma” de sacerdote que fará o mesmo, mas apenas a investigação e o estudo constantes, aliados a vivência, provada pela ação do tempo, em uma casa umbandista séria, é que pode-se formar pessoas capazes e sensatas a administrar uma comunidade. E, invariavelmente, de nada adiantará o “diploma sacerdotal”, o “mistério” ou o “desenvolvimento” se o indivíduo não apresenta-se com compromisso cármico e/ou a sensibilização mediúnica para trabalhar, ativamente, dentro da Umbanda.

Mediunidade todos nós temos, nos dois planos de vida; mas, mediunidade de trabalho é algo diferente e distinto da mediunidade natural de todo ser humano, pois apresenta-se na forma de um compromisso na qual o indivíduo deverá esforçar-se em seu aprimoramento moral, a fim de buscar auxiliar os espíritos que lhe buscam o concurso amigo, de maneira disciplinada.

O quê não deve ocorrer – e, infelizmente, muitos espíritas e umbandistas têm feito – é desenvolver-se uma mediunidade que não existe, ou seja, quando os sintomas apresentados por um indivíduo, é fruto de um processo obsessivo, muitas vezes confundido com o desabrochamento das faculdades anímicas. Além disso, mediunidade desequilibrada não deve ser levada ao seu desenvolvimento sob o discurso enganador de quê “trabalhando resolve-se”, pois, no mais das vezes, quando tal ocorre, é oportunidade perfeita para a manifestação dos obsessores ou perseguidores à guisa de “mentores” ou “guias espirituais”, através do canal que fora imprevidentemente aberto pelo “desenvolvimento” desnecessário.

É muita vaidade para pouco chapéu, roupa colorida e penacho. É muito dinheiro gasto com cursos e com iniciações ineficazes e enganadoras, destituídas do fundamento ancestral e distantes da real essência de Umbanda.

Têm-se dado o título de “Mestre” a muitos homens e a muitos espíritos falhos, colocando-os numa posição de destaque, elevando-os num pedestal, numa superioridade a qual, definitivamente, não possuem, como bem fora alertado por Zarthú (que se constrange, assim como muitos outros amigos espirituais, ao serem chamados de “mestre” por alguns encarnados idólatras), quando as grandes massas de médiuns despreparados e “desenvolvidos” se esquecem de quem verdadeiramente é digno de receber esse título, pela sua simplicidade e pelos seus feitos: Jesus de Nazaré. E, esquecem-se de que não existe e nunca vai existir Umbanda sem a presença de Jesus, que orienta o seu movimento na Terra, enquanto dirigente espiritual de nosso Planeta.

Antes de ser médium deste ou daquele líder famoso, desta ou daquela casa, centro, tenda ou terreiro, deve-se tomar a consciência de que todos os médiuns devem ser, antes de tudo, médiuns de Jesus. Mas, a Sua excelsa figura é desvalorizada e esquecida no atual movimento umbandista, bem como a do Caboclo das Sete Encruzilhadas e de Zélio de Moraes, pois a vaidade e o ego reinam absolutos nos corações e nas mentes invigilante de centenas de médiuns despreparados, infantis, mentirosos e mercenários que pululam no movimento, que, agora tão maculado por invenciones e pelo comércio religioso, como bem nos alertara o Plano Maior, passará por fases de reciclagem e renovação, na qual se separa, gradativamente, o “joio do trigo”.

Reflitamos acerca dessas questões e lembremos que Jesus caminhava por entre os desequilibrados sem contaminar-se na lama pútrida dos comportamentos degradantes as quais praticavam os infelizes. Muitos médiuns de hoje são os fariseus de ontem que, remontando ao seu comportamento atávico, acabam poluindo o movimento umbandista e desviando muitos indivíduos, que, carentes de informação e de uma rota segura, e ainda extremamente dependentes da figura sacerdotal, caem em garras inescrupulosas, manipulados à maneira de fantoches por mentes cruéis, quando, sem o saberem, tais “líderes”, “magos” ou “sacerdotes” são, igualmente, conduzidos por mãos invisíveis que tentam, a todo custo, massacrar a luz da esperança da qual a Umbanda e seus verdadeiros trabalhadores acendem nos corações aflitos.

A quem, então, na condição de médiuns, estamos servindo?
De que forma temos nos deixado influenciar pelas manipulações mentais e ideológicas de certos líderes que, a serviço de espíritos descompromissados com o Bem, agem infiltrados no movimento umbandista?
Meditemos nestas questões e tenhamos cautela.

(Texto intuído pelo espírito Zarthú).
Eloy Augusto. 06/05/2015.

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