quarta-feira, 28 de março de 2018

Mensagem Exu Guardião


“Decerto não seremos aquinhoados por facilidades deliciosas, num mundo onde a ignorância ainda estabelece lamentáveis prisões, mas sigamos felizes no encalço das obrigações que nos competem, conscientes de que Jesus, amoroso e previdente, já seguiu adiante de nós” – Emmanuel, no livro Vinha de Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Existe muita barganha com o Astral, com a mediunidade e com a própria Umbanda.
Barganha e muito interesse material rondando o exercício mediúnico, como se nós, Espíritos, tivéssemos, desse lado de cá da vida, a obrigação única de sanar todos os problemas que afligem nossos médiuns ou lhes favorecer diante das dificuldades comuns da vida material, privilegiando-os apenas por serem nossos tutelados.
Inúmeras são as queixas nesse sentido na repetição de velhos hábitos religiosos oriundos dos petitórios infantis que olvidam o esforço próprio e o aprimoramento de si mesmos nas batalhas da vida terrena.
Ser médium não é privilégio. É obrigação para com a própria consciência, é sacro-ofício, é dever muito confundido com poderes sobrenaturais que alguns ostentam, sem verdadeiramente possuírem, para satisfação egoística e vaidosa da própria personalidade.
Qual a finalidade dos “trabalhos” que visam a “abertura de caminhos”? Notadamente com obtenção financeira por parte de quem o executa em muitos casos, não há, em absoluto, um despertamento de consciência para com o “favorecido” deste trabalho acerca de sua própria responsabilidade na vida que Deus lhe concedera, que busca resolver sua problemática com o menor esforço possível.
Naturalmente que nós, Espíritos, interferimos consideravelmente na matéria, e isso não significa retirar de nossos médiuns as provas e privações que lhes constituem oportunidade de aprendizado e renovação interior na caminhada que lhe é própria.
O exemplo de moral cristã mais elevado para o povo brasileiro fora o médium mineiro, espírita-cristão, Francisco Cândido Xavier, que não obstante sua admirável produção mediúnica e todas as obras caritativas por ele erguidas e inspiradas, vivera em extrema humildade e desencarnara em condições simples, sem as vantagens transitórias a que muitos médiuns nos exigem.
Ser tutelado deste ou daquele Guia não garantirá a obtenção de lucros materiais, de uma vida luxuosa e próspera, com a direito a bens vários, para gozo do indivíduo imaturo e que não batalhou para a conquista destas condições materiais; existe, quanto a isso, muita ilusão, pois, se observa, atualmente, muitos pseudomédiuns e pseudosacerdotes influentes que vivem da religião, da exploração de incautos, de cursos e iniciações, a que fazem verdadeiro comércio, que contaminaram o meio umbandista com ideias errôneas e materialistas de que nós, Espíritos, temos que “dar caminho” (prosperidade) para nossos tutelados, sem o qual não teríamos a “força”, o “axé”, a qual, pretensiosamente, nos conferem ou não...
Se esquecem, em absoluto, da postura e da vida do fundador encarnado da religião de Umbanda, Zélio de Moraes, que também nos exemplifica o caminho a ser seguido: a gratuidade na prática mediúnica, o respeito para com nós (Espíritos) no trabalho desenvolvido em parceria, a caridade desinteressada e a fé inabalável, não obstante todos os problemas de ordem material, comuns a todos os seres humanos encarnados na Terra.
Naturalmente que atuamos constantemente no sentido de auxiliar nossos tutelados em seu desenvolvimento pessoal na matéria, no seu fortalecimento diante das provas e privações que lhes cabe passar, por imperativo da Lei Cármica, como o são as privações materiais e dificuldades financeiras; os problemas afetivos, de relacionamento ou sexualidade; as doenças regenerativas e as dificuldades de relacionamento familiar, na qual sempre constituem oportunidades de grande valor para o progresso do Espírito.
Muitos médiuns se perturbam facilmente ante as dificuldades da Vida sem o desenvolvimento necessário da resignação, da humildade, do perdão, da fé e de outras virtudes que constituem pilares fundamentais no entendimento da Vida e de si mesmo, por se manterem com uma visão imediatista das experiências pela qual passam, mantendo-se cativos de ideias infantis a respeito de trabalho que desenvolvemos, esquecendo que o principal papel de uma religião e da própria interação com os Espíritos é a transformação moral do Ser e a elevação da consciência a Deus...
Portanto, apenas com o amadurecimento de determinadas questões e com o devido entendimento do papel da existência do plano material e o porquê de determinadas experiências, é que podeis despertar para uma vivência mais salutar, sem cobranças infrutíferas, sem queixumes desnecessários, sem o pessimismo que atrasa, cada vez mais, a caminhada terrena.
Não quereis ser ou ter além daquilo que a Vida vos ofertou: é dever do Homem o trabalhar e o se aperfeiçoar para a obtenção de uma vida de qualidade, sadia e com o conforto possível, a qual sempre abençoamos as iniciativas de nossos médiuns, prevalecendo, para isso, o esforço individual de cada um, a qual seja: a administração consciente dos bens e do dinheiro que possui, a tomada de decisões adequada para cada situação, o aperfeiçoamento profissional constante, o estabelecimento de laços afetivos construtivos e saudáveis, dentre muitos outros fatores, a criar as causas-condições imprescindíveis para uma vida equilibrada, a qual muitos sonham, mas não batalham para ter.
De nada vale os “pactos” de baixa magia nesse sentido, promovidos por “ebós”, “sacudimentos” ou “trabalhos” para abertura de caminhos, que, no mais das vezes, sem o esforço do Ser, de nada funcionam, não atingindo, de forma milagrosa, aquilo que a pessoa almeja, além de acorrenta-lo a Espíritos de baixa moral e índole duvidosa, a qual se utilizam de determinadas práticas para fazerem seus prosélitos...
Analisem, assim, as suas intenções interiores na prática mediúnica na Lei de Umbanda, se estão verdadeiramente comprometidos com a caridade e com o alívio das dores alheias, ou se buscam privilegiar-se com “favores” do além-túmulo para obtenção de coisas que, no mais das vezes, constituem caprichos de seus egos ainda muito infantis e acrisolados às sensações materiais, de prazer e poder...

Exu Rei Das Sete Encruzilhadas.
Texto intuitivo pelo médium Eloy Augusto. São Paulo, 28/03/2018.

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