Dependendo dos nossos semelhantes, em nossa trajetória para a vanguarda
coletiva, à maneira dos mundos que se deslocam no Espaço, influenciados
pelos astros que os cercam, agimos e
reagimos uns sobre os outros, através da energia mental em que nos
renovamos constantemente, criando, alimentando e destruindo formas e situações,
paisagens e coisas, na estruturação dos nossos destinos.
Nossa mente é, destarte, um
núcleo de forças inteligentes, gerando plasma sutil que, a exteriorizar-se
incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa
imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios.
A ideia é um ser organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá
forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção.
Do conjunto de nossas ideias
resulta a nossa própria existência (...) Examinando, pois, os valores anímicos
como faculdades de comunicação entre os Espíritos, qualquer que seja o plano em
que se encontrem, não podemos perder de vista o mundo mental do agente e do
recipiente, porquanto, em qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva
está sujeita às possibilidades e à coloração dos pensamentos em que vive, e a inteligência
emissora jaz submetida aos limites e às interpretações dos pensamentos que é
capaz de produzir (...) Em mediunidade, portanto, não podemos olvidar o
problema da sintonia.
Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por
eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme
o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas,
quaisquer que sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível
enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais,
os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais
Altas, através dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências.
Procederam acertadamente
aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.
Refletimos as imagens que
nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que criamos.
E, como não podemos fugir ao imperativo da
atração, somente retrataremos a claridade e a beleza, se instalarmos a beleza e
claridade no espelho de nossa vida íntima.
Os reflexos mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação
ou nos impulsionam a jornada para a frente, porque cada criatura humana vive no
céu ou no inferno que edificou para si mesma, nas reentrâncias do coração e da
consciência, independentemente do corpo físico, porque, observando a vida em
sua essência de eternidade gloriosa, a morte vale apenas como transição entre
dois tipos da mesma experiência, no hoje imperecível.
Vemos a mediunidade em todos
os tempos e em todos os lugares da massa humana.
Missões santificantes e guerras destruidoras, tarefas nobres e
obsessões pérfidas, guardam origem nos reflexos da mente individual ou
coletiva, combinados com as forças sublimadas ou degradantes dos pensamentos de
que se nutrem.
Saibamos, assim, cultivar a
educação, aprimorando-nos cada dia.
Médiuns somos todos nós, nas
linhas de atividade em que nos situamos.
A força psíquica, nesse ou
naquele teor de expressão, é peculiar a todos os seres, mas não existe
aperfeiçoamento mediúnico sem acrisolamento da individualidade.
É contraproducente intensificar a movimentação da energia sem
disciplinar-lhe os impulsos (...) Mediunidade não basta só por si. É imprescindível
saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso
trabalho e ajuizar de nossa direção.
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