sábado, 27 de junho de 2020

Caminho da Umbanda - Zarthú, por Eloy Augusto



Caminho na Umbanda

Cada consciência se transforma e se dilata ao abrir-se a novas formas de compreensão da Vida, em mudança constante e progressista, rumo ao Infinito que é Deus.
            Dessa maneira, a cada rito propiciatório de abertura de consciência e de conexão com o Divino, o Espírito Imortal, ora encarcerado na matéria, realimenta-se da Fonte inesgotável do Criador, d’Ela recebendo os eflúvios vitais e benéficos, que transformando-o, lentamente, e de dentro pra fora, vão despertando-o para a sua Essência Divina e Imperecível, despertando no ser encarnado a Partícula Divina existente nas profundezas do Eu e modificando-o para a sua ascensão espiritual.
            O Homem, assim, passa a despertar seus potenciais divinos e aspira, a cada passo, reintegrar-se com o Todo Cósmico, que é o Pai-Mãe da Criação.
            A Umbanda, através dos seus variados e vastos ritos, plurais de conformidade com cada casa, região ou vertente, ajuda o homem nessa reintegração cósmica e consciencial, desde que, valorizando a bendita oportunidade, esteja disposto e engajado a enfrentar as batalhas íntimas, na mudança de si mesmo e na elevação de seu Espírito.
            Cada rito – desde a simples defumação até as consagrações iniciáticas que a Umbanda oferece – buscam essa comunhão com o Criador, fazendo o espírito encarnado esquecer-se, temporariamente, das mazelas do cotidiano e dos embates na matéria, para se reintegrar na verdadeira vida – a Vida Espiritual.
            Busquemos, dessa forma, ir além do senso comum sobre os Ritos, observando os pontos ocultos de nossa mente a serem transformados em contato com eles, a fim de penetrarmos a nossa Herança Divina, que nos pede, a cada momento, maior integração e vivência com a Causa Primária de Todas as Coisas, manifestando as potencialidades divinas nas vidas daqueles que compartilham conosco a caminhada, em luminosas expressões do amor, da fraternidade e da caridade.
            Os ritos, além da forma, são mecanismos de profunda modificação do consciente e do inconsciente – individual e coletivo – apaziguando as chagas psíquicas dessa e de outras encarnações, pois, em sua simplicidade, guardam profundos mecanismos de fortalecimento do Homem e do seu equilíbrio psicofísico, unindo-o com Seu Criador, através das forças naturais a serem movimentadas (as forças elementais do fogo, da água, da terra e do ar), enquanto manifestações do Todo Poderoso, tornando-o agente de transformação de sua própria existência, como de outras.
            O amaci (banho de ervas) recoloca a Consciência – Ori, Coroa – em sintonia com essa Essência – por muitos, chamado e conhecido como Orixás – reajustando-o em harmonia com a Partícula Celeste que jaz no fundo de sua alma e que lhe originou, desde sua mônada.
            Os pontos cantados, afora o seu significado espiritual profundo e a magia desempenhada, restabelecem nos painéis da mente, da memória ancestral do indivíduo, a recordação das paragens espirituais pelo qual os Homens transitaram, evocando a saudade do lar que se ama e se espera, novamente, alcançar.
            Dentre outros exemplos, podemos nos recordar, igualmente, das “flores de Obaluaiyê” – as pipocas – que se transformam de dentro pra fora, recordando aos filhos encarnados que a verdadeira e definitiva transformação começará sempre dentro de vossos corações e consciências.
            A Umbanda é mecanismo da Lei de Deus, como bem sabeis; é instrumento de caridade e de retificação kármica, mas, igualmente, é instrumento de elevação do Espírito Humano, operando nos níveis mais profundos da psique humana.
            Aproveitemos, portanto, toda oportunidade de servir; aproveitem, meus filhos, a oportunidade e a experiência bendita que a Umbanda vos enseja, na presente encarnação.
            Que o Cristo, Senhor do Mundo e Dirigente dessa Lei Suprema – Aumbandhan – Oxalá, nosso Pai, vos abençoe e ilumine na caminhada.

Zarthú.
Canalizado por: Eloy Augusto.
São Paulo/SP. 27/06/2020.