– Que ocorre, porém, quando os
encarnados não prestam atenção aos ensinamentos ouvidos?
– Sem dúvida, passam pelos
santuários da fé na condição de urnas cerradas. Impermeáveis ao bom aviso,
continuam inacessíveis à mudança necessária.
– Mas este mesmo fenômeno se
repete nas igrejas de outras confissões religiosas?
– Sim. A palavra desempenha significativo papel nas construções do espírito.
Sermões e conferências de sacerdotes e doutrinadores, em variados setores da
fé, sempre que inspirados no Infinito Bem, guardam o objetivo da elevação
moral.
O Assistente meditou um
instante e acrescentou:
– Entre os homens, porém, se
não é fácil cultivar a vida digna, é muito difícil habilitar-se a criatura à
morte libertadora. Comumente, desencarna-se a alma, sem que se lhe desagarrem
os pensamentos, enovelados em situações, pessoas e coisas da Terra.
A mente, por isso, continua
encarcerada nos interesses quase sempre inferiores do mundo, cristalizada e
enfermiça em paisagens inquietantes, criadas por ela mesma.
Daí o valor do culto religioso respeitável, formando ambiente propício
à ascensão espiritual, com indiscutíveis vantagens, não só para os Espíritos encarnados
que a ele assistem, com sinceridade e fervor, mas também para os desencarnados,
que aspiram à própria transformação.
Todos os santuários, em seus atos públicos, estão repletos de almas
necessitadas que a eles comparecem, sem o veículo denso, sequiosas de
reconforto.
Os expositores da boa palavra
podem ser comparados a técnicos eletricistas, desligando “tomadas mentais”,
através dos princípios libertadores que distribuem na esfera do pensamento.
Sorriu bem-humorado e
prosseguiu:
– Em razão disso, as entidades vampirizantes operam contra eles, muitas
vezes envolvendo-lhes os ouvintes em fluidos entorpecentes, conduzindo esses
últimos ao sono provocado, para que se lhes adie a renovação.
LIVRO NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, CAP. 4. FRANCISCO CÂNDIDO
XAVIER/ANDRÉ LUIZ. FEB.
*Grifos do Blog.
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