quinta-feira, 12 de abril de 2018

A Umbanda definida por Ramatís - Parte II



PERGUNTA: - Poderíeis usar de alguma linguagem comparativa, que nos sugerisse melhor entendimento sobre a situação atual da Umbanda?

RAMATÍS: - A Umbanda é como um grande edifício sem controle de condomínio, onde cada inquilino vive a seu modo e faz o seu entulho. Em consequência, o edifício mostra em sua fachada a desorganização que ainda lhe vai por dentro. As mais excêntricas cores decoram as janelas ao gosto pessoal de cada morador; ali existem roupas a secar, enfeites exóticos, folhagens agressivas, bandeiras, cortinas, lixo, caixotes, flores, vasos, gatos, cães, papagaios e gaiolas de pássaros numa desordem ostensiva. Debruçam-se nas janelas criaturas de toda cor, raça, índole, cultura, moral, condição social e situação econômica, enquanto ainda chega gente nova trazendo novo acervo de costumes, gostos, temperamentos e preocupações, que em breve tentam impor aos demais.
Malgrado a barafunda existente, nem por isso é aconselhável dinamitar o edifício ou embarga-lo, impedindo-o de servir a tanta gente em busca de um abrigo e consolo para viver a sua experiência humana. Evidentemente, é bem mais lógico e sensato firmar as diretrizes que possam organizar a vivência proveitosa de todos os moradores em comum, através de leis e regulamentos formulados pela direção central do edifício, e destinados a manter a disciplina, o bom gosto e a harmonia desejáveis.

PERGUNTA: - Quereis dizer que, apesar da confusão atual reinante na Umbanda, ela tende para a sua unidade doutrinária, não é assim?

RAMATÍS: - Apesar dessa aparência doutrinaria heterogênea, existe uma estrutura básica e fundamental que sustenta a integridade da Umbanda, assim como um edifício sob a mais flagrante anarquia dos seus moradores mantém-se indestrutível pela garantia do arcabouço de aço.
Da mesma forma, o edifício da Umbanda, na Terra, continua indeformável em suas “linhas mestras”, bastando que os seus líderes e estudiosos orientem-se através da diversidade de formas exteriores, para em breve identificar essa unidade doutrinária iniciática. Os terreiros ainda lutam entra si e atacam-se mutuamente, em nome de princípios doutrinários e ritualísticos semelhantes, enquanto sacrificam a autenticidade da Umbanda, pela obstinação e pelo capricho da personalidade humana.
É tempo de os seus líderes abdicarem do amor-próprio, da egolatria e interesses pessoais, para pesquisarem sinceramente as “linhas mestras” da Umbanda, e não as tendências próprias e que então confundem, à guisa de princípios doutrinários.


LIVRO A MISSÃO DO ESPIRITISMO, psicografado por Hercílio Maes/Ramatís. Editora do Conhecimento.

*Grifos do Blog

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