Atentem para as mensagens que Deus está enviando para vocês, meus filhos. Em geral Deus nos fala sem palavras, e a sabedoria é transmitida sem a articulação da voz, mas somente com a experiência. Pai-velho já falou outras vezes do período de provas coletivas que a humanidade está enfrentando, e os agrupamentos religiosos, as casas espíritas serão ventiladas e visitadas com momentos graves, que representam este fogo renovador. Mas não esperem sair anjos forjados na fornalha da fé. Sairemos mais experientes após as lutas individuais e coletivas, só isso.
Não deem tanto valor e ouvido às intrigas, meus filhos; deixem de lado as fofocas e não valorizem tanto os conflitos desencadeados entre os irmãos. Vocês precisam confiar mais, ocupar mais o tempo de vocês com algo produtivo. Dar ouvido a conversas que não elevam, ou a intrigas, é como ficar parado no tempo, vendo a banda passar. E quando a banda do desequilíbrio passa, forma-se o bloco dos obsedados.
Vamos dar ouvidos a Jesus, meus filhos, ao trabalho. Sejamos a estação terminal da fofoca, do ciúme, da inveja e da intriga. Vocês já viram gente ocupada ter tempo para intrigas?
Nosso compromisso é com Jesus e com o bem. Ninguém espere encontrar companheiros perfeitos ou trabalhadores evangelizados. O que temos, na verdade, meus filhos, são instrumentos, ferramentas de trabalho que estão sendo lapidadas e preparadas à medida que são utilizadas na tarefa. Nada nem ninguém está acabado, pronto ou perfeito. Trabalhamos com vocês e os amamos da forma como se encontram. Não exigimos nem mesmo a transformação moral. Nós a incentivamos, mas sabemos respeitar cada um, o grau de maturidade espiritual de meus filhos. Não exigimos de vocês nada, porque quem ama não exige, apenas ama. Muito menos exigimos perfeição, uma vez que nós mesmos temos muito ainda a resolver dentro de nós.
Quando alguém exige de algum companheiro uma conduta perfeita, disciplinar, aquele que faz a exigência coloca-se na obrigação de se portar conforme o esperado do outro. Não temos aqui ninguém nessa condição, de perfeição. Nem os mentores que assistem vocês têm esse grau todo de adiantamento que vocês atribuem a eles. Estamos todos em processo de aprendizado, e convém usar de compreensão para com os companheiros que caminham junto de cada um.
Não importa o tanto que você errou ou julga errar, o importante é que a gente continue junto, procurando acertar.
Muitos abandonam o trabalho com medo de se contaminar; afastam-se da tarefa, criticando, então, aqueles com os quais dividiu a caminhada. Onde a amizade, meus filhos? Onde a cumplicidade das almas em evolução? Onde está, nessa atitude, a marca do amor? Permaneçamos juntos, apesar dos erros nossos e dos nossos companheiros, de vez que, se aqui estamos unidos e reunidos, é por necessidade de estabelecermos parceria, de acertarmos nossas diferenças.
A amizade verdadeira é dom de Deus. Se nós não desenvolvermos essa amizade entre nós e a compreensão advinda dela, meus filhos, não seremos dignos de ser chamados trabalhadores do Cristo. Ser irmão e amigo é estar presente tanto na alegria quanto na dor, nas dificuldades quanto nos acertos.
Ser amigo é compartilhar.
Ignoremos os espinhos, porque, sobre eles, as rosas desabrocham com perfume que inebria nossas almas. Fixemos o olhar nas flores, nos frutos, no lado bom de cada companheiro e saibamos valorizar aquilo que cada um traz de melhor em si.
Enfim, meus filhos, prossigamos unidos, embora não fundidos. Trabalhemos pela fraternidade, mas respeitemos a diversidade de formas e pensamentos. Alguém pensar diferente da gente não transforma a pessoa em inimiga do bem – que pretensão seria a nossa... Ninguém é robô para pensar e raciocinar tudinho igual. Graças a Deus há diversidade na criação; senão, meus filhos, a vida seria um tédio.
Incentivemos a caminhada, o desenvolvimento do raciocínio, mesmo que não pensemos igual e discordemos das ideias. Deus valoriza cada detalhe, e a completude é feita de pequenas partes.
Ame, compreenda e perdoe. Você não sabe em que situação estará amanhã e que porção da compreensão alheia você demandará.
(PAI JOÃO DE ARUANDA. MENSAGEM “SEM EXIGÊNCIAS”, do livro Sabedoria de Preto Velho, psicografado por Robson Pinheiro. Ed. Casa dos Espíritos).
*Grifos do Blog.
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