Lembrei quanto me
seria útil a colaboração de Narcisa e experimentei. Concentrei-me em fervorosa oração
ao Pai e, nas vibrações da prece, dirigi-me a Narcisa encarecendo socorro. Contava-lhe,
em pensamento, minha experiência dolorosa, comunicava-lhe meu proposito de
auxílio e insistia para que me não desamparasse.
Aconteceu, então,
o que não poderia esperar.
Passados vinte
minutos, mais ou menos, quando ainda não havia retirado a mente da rogativa, alguém
me tocou de leve no ombro.
Era Narcisa que
atendia, sorrindo:
- Ouvi seu apelo,
meu amigo, e vim ao seu encontro.
Não cabia em mim
de contentamento.
A mensageira do
bem fixou o quadro, compreendeu a gravidade do momento e acrescentou:
- Não temos tempo
a perder.
Antes de tudo,
aplicou passes de reconforto ao doente, isolando-o das formas escuras, que se
afastaram como por encanto. Em seguida, convidou-me com decisão:
- Vamos à Natureza.
Acompanhei-a sem
hesitação, e ela, notando-me a estranheza, acentuou:
- Não só o homem pode receber fluidos e
emiti-los. As forças naturais fazem o mesmo, nos reinos diversos em que se
subdividem. Para o caso do nosso enfermo, precisamos das árvores. Elas nos
auxiliarão eficazmente.
Admirado da lição
nova, segui-a, silencioso. Chegados a
local onde se alinhavam enormes frondes, Narcisa chamou alguém, com expressões que
eu não podia compreender. Daí a momentos, oito entidades espirituais
atendiam-lhe o apelo. Imensamente surpreendidos, via-a indagar da existência de mangueiras e eucaliptos. Devidamente
informada pelos amigos, que me eram totalmente estranhos, a enfermeira
explicou:
- São servidores comuns do reino vegetal, os irmãos que
nos atenderam.
E, à vista da
minha surpresa, rematou:
- Como vê, nada existe de inútil na Casa de
Nosso Pai. Em toda parte, se há quem necessite aprender, há quem ensine; e onde
aparece a dificuldade, surge a Providência. O único desventurado, na obra
divina, é o espírito imprevidente, que se condenou às trevas da maldade.
Narcisa manipulou, em poucos instantes, certa
substância com as emanações do eucalipto e da mangueira
e, durante toda a noite, aplicamos o remédio ao enfermo, através da respiração
comum e da absorção pelos poros.
(do livro NOSSO
LAR – André Luiz/Chico Xavier. FEB).
*Grifos do Blog
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