quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Dependência emocional por Pai João de Angola

Zanfio do coração, hoje nego quer falar pra vosmecê sobre a conduta que mais fragiliza energeticamente o ser humano: a dependência emocional.
Jesus ensinou sobre isso, dizendo assim:
“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem e onde os ladrões não minam nem roubam.”¹
Existem mesmo muitos ladrões e traças na vida energética. A forma como é construída uma relação humana determina o grau e a natureza da troca de energia que haverá entre as pessoas.
Analisemos três níveis de relacionamento que abrem as portas para processos de vampirismo energético entre humanos:
Existem as relações invasivas, marcadas por desrespeito à vontade e à escolha alheia. Nesse tipo de relação, é a nossa prepotência de supor o que é melhor para quem amamos que sobrecarrega a convivência com atritos e desgastes desnecessários.
Existem as relações tóxicas, que são aquelas nas quais o modo invasivo tornou-se uma rotina, adoecendo o relacionamento com ciúme, inveja, maus tratos e muita dominação, tornando as relações pesadas e possessivas.
E existem as relações destrutivas, que são formas de troca violentas e infelizes, as quais podem chegar à agressão física e à exploração do outro em todos os sentidos possíveis.
Em quaisquer desses níveis de relações sociais, há a presença do vampirismo energético, que produz doenças, contrariedades, abusos, vícios, manipulações, prisão e morte.
Diante desses quadros de enfermidade, deparamo-nos com uma questão essencial: As pessoas ficam muito preocupadas com quem lhes retira energia ou lhes faz algum mal por meio de magia, olho gordo, disputas e outras maldades enquanto deveriam questionar como elas próprias abrem as portas para que essa maldade do outro as atinja.
Cada um de nós é responsável pelo que acontece a si mesmo. Quando há esse exame das causas da perda energética do lado de fora, estamos agindo como se não fôssemos responsáveis pela nossa vida e, ao mesmo tempo, dando poder a outras pessoas para dirigir nossa existência.
Sabe por que outra pessoa lhe rouba a energia? Porque vosmecê lhe concede a chave para abrir a porta de sua vida interior e lhe permite ser invasiva, tóxica e destrutiva. E vosmecê faz o mesmo com muitas pessoas, porque tem dependência emocional em relação a elas.
Vamos registrar algumas frases típicas de dependência emocional: “Se meu filho morrer, eu morro com ele.”; “Você é a pessoa mais importante da minha vida.”; “Eu não sou capaz de viver sem você.”; “Se eu disser não a ele, me sinto muito culpado.”; “Só sou feliz quando ele(a) está comigo.”.
Os opressores usam o seu medo, a sua culpa, o seu ciúme, a sua limitação em se impor para tirar proveito.
Quando você entrega a alguém o direito de ser mais importante que você mesmo, sua vida está desprotegida.
Sem estima pessoal sólida, sem autoamor, a aura fica aberta às influencias da vida. Seu campo vibratório fica com baixa imunidade, vulnerável às piores situações, atraindo o pior em cada lugar por onde você passa.
Tome conte de todos os seus sentimentos como um patrimônio de raro valor em sua vida e não permita a ninguém ajuizar sobre o que cada um deles significa para o seu crescimento. Quem constrói autonomia garante a autoridade sobre sua própria vida e dispõe de força moral legítima para ser um motivador do progresso alheio e do bem de todos.
Fomos criados por Deus com recursos para sermos completos, independentes de outro ser da nossa raça. Mesmo com esse propósito celeste, por meio da vida em sociedade, cooperamos uns com os outros no desenvolvimento desses embriões de perfeição depositados na alma de cada um de nós. A finalidade da vida social é nutrir, ampliar, somar², e não desmerecer ou roer como traças nem roubar como ladrões.
O autoamor é o espaço interior a que Jesus se refere para guardarmos as nossas maiores preciosidades contra ladrões de forças e traças que deterioram as esperanças.
O autoamor é como um cofre protetor de segurança máxima, capaz de resguardar os nossos valores íntimos da loucura e da maldade alheia. Precisamos ter o segredo desse cofre bem guardado, sendo nós mesmos os únicos a saber como acessá-lo.
O autoamor é preservação, autonomia, independência e expressão do amor legítimo. Muitos de nós, que dizemos amar as pessoas com as quais criamos uma dependência emocional, temos de repensar muito esse amor que afirmamos, porque é lei da vida que, para amarmos o semelhante com o nosso melhor, é prioritário uma relação de amor conosco mesmo.
Quando dizemos amar sem aplicarmos amor a nós mesmos, na maioria dos casos, estamos projetando o nosso lado carente, medroso, possessivo e instável em alguma pessoa, para que ela tome conta de nossos sentimentos e se responsabilize pelo que achamos que não somos capazes de cuidar. Nesse quadro, o sentimento de amor fica contaminado pelas doenças da sombra interior.
Os fios ficam muito preocupados com a atuação de espíritos, que fazem com que seus corações fiquem sofridos de amor, mas a verdade é que os espíritos já não estão aguentando as traquinagens emocionais às quais muitos se submetem. Ficam preocupados em saber quem são os ladrões e as traças que lhes roubam e atrapalham a vida do lado de cá, mas não são capazes de gerenciar suas próprias emoções.
Estimem-se, meus fios! Valorizem suas vitórias.
Concedam-se o direito de ser feliz. Parem de mendigar o amor alheio. Façam-se merecedores de pessoas melhores. Limpem de suas mentes as ideias infelizes de que precisam aguentar alguém para serem felizes. Não tenham medo de serem rejeitados.
Quando nos amamos, atraímos as pessoas que merecem nosso amor. No entanto, se formos nosso próprio inimigo e nos tratarmos com negativismo, atrairemos apenas pessoas do mesmo teor de energias enfermas.

¹Mateus 6:19-20
²“Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados.” O Livro dos Espíritos, item 768.

Dependência emocional: a pior doença energética.
Pai João de Angola
Wanderley Oliveira. Livro “Fala, Preto Velho”. Ed. Dufaux.

Um comentário:

  1. Grande lição... Esses relacionamentos trazem muita dor e danos que levam tempo para serem reparados! Agradeço a Deus pela oportunidade do recomeço e por voce me enviar essas palavras!!!

    ResponderExcluir