Pergunta: - Que significa enfeitiçamento verbal?
RAMATÍS: - O
enfeitiçamento ou a bruxaria, na realidade, pode efetivar-se pela força do
pensamento, das palavras e através de objetos imantados, que produzem danos
a outras criaturas. O enfeitiçamento
verbal resulta de palavras de crítica antifraterna, maledicência, calúnia,
tradição à amizade, intriga, pragas e maldiçoes. A carta anônima e até mesmo a
reticência de alguém, quando, ao falar, dá azo a desconfiança ou dúvida sobre a
conduta alheia, isso é um ato de enfeitiçamento. O seu autor é responsável
perante a Lei do Carma e fica sujeito ao “choque de retorno” de sua bruxaria
verbal, segundo a extensão do prejuízo que venha a resultar das palavras ou
gestos reticenciosos desfavoráveis ao próximo.
A palavra tem
força, pois é o veículo de permuta do pensamento dos homens, os quais ainda
não se entendem pela telepatia pura, conforme acontece noutros planetas
adiantados[1]. Consoante a significação,
a intensidade e o motivo da palavra, ela também se reveste de igual cota de
matéria sutilíssima do éter-físico, sobre aquilo que ela define. Quando a
criatura fala mal de alguém, essa vibração mental atrai e ativa igual cota
dessas energias das demais pessoas que a escutam, aumentando o seu feitiço
verbal com nova carga malévola. Assim, cresce a responsabilidade do maledicente
pelo caráter ofensivo de suas palavras, à medida que elas vão sendo divulgadas
e apreciadas por outras mentes, atingindo então a vítima com um impacto mais
vigoroso do que o da sua força original. O malefício verbal segue o seu curso,
pessoa por pessoa, assim como a bola de neve se encorpa lançada abaixo!
A mobilização
de forças através do verbo é predominantemente criadora[2], é uma ação de feitiçaria de consideráveis prejuízos futuros para o
seu próprio autor, pois as palavras
despertam ideias e estas, pelo seu reflexo moral de “falar mal” de outrem,
produzem a convergência de forças repulsivas, as quais se acasalam à natureza
do pensamento e do sentimento, tanto de quem fala como de quem ouve. Sem dúvida,
esta espécie de bruxaria através de palavras, também varia conforma a culpa e a
responsabilidade da criatura.
Pergunta: - Há
fundamento de que as pragas e maldições também causam desgraças?
RAMATÍS: - O homem é um espírito ou núcleo espiritual,
que centraliza em si todos os tipos de forças imanentes aos diversos planos de
vida. O corpo físico é a vestimenta transitória de menos importância no
conjunto do homem, pois a energia que ali se condensa na forma de matéria,
força, incessantemente, a fuga e a libertação para retornar ao seu plano
original. Essa energia, aprisionada em todas as formas do mundo, produz na sua
exsudação permanente as diversas auras, que se compõem das radiações dos
objetos e seres. É a polarização resultante do impulso centrífugo da energia
condensada, tentando readquirir a sua vivência normal ou estado de absoluta
liberdade.
Quando o
espírito pensa, ele agita todos os campos de força que baixaram vibratoriamente
até atingirem o seu perispírito e o corpo físico; assim projeta em todas as
direções energias benfeitoras ou malévolas, criadoras ou destrutivas, segundo a
natureza de seus pensamentos e sentimentos. A palavra, portanto, é a
manifestação sonora, para o mundo exterior, do sentimento ou pensamento gerado
no plano oculto do ser. Deste modo, além dela constituir força duradoura, ainda
incorpora no seu trajeto as demais energias benéficas ou maléficas que, no seu curso, ativa e
desperta nas criaturas interessadas no mesmo assunto. Aliás, é tão sutil e
influente a palavra, que certas pessoas, devido a um sentido oculto, chegam a
pressentir quando alguém fala mal delas, e as deixa alertas contra algum perigo
iminente.
Ademais, as
palavras ainda conduzem algo do cunho particular ou psicológico da
característica individual do seu autor, quando são forjadas por sentimentos
censuráveis contra outrem.
- LIVRO MAGIA DE REDENÇÃO. RAMATÍS/HERCÍLIO MAES.
ED. DO CONHECIMENTO/1967.
[1] Vide o capítulo “Idioma, Cultura e Tradições”,
da obra A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores, Ramatís, Editora do
Conhecimento.
[2] “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus”, como elucida João Evangelista sobre o ato de “pensar”
e “materializar” divino. Vide o capítulo “Ante o Serviço”, da obra Nos Domínios
da Mediunidade, de André Luiz, edição da FEB, página 39, em que a praga
fraterna deu origem à paralisia do braço do filho desnaturado.
*Grifos do Blog.
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