sábado, 28 de novembro de 2015

Médium intuitivo e o animismo por Ramatís - 2

O médium, em verdade, também é uma personalidade destacada no tempo e no espaço, e não passa de criatura humana restrita ao campo de provas da Terra, (...) No intercâmbio mediúnico, ele ainda se vê obrigado a cingir-se à psicologia dos desencarnados com os quais se relaciona mais frequentemente e que, por isso, impõem-lhe um certo cunho pessoal. Consequentemente, o intelecto desenvolvido ou tardo do médium intuitivo e as suas concepções amplas ou as premeditações acanhadas, sobre a natureza da vida imortal, hão de influir fortemente nas comunicações dos desencarnados, quer restringindo-lhes, quer ampliando-lhes o curso das ideias projetadas do Além. Não resta dúvida de que o médium consciente sempre emoldura com sua índole psicológica e sua bagagem intelectual o conteúdo do que lhe é comunicado do outro mundo.

Pergunta: - Como poderíamos entender melhor essa questão de o médium intuitivo emoldurar o pensamento dos espíritos que se comunicam através dele?

RAMATÍS: - Ele estigmatiza os comunicados do Além, porque lhes inculca as suas peculiaridades e interpretações pessoais, tornando-os um prolongamento de sua própria personalidade humana. Quando o médium é criatura sentenciosa e sisuda, costuma restringir, nas suas comunicações com os desencarnados, os gracejos ou qualquer laivo de humorismo. Nesse caso, todos os espíritos que baixam por ele são graves, sisudos e conselheiros, malgrado depois de desincorporados sejam criaturas louçãs, espirituosas e alegres.

Na verdade, é o próprio médium que lhes impõe na filtragem mediúnica esse aspecto seu, todo pessoal, fazendo com que os espíritos comunicantes fiquem limitados a um cunho pesado, severo e tumular, embora sejam portadores doutro temperamento psicológico. Em sentido oposto, quando o médium consciente é criatura otimista e jovial, avessa aos dogmatismos filosóficos ou religiosos, é possível inverter-se o caso acima, pois os mesmos espíritos que, pelo medianeiro sisudo e pesado se mostram exageradamente circunspectos, tornam-se então de bom humor, sem formalismos ou preconceitos doutrinários do mundo material.


(Livro: Mediunismo. Hercílio Maes/Ramatís. Ed. Do Conhecimento.)

*Grifos do Blog

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