“Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” – Mateus, Cap. 4, V. 23.
Todo desequilíbrio orgânico promana da mente, de onde vertem forças deletérias incompatíveis com a paz do corpo. Cristo, o mensageiro da cura em todas as dimensões, prova-nos isto, percorrendo toda a Galiléia, ensinando elevados preceitos, como que num preparo, ambientando as almas a pensamentos puros, emanado de seus laboratórios mentais, em conexão com a natureza, pródiga e benfeitora, a nosso dispor.
Antes de qualquer toque nos doentes, anunciava a Boa Nova, instruía-os acerca das leis de Deus, e convidava os que se curavam pela Sua magnânima presença a não pecar mais, onde deduzimos que o erro gera distúrbios no universo celular, que o reparo depende fortemente da reforma das ideias, no escaninho da mente.
Jesus tinha o dom de curar, por excelência. Foi, quando na Terra, o Maior Médium Curador, bastando somente uma ordem, uma expressão visível, para que o enfermo ficasse livre das enfermidades. Sua fama, relata-nos o apóstolo Mateus neste tópico, correu por toda a Síria, de onde vieram inúmeros enfermos de todos os tipos, e foram todos curados por Ele, além de multidões de várias cidades que O seguiam.
A pregação do Evangelho tinha prioridade, antecedendo o toque ou os gestos de curar. Nuvens de fluidos curativos contornavam a Sua personalidade, como falanges de espíritos puros, esperando a ordem do Divino Médico, na prosa famosa do “Levanta-te e anda”, para que tudo fosse feito de acordo com a Sua vontade, como sendo a vontade do próprio Deus.
No tocante às curas, imprescindível se faz amestrar a fé, não fugir, mas destronar a dúvida e o desânimo com o calor da esperança. Eis o Cristo como o padrão, como o exemplo da pureza mediúnica, traçando caminhos, estendendo convites para os novos discípulos da Boa Nova, que renasceram na Terra com a sagrada missão de curar.
Médiuns curadores! Antes de exercitar vossas faculdades de aliviar o próximo, de curar enfermidades, de consolar os desesperados, procurai em primeiro plano o reino de Deus, que para nós é a instrução. Procurai o reino da luz, que para nós é a educação dos sentimentos. Deixai que o sol do amor invada vossos corações, ampliando, com isso, a Sabedoria, antes de tocar os enfermos. Convidai-os ao reino Evangélico, criai condições para que ele, ou eles, possam ler mensagens educativas. Fazei, se puderdes, que o doente se interesse pelas leituras que transmitem os conceitos do Mestre, principalmente as que revivem a Sua obra imortal de renovação das criaturas.
É certo que o corpo deve ser curado. Desde que têm início nas profundezas da mente, os pensamentos enfermos infernizam o organismo. As ideias desajustadas perturbam o metabolismo, colocando em deficiência o aparelho carnal, de modo que o espírito desalinha sua missão, e sofre as consequências da sua própria ignorância. De fato, a enfermidade nos desperta para a cura verdadeira, obrigando-nos a nos libertarmos pelo conhecimento da verdade. Contudo, o preço desta verdade é o suor das nossas próprias existências. Falamos às almas acordadas para o serviço do Bem; por isso, salientamos normas de elevados moldes de disciplina, sem que elas levem o cunho da imposição, deixando somente o convite para o estudo mais profundo das tarefas que nos foram entregues, em favor da coletividade.
A mediunidade de cura é um instrumento de acordar corações para o bem. Qual o enfermo, que ao se libertar do guante da dor, não sente a presença de Deus, principalmente quando a operação é feita pelas vias mediúnicas? Quando o doente é aliviado pelo médium espírita, esse deixa em seu coração, senão na inteligência, uma interrogação: será que a alma sobrevive à desintegração do corpo? São, pois, os fatos que respondem, e o beneficiado nunca mais esquece, por gratidão, o que recebeu sem exigência, por intermédio de seu irmão, a serviço do Bem. Todos somos feitos iguais, e ninguém resiste ao amor, porque ele é a própria felicidade, do modo que todos, sem exceção, o aspiram.
Médiuns curadores! As vossas mãos têm algo mais que as outras que amaldiçoam. Exercita-as. As vossas mentes disciplinadas fornecem algo mais que as mentes poluídas pela mentira, pelo ódio, pela vingança, pela duvida e pela violência. Conscientizai-vos do lugar que ocupais na esfera doutrinária do Cristo e avançai curando. Mas antes, fazei um livro divino de exemplos cristãos, colocando igualmente nas mãos dos enfermos, sem medo de errar, páginas de consolo que carregam no seu cerne instruções, aquelas mesmas ensinadas por Jesus a Seus discípulos. Lembrai-vos de que o médium dominado pelo ódio queima suas energias e enfraquece as que vêm dos espíritos por seu intermédio; que o médium envolvido no ciúme desvia o curso do magnetismo superior e direção aos que ama, ficando desprovido destas bênçãos, que o doente esperava; que médium avarento se isola da sua própria faculdade, e deixa de fazer o bem por estar preso ao egoísmo. Deveis tirar dai outras deduções, para que possais vos fortalecer nos serviços de cura.
“Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”.
LIVRO: MÉDIUNS, psicografado por João Nunes Maia/Miramez.
*Grifos do Blog.
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