segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Médium intuitivo e o animismo por Ramatís - 1


A mediunidade intuitiva, cuja manifestação não é mensurável ou palpável à luz dos sentidos físicos, é mais espiritual e menos fisiológica, conforme já dissemos, pois permite ao homem abranger panoramicamente os fenômenos de que o seu espírito participa em todos os sentidos de vida física, mental e espiritual. No entanto, quando nos referimos ao médium intuitivo, como geral é classificado pela generalidade dos espíritas, e não ao homem espiritual em essência e senhor absoluto da percepção angélica que o põe em contanto constante com o mundo divino, aludimos ao médium que ouve, sente ou recebe o pensamento dos desencarnados, mas o faz de modo consciente.

O espírito desencarnado age diretamente no cérebro perispiritual do médium intuitivo que, depois, transmite as ideias do seu comunicante para o mundo material, servindo-se do seu próprio vocabulário familiar e vestindo-as com suas expressões peculiares. E assim o médium intuitivo tem pleno conhecimento do que diz ou escreve, sendo esse tipo de mediunidade o mais comum e generalizado entre os homens. Por isso exige a melhor interpretação possível do que é enviado do Além, e não se presta satisfatoriamente para determinação correta da identidade dos espíritos comunicantes, tão exigida pelos pesquisadores de provas, sempre tão desconfiados da realidade imortal. Ela não serve para oferecer os detalhes minuciosos que a família, em seu ceticismo comum, exige do parente desencarnado em comunicação pelo médium de boa-vontade.

Quando o médium intuitivo é ainda inseguro e deficiente, então as comunicações dos desencarnados podem ser reduzidas, deturpadas ou confusas, pois devem passar primeiramente pelo cérebro físico dele, que assim as fiscaliza e as expõe conforme suas posses intelectuais e temperamento psicológico. Em consequência, se o médium intuitivo é excessivamente anímico, as ideias recebidas dos desencarnados fundem-se com as suas ideias próprias ou preconcebidas, influindo também a bagagem do seu subconsciente, que pode ser tomada como sendo uma entidade desencarnada.

Assim, os pensamentos amplos, ou os conceitos filosóficos incondicionais, da vida espiritual, sofrem as restrições acanhadas do médium que os recepciona. Devido ao seu condicionamento particular, ele enquadra tudo o que os espíritos transmitem na moldura do seu intelecto, que é limitado pelas chapas ou lugares comuns da vida humana. Se se tratar de criatura avessa ao estudo e ainda ingenuamente convicta de que basta a “boa intenção” para garantir o êxito de sua tarefa ainda incipiente, não há dúvida de que muitas vezes ela comunicará coisas tolas e ridículas, à conta de mensagens de alto teor espiritual.

Livro Mediunismo. Ramatís. Hercílio Maes. Editora do Conhecimento.


*Grifo do Blog.

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