A mediunidade intuitiva,
cuja manifestação não é mensurável ou palpável à luz dos sentidos físicos, é
mais espiritual e menos fisiológica, conforme já dissemos, pois permite ao
homem abranger panoramicamente os fenômenos de que o seu espírito participa em
todos os sentidos de vida física, mental e espiritual. No entanto, quando nos
referimos ao médium intuitivo, como geral é classificado pela generalidade dos
espíritas, e não ao homem espiritual em essência e senhor absoluto da percepção
angélica que o põe em contanto constante com o mundo divino, aludimos ao médium
que ouve, sente ou recebe o pensamento dos desencarnados, mas o faz de modo
consciente.
O espírito desencarnado age diretamente no cérebro
perispiritual do médium intuitivo que, depois, transmite as ideias do seu
comunicante para o mundo material, servindo-se do seu próprio vocabulário
familiar e vestindo-as com suas expressões peculiares.
E assim o médium intuitivo tem pleno
conhecimento do que diz ou escreve, sendo esse tipo de mediunidade o mais
comum e generalizado entre os homens. Por isso exige a melhor interpretação
possível do que é enviado do Além, e não se presta satisfatoriamente para
determinação correta da identidade dos espíritos comunicantes, tão exigida
pelos pesquisadores de provas, sempre tão desconfiados da realidade imortal.
Ela não serve para oferecer os detalhes minuciosos que a família, em seu
ceticismo comum, exige do parente desencarnado em comunicação pelo médium de
boa-vontade.
Quando o médium
intuitivo é ainda inseguro e deficiente, então as comunicações dos
desencarnados podem ser reduzidas, deturpadas ou confusas, pois devem passar
primeiramente pelo cérebro físico dele, que assim as fiscaliza e as expõe conforme
suas posses intelectuais e temperamento psicológico. Em consequência, se o médium intuitivo é excessivamente
anímico, as ideias recebidas dos desencarnados fundem-se com as suas ideias
próprias ou preconcebidas, influindo também a bagagem do seu subconsciente, que
pode ser tomada como sendo uma entidade desencarnada.
Assim, os
pensamentos amplos, ou os conceitos filosóficos incondicionais, da vida
espiritual, sofrem as restrições acanhadas do médium que os recepciona. Devido
ao seu condicionamento particular, ele
enquadra tudo o que os espíritos transmitem na moldura do seu intelecto,
que é limitado pelas chapas ou lugares comuns da vida humana. Se se tratar de
criatura avessa ao estudo e ainda ingenuamente convicta de que basta a “boa
intenção” para garantir o êxito de sua tarefa ainda incipiente, não há dúvida
de que muitas vezes ela comunicará coisas tolas e ridículas, à conta de
mensagens de alto teor espiritual.
Livro Mediunismo.
Ramatís. Hercílio Maes. Editora do Conhecimento.
*Grifo do Blog.
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