domingo, 29 de novembro de 2015

A quem muito foi dado, muito será pedido

A QUEM MUITO FOI DADO, MUITO SERÁ PEDIDO

10. “O servo que souber da vontade do seu patrão e que, entretanto, não estiver pronto e não fizer o que o patrão queira dele, será rudemente castigado. Mas, aquele que não tenha sabido da sua vontade e fizer coisas dignas de castigo menos punido será. Muito se pedirá àquele a quem muito se tiver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se tenha confiado”. (Lucas, XII:47-48)

11. “Vim a este mundo para exercer um juízo, a fim de que os que não veem vejam e os que veem se tornem cegos”. Alguns fariseus que estavam com Jesus, ouvindo essas palavras, perguntaram a Ele: “Então, nós também somos cegos?” Respondeu-lhes Jesus: “Se fossem cegos, não teriam pecados; mas, agora, dizem que enxergam e é por isso que em vocês permanece o seu pecado”. (João, IX:39 a 41)

12. Estas máximas encontram sobretudo a sua aplicação no ensinamento dos Espíritos. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo é seguramente culpado, se não os praticar. Mas além de não ser suficientemente difundido o Evangelho que os contêm, senão entre as seitas cristãs, mesmo entre estas, quantas pessoas existem que não o leem, e entre as que o leem, quantas não o compreendem! Disso resulta que as próprias palavras de Jesus ficam perdidas para a maioria. O ensinamento dos Espíritos, que reproduz essas máximas sob diferentes formas, que as desenvolve e comenta, pondo-as ao alcance de todos, tem isto de particular, ou seja, não é circunscrito. Assim, todos, letrados ou não, crentes ou descrentes, cristãos ou não-cristãos, podem recebê-lo, pois os Espíritos se comunicam por toda a parte. Nenhum dos que o recebam, diretamente ou por intermédio de outros, pode pretextar ignorância, ou pode desculpar-se com a sua falta de instrução ou com a obscuridade do sentido alegórico. Aquele, pois, que não o põe em prática para se melhorar, que o admira apenas como interessante e curioso, sem que seu coração seja tocado, que não se faz menos fútil, menos orgulhoso, menos egoísta, nem menos apegado aos bens materiais, nem melhor para seu próximo, é tanto mais culpado, quanto teve maior facilidade para conhecer a verdade.

Os médiuns que obtêm boas comunicações ainda são mais repreensíveis por persistirem no mal, pois escrevem frequentemente a sua própria condenação, e se não estivessem cegos pelo orgulho, reconheceriam que os Espíritos se dirigem a eles mesmos. Mas, em vez de tomarem para eles as lições que escrevem, ou que veem os outros escreverem, sua única preocupação é a de aplica-las as outras pessoas, incidindo assim nestas palavras de Jesus: “Vedes um argueiro no olho do próximo, e não vedes a trave no vosso.” (Ver cap. X, nº9).

Por estas palavras: “Se fosseis cegos, não teríeis culpa”, Jesus confirma que a culpabilidade está na razão do conhecimento que se possui. Ora, os fariseus, que tinham de pretensão de ser, e que realmente eram, a parte mais esclarecida da nação, tornavam-se mais repreensíveis aos olhos de Deus que o povo ignorante. O mesmo acontece hoje.

Aos espíritas, portanto, muito será pedido, porque muito receberam, mas também aos que souberam aproveitar os ensinamentos, muito lhes será dado.
O primeiro pensamento de todo espírita sincero deve ser o de procurar, nos conselhos dados pelos Espíritos, alguma coisa que lhe diga respeito.
O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados, e pela fé que proporciona, multiplicará também o número dos escolhidos.

O Evangelho Segundo O Espiritismo

Cap. XVIII – Muitos os chamados e poucos os escolhidos

Nenhum comentário:

Postar um comentário