Toda vez que oramos para afastar um obsessor de nós, na verdade, criamos uma reação e, energeticamente, oferecemos campo para maior aproximação. O efeito é contrário ao desejado na oração.
Se os encostos (obsessores) ou os espíritos das trevas estão, de alguma forma, atraídos para a vida dos meus fios, então, tudo isso está obedecendo a uma lei maior, que é o encontro das necessidades com o merecimento. Há laços, leis e contextos regendo essa proximidade, que nem sempre pode ou deve ser rompida imediatamente.
Toda vez que há uma sintonia e um espirito se aproxima para prejudicar ou tornar a vida de meus fios mais tormentosa, chamamos isso de pressão, ou seja, a força que vem de fora para dentro da vida mental.
E toda vez que os fios cedem à pressão e escolhem sentir e viver do mesmo jeito que a entidade propôs, então se estabelece a obsessão, como uma força de dentro para fora da vida mental.
Pressão todos vamos sentir nessa Terra de Deus.
Já a obsessão, depende. Depende da escolha, da postura, do interesse e da intenção dos fios.
Querer afastar a entidade pela prece é atraí-la para mais perto. É por isso que muita gente não se sente bem depois de uma oração mal orientada. O obsessor que mora na mente com vosmecês não pode ser expulso; ele tem que ser amado, tem que ser acolhido.
O desejo de ficar livre de sua atuação com asco e rejeição só o atrai ainda mais. Quem ora para ir embora amarra. Quem acolhe com amor liberta.
Quem rejeita seus obsessores como se nenhuma responsabilidade tivesse para com eles está desprezando os frutos da própria plantação e querendo ignorar a colheita a que todos seremos submetidos diante das leis sábias e justas da vida.
Então, vamos fazer a prece adequada para que os fios entendam bem o que nego quer dizer.
Pai de bondade. Estou me sentindo pesado. Sinto que, além das minhas deficiências, ainda estou atraindo a dor e a doença de outros corações.
Então, Senhor, já que estou como enfermo carregando vários outros, venho te pedir por todos nós.
Vós que sois o Médico divino no trato das nossas enfermidades, escuta nosso clamor.
Quero esquecer a minha dor e a minha necessidade por um minuto que seja e acolher, com todo o amor que tenho, essas almas que, por alguma razão justa e necessária, encontram-se juntas comigo.
Banha-nos a todos na sua energia de paz. Eu penso nesse instante como se cada um de nós estivesse em vários leitos e de mãos dadas, suplicando Seu bendito amor e bondade.
Senhor, tem piedade de nós! Se estamos juntos na condição de enfermos da alma, é porque somos mendigos do Teu amparo.
Eu os acolho com afeto e suplico Teu colo para todos nós.
Assim seja.
Acolha seus obsessores com muito amor
Pai João de Angola.
Wanderley Oliveira. Livro: “Fala, Preto Velho”. Ed. Dufaux.
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