352 – Devemos reconhecer no Espiritismo o Cristianismo Redivivo?
O Espiritismo evangélico é o Consolador prometido por Jesus, que, pela voz
dos seres redimidos, espalham as luzes divinas por toda a Terra, restabelecendo a
verdade e levantando o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo
redivivo, a fim de que os homens despertem para a era grandiosa da compreensão
espiritual com o Cristo.
353 – O espiritismo veio ao mundo para substituir as outras crenças?
O Consolador, como Jesus, terá de afirmar igualmente: - “Eu não vim destruir
a Lei”.
O Espiritismo não pode guardar a pretensão de exterminar as outras crenças,
parcelas da verdade que a sua doutrina representa, mas, sim, trabalhar para
transforma-las, elevando-lhes as concepções antigas para o clarão da verdade
imoralista.
A missão do Consolador tem que se verificar junto das almas e não ao lado das
gloríolas efêmeras dos triunfos materiais. Esclarecendo o erro religioso, onde quer que
se encontre, e revelando a verdadeira luz, pelos atos e pelos ensinamentos, o
espiritista sincero, enriquecendo os valores da fé, representa o operário da
regeneração do Templo do Senhor, onde os homens se agrupam em vários
departamentos, ante altares diversos, mas onde existe um só Mestre, que é Jesus Cristo.
354 – Poder-se-á definir o que é ter fé?
Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que
ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia
constante de realização divina da personalidade.
Conseguir a fé é alcançar a possibilidade de não mais dizer “eu creio”, mas
afirmar “eu sei”, com todos os valores da razão tocados pela luz do sentimento. Essa
fé não pode estagnar em nenhuma circunstância da vida e sabe trabalhar sempre,
intensificando a amplitude de sua iluminação, pela dor ou pela responsabilidade, pelo
esforço e pelo dever cumprido.
Traduzindo a certeza na assistência de Deus, ela exprime a confiança que sabe
enfrentar todas as lutas e problemas, com a luz divina no coração, e significa a
humildade redentora que edifica no íntimo do espírito a disposição sincera do discípulo,
relativamente ao “faça-se no escravo a vontade do Senhor”.
355 – Será fé acreditar sem raciocínio?
Acreditar é uma expressão de crença, dentro da qual os legítimos valores da fé
em si mesma. Admitir as afirmativas mais estranhas, sem um exame minucioso, é
caminhar para o desfiladeiro do absurdo, onde os fantasmas dogmáticos conduzem as
criaturas a todos os despautérios. Mas também interferir nos problemas essenciais da
vida, sem que a razão esteja iluminada pelo sentimento, é buscar o mesmo declive
onde os fantasmas impiedosos da negação conduzem as almas a muitos crimes.
356 – A dúvida racionada, no coração sincero, é uma base para a fé?
Toda dúvida que se manifesta na alma cheia de boa-vontade, que não se
precipita em definições apriorísticas dentro de sua sinceridade, ou que não busca a
malícia para contribuir em suas cogitações, é um elemento benéfico para a alma, na
marcha da inteligência e do coração rumo à luz sublimada da fé.
LIVRO: O CONSOLADOR. FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER/EMMANUEL.
*Grifos do Blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário