terça-feira, 5 de junho de 2018

Compreendendo a Fé, por Zarthú



Compreendendo a Fé
“Homem de pouca fé, por que duvidaste?” – Jesus (Mateus 14:31)

As crises de fé, infelizmente, costumam fazer parte do cotidiano daqueles que se encontram em momentos de provação e de dor.
Quando as coisas não dão certo ou quando somos testados pela Vida pelos ventos gélidos da ingratidão ou pelo gosto amargo da indiferença daqueles que amamos; quando nos falta o parceiro amoroso e a solidão nos faz companhia; quando é escasso o emprego e o desespero nos bate à porta ou quando enche-nos a família de contendas terríveis, ao invés de lhe atendermos o chamado com a fé viva no Cristo, com a certeza inquebrantável de que a Providência Divina a tudo administra, acabamos nos sentindo frágeis, descrentes, desesperançosos e mau humorados, iludindo-nos com a ideia de que estamos desenganados ou invisíveis aos olhos do Todo Poderoso.
Nós todos passamos por momentos dolorosos em nossas vida e pedimos ao Pai “Senhor, se te aprouver, afasta de mim o Teu cálice” e esquecemo-nos, entretanto, de repetir as sãs palavras do Salvador, “fazei, contudo, a Tua vontade”. Jesus também fora homem e também sofrera; no horto das oliveiras Ele orara e sofrera, mas mantivera-se resignado às determinações celestes, mesmo que isso Lhe custasse padecer no madeiro...
Para quem sofre, ter fé é acreditar que a Bondade e a Justiça de Deus são infalíveis.
Para quem chora, Jesus lembra-nos que “o meu fardo é leve e o meu jugo é suave”.
Para quem se afasta do caminho do bem, diz-nos o Messias, “vá e não peques mais”.
Nós costumamos orar e pedir o auxílio celeste. Mas o profeta Isaías alertava que “dele se aproximavam e o honravam com seus lábios, com o coração distante dele”, refletindo a hipocrisia dos homens de pouca fé, que oram sem mover as suas próprias forças em benefício próprio.
Quantos homens conhecem as verdades espirituais sem vivenciá-las!
O momento de dor e de provação, em verdade, é o momento do testemunho daquele que se compromete em vivenciar os ensinamentos de Jesus...
“O que sai do boca provém do coração e é isso que contamina, que desvirtua o homem”, ou seja, sem uma renovação sincera dos nossos sentimentos, das nossas posturas interiores, dos pensamentos que alimentamos diariamente, sem a autocrítica saudável e necessária à reforma e reavaliação íntima, nos assemelhamos a “sepulcros caiados, formosos por fora, mas cujo interior está cheio de imundície”.
E essa reforma, meus filhos, não é para amanhã. É para o momento de presente, é para agora, é para hoje – único momento em que algo poderão fazer, porque o ontem passou e o amanhã ao Senhor pertence...
O próprio Nazareno dissera: “Esta noite pedirão tua alma!”, ou seja, se o Senhor chamar teu Espírito, o que terás feito pela tua renovação, sempre procrastinando para amanhã? Retornarás sem renovar-te?!
Para ter fé é preciso crer na Justiça Soberana de Deus, onde todas as nossas ações (passadas ou presentes) resultam em consequências, em reações nas nossas existências...
Ter fé é entender que somos dotados do livre-arbítrio que o Pai nos concedera, sabendo, entretanto, que isso é responsabilidade inestimável perante a consciência, onde se encontram gravadas as leis divinas, e semelhantes ao Apóstolo dos Gentios, entender e vivenciar que “tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém”.
Fé raciocinada é filtragem de ideias, de sentimentos e ações...
Fé é comprometimento com o próprio soerguimento moral, pois que muitos de nós, em passado não muito distante, ainda encontrávamo-nos tombados nos vales do poder, em comunhão com a maldade organizada, ou nos vícios e desregramentos...
As crises que nos visitam a vida são os momentos de reajuste, nos convidando, através da dor benéfica da experiência medicamentosa (porém, às vezes, amarga), a despertar-nos para a resignação – o quê, em absoluto, não quer dizer passividade ou prostração; mas, sim, entendimento e aceitação à Deus e às Suas Leis, na certeza de que não transgredindo-as, viveremos com qualidade e em harmonia.
A crise assemelha-se à tempestade passageira, de longa ou curta duração, com a intensidade de catastrófica tormenta ou amena chuva, mas que, em todo o caso, simbolizará a renovação de nós mesmos, para que, ainda na existência material, possamos fazer “morrer o homem velho”, ou seja, todas as nossas tendências ruins, e permitir que o “homem novo”, renovado e de consciência crística, viva em nós.
Deus quer-nos felizes mas nem sempre nós estamos dispostos a viver essa felicidade.
Ainda estamos distantes de entender a felicidade prometida pelo Senhor por buscarmos as “felicidades do mundo”, mas quem conhece as palavras de Vida e Verdade do Cristo, “não são do mundo, como Ele do mundo não era”!
Muitos de nós sequer sente-se merecedor da felicidade pela carga de culpas que carregamos em nossos corações... Cobramo-nos demais e ao mesmo tempo, ao invés de agir de forma sadia e racional, buscando nos melhorar e nos ajustar perante a Vida, caímos na tristeza que nada constrói, na reclamação infrutífera ou na revolta pecaminosa, e assim perde-se valioso tempo de algo construir em prol de si mesmo e do próximo...
Procuremos refletir no quanto o Senhor da Vida nos ama a todos e nas oportunidades que diariamente d’Ele recebemos, porque “grandes coisas o Senhor fez por nós” – nos ensina o Salmo 126, “pelas quais estamos alegres”, e Deus continua fazendo...
Alegra-te, portanto, meus filhos, no teu sofrimento, porque é passageiro!
Permanente, foi, é e sempre será o Divino que a todos nos direciona nas experiências de retificação, a nos oportunizar a lapidação de nós mesmos...
Alegra-te! O Senhor é com todos e com cada um de nós! Confia no Cristo que, amorosamente, segue-nos os passos rumo ao Infinito.

ZARTHÚ.
Médium: Eloy Augusto. SP, 05/06/2018.

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