Compreendendo a Fé
“Homem de pouca fé, por que duvidaste?” – Jesus (Mateus 14:31)
As crises de fé, infelizmente, costumam fazer parte do cotidiano
daqueles que se encontram em momentos de provação e de dor.
Quando as coisas não dão certo ou quando somos testados pela Vida
pelos ventos gélidos da ingratidão ou pelo gosto amargo da indiferença daqueles
que amamos; quando nos falta o parceiro amoroso e a solidão nos faz companhia;
quando é escasso o emprego e o desespero nos bate à porta ou quando enche-nos a
família de contendas terríveis, ao invés de lhe atendermos o chamado com a fé
viva no Cristo, com a certeza inquebrantável de que a Providência Divina a tudo
administra, acabamos nos sentindo frágeis, descrentes, desesperançosos e mau
humorados, iludindo-nos com a ideia de que estamos desenganados ou invisíveis
aos olhos do Todo Poderoso.
Nós todos passamos por momentos dolorosos em nossas vida e pedimos ao
Pai “Senhor, se te aprouver, afasta de mim o Teu cálice” e esquecemo-nos,
entretanto, de repetir as sãs palavras do Salvador, “fazei, contudo, a Tua
vontade”. Jesus também fora homem e também sofrera; no horto das oliveiras Ele
orara e sofrera, mas mantivera-se resignado às determinações celestes, mesmo
que isso Lhe custasse padecer no madeiro...
Para quem sofre, ter fé é acreditar que a
Bondade e a Justiça de Deus são infalíveis.
Para quem chora, Jesus lembra-nos que “o meu
fardo é leve e o meu jugo é suave”.
Para quem se afasta do caminho do bem,
diz-nos o Messias, “vá e não peques mais”.
Nós costumamos orar e pedir o auxílio
celeste. Mas o profeta Isaías alertava que “dele se aproximavam e o honravam
com seus lábios, com o coração distante dele”, refletindo a hipocrisia dos
homens de pouca fé, que oram sem mover as suas próprias forças em benefício próprio.
Quantos homens conhecem
as verdades espirituais sem vivenciá-las!
O momento de dor e de
provação, em verdade, é o momento do testemunho daquele que se compromete em
vivenciar os ensinamentos de Jesus...
“O que sai do boca
provém do coração e é isso que contamina, que desvirtua o homem”, ou seja, sem
uma renovação sincera dos nossos sentimentos, das nossas posturas interiores,
dos pensamentos que alimentamos diariamente, sem a autocrítica saudável e
necessária à reforma e reavaliação íntima, nos assemelhamos a “sepulcros
caiados, formosos por fora, mas cujo interior está cheio de imundície”.
E essa reforma, meus
filhos, não é para amanhã. É para o momento de presente, é para agora, é para
hoje – único momento em que algo poderão fazer, porque o ontem passou e o
amanhã ao Senhor pertence...
O próprio Nazareno
dissera: “Esta noite pedirão tua alma!”, ou seja, se o Senhor chamar teu
Espírito, o que terás feito pela tua renovação, sempre procrastinando para amanhã?
Retornarás sem renovar-te?!
Para ter fé é preciso
crer na Justiça Soberana de Deus, onde todas as nossas ações (passadas ou
presentes) resultam em consequências, em reações nas nossas existências...
Ter fé é entender que
somos dotados do livre-arbítrio que o Pai nos concedera, sabendo, entretanto,
que isso é responsabilidade inestimável perante a consciência, onde se
encontram gravadas as leis divinas, e semelhantes ao Apóstolo dos Gentios,
entender e vivenciar que “tudo nos é lícito, mas nem tudo nos convém”.
Fé raciocinada é
filtragem de ideias, de sentimentos e ações...
Fé é comprometimento com
o próprio soerguimento moral, pois que muitos de nós, em passado não muito
distante, ainda encontrávamo-nos tombados nos vales do poder, em comunhão com a
maldade organizada, ou nos vícios e desregramentos...
As crises que nos
visitam a vida são os momentos de reajuste, nos convidando, através da dor
benéfica da experiência medicamentosa (porém, às vezes, amarga), a
despertar-nos para a resignação – o quê, em absoluto, não quer dizer
passividade ou prostração; mas, sim, entendimento e aceitação à Deus e às Suas
Leis, na certeza de que não transgredindo-as, viveremos com qualidade e em
harmonia.
A crise assemelha-se à
tempestade passageira, de longa ou curta duração, com a intensidade de catastrófica
tormenta ou amena chuva, mas que, em todo o caso, simbolizará a renovação de
nós mesmos, para que, ainda na existência material, possamos fazer “morrer o
homem velho”, ou seja, todas as nossas tendências ruins, e permitir que o
“homem novo”, renovado e de consciência crística, viva em nós.
Deus quer-nos felizes
mas nem sempre nós estamos dispostos a viver essa felicidade.
Ainda estamos distantes
de entender a felicidade prometida pelo Senhor por buscarmos as “felicidades do
mundo”, mas quem conhece as palavras de Vida e Verdade do Cristo, “não são do mundo,
como Ele do mundo não era”!
Muitos de nós sequer
sente-se merecedor da felicidade pela carga de culpas que carregamos em nossos
corações... Cobramo-nos demais e ao mesmo tempo, ao invés de agir de forma
sadia e racional, buscando nos melhorar e nos ajustar perante a Vida, caímos na
tristeza que nada constrói, na reclamação infrutífera ou na revolta pecaminosa,
e assim perde-se valioso tempo de algo construir em prol de si mesmo e do
próximo...
Procuremos refletir no
quanto o Senhor da Vida nos ama a todos e nas oportunidades que diariamente
d’Ele recebemos, porque “grandes coisas o Senhor fez por nós” – nos ensina o
Salmo 126, “pelas quais estamos alegres”, e Deus continua fazendo...
Alegra-te, portanto,
meus filhos, no teu sofrimento, porque é passageiro!
Permanente, foi, é e
sempre será o Divino que a todos nos direciona nas experiências de retificação,
a nos oportunizar a lapidação de nós mesmos...
Alegra-te! O Senhor é
com todos e com cada um de nós! Confia no Cristo que, amorosamente, segue-nos
os passos rumo ao Infinito.
ZARTHÚ.
Médium: Eloy Augusto.
SP, 05/06/2018.
❤️
ResponderExcluirObrigada Zarthu pelas palavras, que só me ajudam nesse momento de infortúnio.
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