quarta-feira, 30 de maio de 2018

Respeito aos preceitos



A amiga Sylvia Souza me sugerira tratar da “prática mediúnica e o respeito aos preceitos: necessidade ou dogma?”, ao que se segue o presente texto, a qual me foquei mais nos preceitos, deixando para outra ocasião tratar da prática mediúnica...
Todos os centros umbandistas e espíritas sérios orientam a respeito de determinadas regras quanto à segurança mediúnica e equilíbrio energético, a qual serve, aliás, de preparo e fortalecimento do indivíduo para o trabalho que participará.
É lógico que muitos não seguem essas práticas e não tem o mínimo interesse de estudo ou de disciplina, mas também não podemos generalizar.
Não vejo as práticas que citei no texto como recomendações ultrapassadas, como podem alguns umbandistas modernos pensar, mas também não concordo com o excesso de zelo de alguns dirigentes... A eficácia desses preceitos é comprovada pela prática; garante e preserva a corrente mediúnica e os médiuns comprometidos!
O mais polêmico ponto sempre é a questão do Sexo antes dos trabalhos mediúnicos, porque costuma incomodar alguns médiuns e trazer muitas dúvidas...
Mesmo o Espiritismo e a Umbanda sendo cristãos, não tem o conceito de “pecado” como as demais religiões cristãs, então, por que esse zelo com o sexo?
Eu entendo que o cuidado, na verdade, se relaciona à Conduta Sexual e não ao sexo em si, a qual é um meio salutar de troca energética entre os indivíduos, quando verdadeiramente feito com amor e respeito, sendo que o cuidado está em sabermos que semelhante atrai semelhante e que promiscuidade, além do desperdício de energias que enfraquece o médium, lhe compromete no campo moral e atrai para junto de si espíritos de baixa vibração, acarretando em processos de obsessão e vampirização (seja através de artificiais ou insetos astrais, seja através de encarnados e desencarnados viciados no prazer sexual), a qual também pode se dar através da masturbação e da sintonia mental estabelecida pelo indivíduo com a pornografia (cujas formas-pensamento sexuais permanecem plasmadas ao redor do campo áurico).
É assunto delicado e incômodo pra muita gente, mas que precisa ser, no mínimo, refletido sem puritanismo.
O sexo e a masturbação faz parte da vida das pessoas, não é errado ou pecado! Assim como um médium sem relações sexuais também não significa elevação espiritual, sublimação ou equilíbrio... Ledo engano quem pensa assim!
O desequilíbrio reside nos extremos, no excesso. É o que eu entendo sobre o assunto. Buda já ensinava a trilhar o caminho do meio... É o “usai mas não abusai”.
Não acho errado um casal que acabe por se relacionar sexualmente um dia antes ou no dia do trabalho mediúnico. Veja bem, eu escrevi casal, o que denota indivíduos em relacionamento estável e amoroso, o que garante a troca energética salutar e equilibrada, não prejudicando a harmonia da pessoa, o seu desempenho mediúnico ou interferindo no equilíbrio da corrente, o que é muito diferente do médium irresponsável e indisciplinado que se envolve com várias pessoas (emocional e sexualmente) e vai pra gira “trabalhar”, sendo um verdadeiro estorvo pra Espiritualidade, um “câncer energético” (termo pesado, eu sei, mas que realmente caracteriza certos indivíduos) para a corrente mediúnica.
A alimentação carnívora, acredito eu, varia muito da consciência de cada um e normalmente se recomenda evitar o consumo da “carne vermelha” nos dias de trabalho mediúnico dada a sua densidade energética, a qual pode dificultar, por essa mesma densidade, a sintonia e a bom funcionamento das faculdades mediúnicas da pessoa, e como sabemos que matéria é energia condensada, compreendemos que a alimentação carnívora interfere nas energias do médium e da corrente mediúnica, podendo comprometer ou não (dependendo, também, de outros fatores), a sua elevação e saúde energética.
Acho que mais importante que abster-se de comer carne é o preceito, em tempo integral, de evitar a maledicência e a fofoca, pois Jesus ensinou que “o que entra pela boca não torna o homem impuro, mas o que sai dela”¹.
Se recomenda ao médium fumante evitar fumar 24hrs antes do trabalho mediúnico para não estar “intoxicado” dos componentes químicos (e, portanto, energéticos) que contém o tabaco (especialmente industrializado na forma de cigarro).
As drogas (como a maconha, cocaína e etc.) e o consumo de bebidas alcoólicas também devem ser evitados pelo médium, seja em sua vida particular (o que varia da consciência e julgamento individual), seja 24 ou 48hrs antes do trabalho mediúnico, por afetar o funcionamento do corpo físico, da mente e do perispírito, normalmente deixando a pessoa sem mínima condição psíquica, energética e espiritual para o intercâmbio mediúnico...
Por fim, existem as casas que orientam aos seus filhos para tomarem seus banhos de ervas antes do trabalho (como banhos de arruda e guiné para limpeza energética, banhos de alfazema para elevação energética, etc.), “firmar” vela para seu anjo da guarda, enfim... Disciplina é bom e os Guias gostam!
Todas essas recomendações tem sua razão de ser e garantem a segurança energética de toda a corrente...
Mas existem excessos que realmente são dispensáveis: como impedir que uma pessoa “carnívora” ou fumante não trabalhe mediunicamente, como acontecem em alguns centros espíritas que conheço...
Ou barrar o médium de trabalhar porque ele se relacionou com seu companheiro(a) no dia de trabalho...
Cada caso é um caso e cabe ao dirigente ter bom senso, porque cada agrupamento umbandista ou espírita deve, ao meu ver, primar pela fraternidade das relações, onde o médium veja no sacerdote alguém de sua confiança e amizade, e o sacerdote (ou dirigente) analisar e cuidar de cada médium individualmente em suas necessidades de aprendizado...
Como ouvi, certa vez, do Baiano José Severino, através do médium Géro Maita, “casa que cresce demais, o amor diminui”... O que me faz entender que é preciso alinhar a proposta de trabalho da casa com simplicidade e estudo, disciplina e amorosidade.
Estabelecer um relacionamento de fraternidade, comunhão e amizade entre os médiuns, e o médiun e o dirigente é indispensável para fortalecer a corrente e o agrupamento mediúnico, lembrando sempre o fator humano...
Esses “laços de afeto” são muito importantes na experiência mediúnica e o diálogo, em todo o caso, sempre ajuda a esclarecer pontos e regras que alguns médiuns não entendem...
E cabe, também, ao médium ter ciência da sua responsabilidade perante o Templo espiritual que escolhera para trabalhar, buscando ter a disciplina para não se tornar elemento de desequilíbrio à corrente...

Eloy Augusto.
SP. 31/05/2018.

¹Mateus 15:11


2 comentários:

  1. Não tenho muito o que comentar, vez que o texto é super explicativos, tive a experiência de ser barrada em um tipo de trabalho pq na época era fumante, me explicaram que eu ficaria no trabalho, porém não poderia nem doar energia ( estava contaminada), quanto ao comer carne vermelha concordo, porém penso será que nesse dia o médium se vigiou mesmo???

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  2. Mais um texto esclarecedor e de boa qualidade!!! Não esperava menos 🙏 muitas dúvidas minhas foram esclarecidas! 🙏

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