As vertentes umbandistas e a vaidade humana
Acho horrível
essa péssima visão de alguns médiuns de que a vertente umbandista que praticam
é melhor ou mais pura que as demais, porque se esquecem que tudo começou na
Tenda da Piedade, com Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas, com
um “cisma” com o Espiritismo vigente da época, e que a Umbanda, em essência, é
plural, universalista e inclusiva... Penso que não importa a vertente (ou seja,
a escola, a interpretação) de Umbanda, se o templo em questão cumpre, minimamente,
com o “manifestar o Espírito para a caridade”, porque a forma não é nada, a
essência é tudo!
Os Guias
estão aí, trabalhando na Umbanda, na Apometria, no Espiritismo...
Os Guias
estão aí! Trabalhando independente das denominações religiosas e dos
separatismos e preconceitos humanos...
E os médiuns
continuam com as disputas infantis de poder! Para ver quem é o melhor, quem faz
direito, quem tem mais “iniciações”, quem risca direito o ponto...
E é tanta
crítica que me assombra... É tanta arrogância que tem muito médium que está
longe da humildade dos pretos velhos e da simplicidade dos caboclos que dizem “baixar”
neles!
Invencionices
à parte... Equívocos históricos à parte... E interpretações pessoais à parte...
A Umbanda segue e os médiuns umbandistas, tão vaidosos, continuam seguindo...
Pra onde? Só Deus sabe! Ah, essa tola e insana vaidade, essa disputa de egos
super inflamados!
Criticam se
um terreiro tem imagens de santo católico e criticam se as imagens forem de
Orixás africanos, mas também criticam se tiver só a imagem de Jesus ou se não
tiver imagem nenhuma... Criticam sem há atabaques ou não, se há guias (colares)
ou não... Criticam se determinada linha trabalha naquele templo ou não... Se a
roupa é branca ou colorida... Criticam, criticam e criticam! E a Umbanda segue
com essa diversidade existente em nosso país...
Com as várias
doutrinas, visões e interpretações da Umbanda e seus fundamentos, sou da
opinião de que o ponto comum nisso tudo tem sempre que ser a manifestação e
espontaneidade mediúnica, a prática desinteressada da caridade, a reforma
íntima da pessoa, a elevação da sua consciência e a gratuidade dos atendimentos
prestados.
Quanto ao
resto... São interpretações dos encarnados (e também dos desencarnados, cada um
em sua faixa vibratória, elevação moral, espiritual e intelectual) que não
deveria ser motivo para inflamar discussões ou a pretensa superioridade em que
se arvoram alguns, porque, francamente, estamos tão distantes da Verdade, que
existem discussões que são, no mínimo, infrutíferas (pra não dizer banais).
Como diz Pai João de Aruanda (João Cobú) através
do médium Robson Pinheiro: Podemos
discordar do nosso semelhante sem elegê-lo nosso inimigo...
Cada pessoa
acredita no que quer e isso deve ser sempre respeitado.
Quando os “irmãos
da banda” entenderem que a empatia, a alteridade e o respeito ao diferente e
suas diferenças, deve prevalecer acima dessas diferenças, vão realmente
vivenciar o que ensinam os Guias Espirituais...
Entender a
diversidade religiosa dentro da própria Umbanda é praticar a tolerância com
quem tem práticas diferentes das nossas... Sempre digo que não importa se a
Umbanda é Esotérica, Sagrada, da Linha Branca, Omolocô, dentre outras
denominações criadas, porque, no fundo, continua sendo Umbanda...
Devemos é
descer do pedestal e ser um pouco mais humildes para entender que não somos
donos da verdade absoluta, que somos falíveis e meros aprendizes...
Precisamos combater
os inimigos internos, aqueles que
vendem a Umbanda como um balcão de pedidos e barganhas para namorados e
emprego, para trabalhos baixos de vingança e amarração amorosa... Combater
(amorosamente e através do diálogo e da informação, é claro!) os que vendem
exus como diabos, pombagiras como prostitutas, dentre outras coisas destituídas
de fundamento.
Só erra quem
está tentando aprender e é para isso que estamos na matéria: ser, a cada dia,
pessoas melhores e dispostas a nos reinventarmos.
Quando
deixarmos de lado o pretenso saber que acreditamos ter, a arrogância, a
prepotência, o sectarismo (porque sim, muitos umbandistas tem preconceitos com
outros umbandistas) e a vaidade, conseguiremos, então, colocar em prática os
ensinamentos espirituais que os Guias nos passam...
Se a religião
não desperta o homem para ser alguém melhor então essa religião está falida...
Ou seria o homem que faliu?
Fica a
reflexão...
Eloy Augusto.
SP.
31/05/2018.
Infelizmente existem médiuns e médiuns, uns acreditam na sua escola e diz que ela é a melhor, o outro acredita que a sua por ter atabaque e melhor ainda, e assim vai crescendo a vaidade , orgulho e o famoso preconceito. Vale a reflexão, pena que alguns são incapazes de compreender.
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