quinta-feira, 31 de maio de 2018

As vertentes umbandistas e a vaidade humana


As vertentes umbandistas e a vaidade humana

Acho horrível essa péssima visão de alguns médiuns de que a vertente umbandista que praticam é melhor ou mais pura que as demais, porque se esquecem que tudo começou na Tenda da Piedade, com Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas, com um “cisma” com o Espiritismo vigente da época, e que a Umbanda, em essência, é plural, universalista e inclusiva... Penso que não importa a vertente (ou seja, a escola, a interpretação) de Umbanda, se o templo em questão cumpre, minimamente, com o “manifestar o Espírito para a caridade”, porque a forma não é nada, a essência é tudo!
Os Guias estão aí, trabalhando na Umbanda, na Apometria, no Espiritismo...
Os Guias estão aí! Trabalhando independente das denominações religiosas e dos separatismos e preconceitos humanos...
E os médiuns continuam com as disputas infantis de poder! Para ver quem é o melhor, quem faz direito, quem tem mais “iniciações”, quem risca direito o ponto...
E é tanta crítica que me assombra... É tanta arrogância que tem muito médium que está longe da humildade dos pretos velhos e da simplicidade dos caboclos que dizem “baixar” neles!
Invencionices à parte... Equívocos históricos à parte... E interpretações pessoais à parte... A Umbanda segue e os médiuns umbandistas, tão vaidosos, continuam seguindo... Pra onde? Só Deus sabe! Ah, essa tola e insana vaidade, essa disputa de egos super inflamados!
Criticam se um terreiro tem imagens de santo católico e criticam se as imagens forem de Orixás africanos, mas também criticam se tiver só a imagem de Jesus ou se não tiver imagem nenhuma... Criticam sem há atabaques ou não, se há guias (colares) ou não... Criticam se determinada linha trabalha naquele templo ou não... Se a roupa é branca ou colorida... Criticam, criticam e criticam! E a Umbanda segue com essa diversidade existente em nosso país...
Com as várias doutrinas, visões e interpretações da Umbanda e seus fundamentos, sou da opinião de que o ponto comum nisso tudo tem sempre que ser a manifestação e espontaneidade mediúnica, a prática desinteressada da caridade, a reforma íntima da pessoa, a elevação da sua consciência e a gratuidade dos atendimentos prestados.
Quanto ao resto... São interpretações dos encarnados (e também dos desencarnados, cada um em sua faixa vibratória, elevação moral, espiritual e intelectual) que não deveria ser motivo para inflamar discussões ou a pretensa superioridade em que se arvoram alguns, porque, francamente, estamos tão distantes da Verdade, que existem discussões que são, no mínimo, infrutíferas (pra não dizer banais).
Como diz Pai João de Aruanda (João Cobú) através do médium Robson Pinheiro: Podemos discordar do nosso semelhante sem elegê-lo nosso inimigo...
Cada pessoa acredita no que quer e isso deve ser sempre respeitado.
Quando os “irmãos da banda” entenderem que a empatia, a alteridade e o respeito ao diferente e suas diferenças, deve prevalecer acima dessas diferenças, vão realmente vivenciar o que ensinam os Guias Espirituais...
Entender a diversidade religiosa dentro da própria Umbanda é praticar a tolerância com quem tem práticas diferentes das nossas... Sempre digo que não importa se a Umbanda é Esotérica, Sagrada, da Linha Branca, Omolocô, dentre outras denominações criadas, porque, no fundo, continua sendo Umbanda...
Devemos é descer do pedestal e ser um pouco mais humildes para entender que não somos donos da verdade absoluta, que somos falíveis e meros aprendizes...
Precisamos combater os inimigos internos, aqueles que vendem a Umbanda como um balcão de pedidos e barganhas para namorados e emprego, para trabalhos baixos de vingança e amarração amorosa... Combater (amorosamente e através do diálogo e da informação, é claro!) os que vendem exus como diabos, pombagiras como prostitutas, dentre outras coisas destituídas de fundamento.
Só erra quem está tentando aprender e é para isso que estamos na matéria: ser, a cada dia, pessoas melhores e dispostas a nos reinventarmos.
Quando deixarmos de lado o pretenso saber que acreditamos ter, a arrogância, a prepotência, o sectarismo (porque sim, muitos umbandistas tem preconceitos com outros umbandistas) e a vaidade, conseguiremos, então, colocar em prática os ensinamentos espirituais que os Guias nos passam...
Se a religião não desperta o homem para ser alguém melhor então essa religião está falida... Ou seria o homem que faliu?
Fica a reflexão...

Eloy Augusto.
SP. 31/05/2018.

Um comentário:

  1. Infelizmente existem médiuns e médiuns, uns acreditam na sua escola e diz que ela é a melhor, o outro acredita que a sua por ter atabaque e melhor ainda, e assim vai crescendo a vaidade , orgulho e o famoso preconceito. Vale a reflexão, pena que alguns são incapazes de compreender.

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