quinta-feira, 31 de maio de 2018

Linha dos Malandros

Linha dos Malandros

A Umbanda, sendo uma religião de inclusão, dá abertura a todos que virem fazer a caridade. Os Espíritos da Linha dos Malandros são oriundos dos grandes centros urbanos, notadamente o Rio de Janeiro. São cordiais, alegres, foram músicos, compositores, poetas, escritores, boêmios, dançam gingado quando incorporam, apresentam-se usando chapéus ao estilo panamá e sua tradicional vestimenta é calça branca, sapato branco (ou branco e vermelho), terno branco, gravata vermelha e bengala. Ensinam-nos, sobretudo, o jogo de cintura que devemos ter para "driblar" os desafios da vida nas metrópoles.

Assim é o malandro, simples, amigo, leal, camarada e verdadeiro. Nunca se deixa enganar e desmascara sem cerimônia a hipocrisia e a mentira. Apesar da figura folclórica do malandro urbano, de jogador, preguiçoso, são espíritos trabalhadores, benfeitores e detestam que façam mal ou enganem as pessoas. Tem grande capacidade espiritual para desamarrar feitiços e desmanchar trabalhos feitos. São experts para desembaraçar conflitos interpessoais no campo dos relacionamentos afetivos, notadamente quando as vítimas foram "magiadas".

TRECHOS DO LIVRO: APOMETRIA, OS ORIXÁS E AS LINHAS DE UMBANDA, Cap. 11. Norberto Peixoto. Legião Publicações.

Linha dos Baianos e dos Boiadeiros


Linha dos Boiadeiros

Essas entidades trabalham de forma muito parecida com os Caboclos Capangueiros de Jurema; são aguerridos, valentes, representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, o "caboclo sertanejo". São os vaqueiros, boiadeiros, laçadores, peões e tocadores de viola; o mestiço brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro, etc. Também são "semelhantes" aos pretos velhos, pois representam a humildade, a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo em sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com força e fé muito grandes.
Podem ser regidos tanto por Oxóssi quanto por Iansã, pois eles têm muita autoridade de conduzir os espíritos sofredores - seus laços de laçar são campos de força de retenção no Astral - da mesma forma que conduzem as boiadas no campo quando encarnados.

Linha dos Baianos

De modo geral, os baianos na Umbanda são espíritos alegres e um tanto irreverentes. Possuem grande capacidade de ouvir e de aconselhamento, conversam com calma e nunca se apressam, falam baixo e mansamente, são fraternais e passam segurança aos consulentes. São espíritos responsáveis pela "esperteza" do homem em sua jornada terrena, que veio para a cidade grande e venceu todas as vicissitudes, muitas vezes pegando pesado como braço operoso na construção civil. No desenvolvimento de suas giras, nos terreiros que fazem sessões públicas com esta linha, os baianos trazem como mensagem principal o ensino para saber lidar com as adversidades de nosso dia a dia, enfatizando a alegria, a flexibilidade e a brincadeira sadia, assim descomprimindo o psiquismo pesado dos consulentes, fazendo-os se abrir, pois ficam à vontade e descontraídos na frente de um médium incorporado com um baiano.
Muitos desses espíritos foram descendentes de escravos que trabalharam no canavial e no engenho. Foram iniciados por dentro das religiões de matriz africana, tendo um conhecimento muito grande das ervas e da magia. São habilidosos nos desmanchos de feitiçarias diversas, espíritos calejados e preparados para as demandas energéticas que ocorrem no astral.

TRECHOS DO LIVRO: APOMETRIA, OS ORIXÁS E AS LINHAS DE UMBANDA, Cap. 11. Norberto Peixoto. Legião Publicações.

As vertentes umbandistas e a vaidade humana


As vertentes umbandistas e a vaidade humana

Acho horrível essa péssima visão de alguns médiuns de que a vertente umbandista que praticam é melhor ou mais pura que as demais, porque se esquecem que tudo começou na Tenda da Piedade, com Zélio de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas, com um “cisma” com o Espiritismo vigente da época, e que a Umbanda, em essência, é plural, universalista e inclusiva... Penso que não importa a vertente (ou seja, a escola, a interpretação) de Umbanda, se o templo em questão cumpre, minimamente, com o “manifestar o Espírito para a caridade”, porque a forma não é nada, a essência é tudo!
Os Guias estão aí, trabalhando na Umbanda, na Apometria, no Espiritismo...
Os Guias estão aí! Trabalhando independente das denominações religiosas e dos separatismos e preconceitos humanos...
E os médiuns continuam com as disputas infantis de poder! Para ver quem é o melhor, quem faz direito, quem tem mais “iniciações”, quem risca direito o ponto...
E é tanta crítica que me assombra... É tanta arrogância que tem muito médium que está longe da humildade dos pretos velhos e da simplicidade dos caboclos que dizem “baixar” neles!
Invencionices à parte... Equívocos históricos à parte... E interpretações pessoais à parte... A Umbanda segue e os médiuns umbandistas, tão vaidosos, continuam seguindo... Pra onde? Só Deus sabe! Ah, essa tola e insana vaidade, essa disputa de egos super inflamados!
Criticam se um terreiro tem imagens de santo católico e criticam se as imagens forem de Orixás africanos, mas também criticam se tiver só a imagem de Jesus ou se não tiver imagem nenhuma... Criticam sem há atabaques ou não, se há guias (colares) ou não... Criticam se determinada linha trabalha naquele templo ou não... Se a roupa é branca ou colorida... Criticam, criticam e criticam! E a Umbanda segue com essa diversidade existente em nosso país...
Com as várias doutrinas, visões e interpretações da Umbanda e seus fundamentos, sou da opinião de que o ponto comum nisso tudo tem sempre que ser a manifestação e espontaneidade mediúnica, a prática desinteressada da caridade, a reforma íntima da pessoa, a elevação da sua consciência e a gratuidade dos atendimentos prestados.
Quanto ao resto... São interpretações dos encarnados (e também dos desencarnados, cada um em sua faixa vibratória, elevação moral, espiritual e intelectual) que não deveria ser motivo para inflamar discussões ou a pretensa superioridade em que se arvoram alguns, porque, francamente, estamos tão distantes da Verdade, que existem discussões que são, no mínimo, infrutíferas (pra não dizer banais).
Como diz Pai João de Aruanda (João Cobú) através do médium Robson Pinheiro: Podemos discordar do nosso semelhante sem elegê-lo nosso inimigo...
Cada pessoa acredita no que quer e isso deve ser sempre respeitado.
Quando os “irmãos da banda” entenderem que a empatia, a alteridade e o respeito ao diferente e suas diferenças, deve prevalecer acima dessas diferenças, vão realmente vivenciar o que ensinam os Guias Espirituais...
Entender a diversidade religiosa dentro da própria Umbanda é praticar a tolerância com quem tem práticas diferentes das nossas... Sempre digo que não importa se a Umbanda é Esotérica, Sagrada, da Linha Branca, Omolocô, dentre outras denominações criadas, porque, no fundo, continua sendo Umbanda...
Devemos é descer do pedestal e ser um pouco mais humildes para entender que não somos donos da verdade absoluta, que somos falíveis e meros aprendizes...
Precisamos combater os inimigos internos, aqueles que vendem a Umbanda como um balcão de pedidos e barganhas para namorados e emprego, para trabalhos baixos de vingança e amarração amorosa... Combater (amorosamente e através do diálogo e da informação, é claro!) os que vendem exus como diabos, pombagiras como prostitutas, dentre outras coisas destituídas de fundamento.
Só erra quem está tentando aprender e é para isso que estamos na matéria: ser, a cada dia, pessoas melhores e dispostas a nos reinventarmos.
Quando deixarmos de lado o pretenso saber que acreditamos ter, a arrogância, a prepotência, o sectarismo (porque sim, muitos umbandistas tem preconceitos com outros umbandistas) e a vaidade, conseguiremos, então, colocar em prática os ensinamentos espirituais que os Guias nos passam...
Se a religião não desperta o homem para ser alguém melhor então essa religião está falida... Ou seria o homem que faliu?
Fica a reflexão...

Eloy Augusto.
SP. 31/05/2018.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Respeito aos preceitos



A amiga Sylvia Souza me sugerira tratar da “prática mediúnica e o respeito aos preceitos: necessidade ou dogma?”, ao que se segue o presente texto, a qual me foquei mais nos preceitos, deixando para outra ocasião tratar da prática mediúnica...
Todos os centros umbandistas e espíritas sérios orientam a respeito de determinadas regras quanto à segurança mediúnica e equilíbrio energético, a qual serve, aliás, de preparo e fortalecimento do indivíduo para o trabalho que participará.
É lógico que muitos não seguem essas práticas e não tem o mínimo interesse de estudo ou de disciplina, mas também não podemos generalizar.
Não vejo as práticas que citei no texto como recomendações ultrapassadas, como podem alguns umbandistas modernos pensar, mas também não concordo com o excesso de zelo de alguns dirigentes... A eficácia desses preceitos é comprovada pela prática; garante e preserva a corrente mediúnica e os médiuns comprometidos!
O mais polêmico ponto sempre é a questão do Sexo antes dos trabalhos mediúnicos, porque costuma incomodar alguns médiuns e trazer muitas dúvidas...
Mesmo o Espiritismo e a Umbanda sendo cristãos, não tem o conceito de “pecado” como as demais religiões cristãs, então, por que esse zelo com o sexo?
Eu entendo que o cuidado, na verdade, se relaciona à Conduta Sexual e não ao sexo em si, a qual é um meio salutar de troca energética entre os indivíduos, quando verdadeiramente feito com amor e respeito, sendo que o cuidado está em sabermos que semelhante atrai semelhante e que promiscuidade, além do desperdício de energias que enfraquece o médium, lhe compromete no campo moral e atrai para junto de si espíritos de baixa vibração, acarretando em processos de obsessão e vampirização (seja através de artificiais ou insetos astrais, seja através de encarnados e desencarnados viciados no prazer sexual), a qual também pode se dar através da masturbação e da sintonia mental estabelecida pelo indivíduo com a pornografia (cujas formas-pensamento sexuais permanecem plasmadas ao redor do campo áurico).
É assunto delicado e incômodo pra muita gente, mas que precisa ser, no mínimo, refletido sem puritanismo.
O sexo e a masturbação faz parte da vida das pessoas, não é errado ou pecado! Assim como um médium sem relações sexuais também não significa elevação espiritual, sublimação ou equilíbrio... Ledo engano quem pensa assim!
O desequilíbrio reside nos extremos, no excesso. É o que eu entendo sobre o assunto. Buda já ensinava a trilhar o caminho do meio... É o “usai mas não abusai”.
Não acho errado um casal que acabe por se relacionar sexualmente um dia antes ou no dia do trabalho mediúnico. Veja bem, eu escrevi casal, o que denota indivíduos em relacionamento estável e amoroso, o que garante a troca energética salutar e equilibrada, não prejudicando a harmonia da pessoa, o seu desempenho mediúnico ou interferindo no equilíbrio da corrente, o que é muito diferente do médium irresponsável e indisciplinado que se envolve com várias pessoas (emocional e sexualmente) e vai pra gira “trabalhar”, sendo um verdadeiro estorvo pra Espiritualidade, um “câncer energético” (termo pesado, eu sei, mas que realmente caracteriza certos indivíduos) para a corrente mediúnica.
A alimentação carnívora, acredito eu, varia muito da consciência de cada um e normalmente se recomenda evitar o consumo da “carne vermelha” nos dias de trabalho mediúnico dada a sua densidade energética, a qual pode dificultar, por essa mesma densidade, a sintonia e a bom funcionamento das faculdades mediúnicas da pessoa, e como sabemos que matéria é energia condensada, compreendemos que a alimentação carnívora interfere nas energias do médium e da corrente mediúnica, podendo comprometer ou não (dependendo, também, de outros fatores), a sua elevação e saúde energética.
Acho que mais importante que abster-se de comer carne é o preceito, em tempo integral, de evitar a maledicência e a fofoca, pois Jesus ensinou que “o que entra pela boca não torna o homem impuro, mas o que sai dela”¹.
Se recomenda ao médium fumante evitar fumar 24hrs antes do trabalho mediúnico para não estar “intoxicado” dos componentes químicos (e, portanto, energéticos) que contém o tabaco (especialmente industrializado na forma de cigarro).
As drogas (como a maconha, cocaína e etc.) e o consumo de bebidas alcoólicas também devem ser evitados pelo médium, seja em sua vida particular (o que varia da consciência e julgamento individual), seja 24 ou 48hrs antes do trabalho mediúnico, por afetar o funcionamento do corpo físico, da mente e do perispírito, normalmente deixando a pessoa sem mínima condição psíquica, energética e espiritual para o intercâmbio mediúnico...
Por fim, existem as casas que orientam aos seus filhos para tomarem seus banhos de ervas antes do trabalho (como banhos de arruda e guiné para limpeza energética, banhos de alfazema para elevação energética, etc.), “firmar” vela para seu anjo da guarda, enfim... Disciplina é bom e os Guias gostam!
Todas essas recomendações tem sua razão de ser e garantem a segurança energética de toda a corrente...
Mas existem excessos que realmente são dispensáveis: como impedir que uma pessoa “carnívora” ou fumante não trabalhe mediunicamente, como acontecem em alguns centros espíritas que conheço...
Ou barrar o médium de trabalhar porque ele se relacionou com seu companheiro(a) no dia de trabalho...
Cada caso é um caso e cabe ao dirigente ter bom senso, porque cada agrupamento umbandista ou espírita deve, ao meu ver, primar pela fraternidade das relações, onde o médium veja no sacerdote alguém de sua confiança e amizade, e o sacerdote (ou dirigente) analisar e cuidar de cada médium individualmente em suas necessidades de aprendizado...
Como ouvi, certa vez, do Baiano José Severino, através do médium Géro Maita, “casa que cresce demais, o amor diminui”... O que me faz entender que é preciso alinhar a proposta de trabalho da casa com simplicidade e estudo, disciplina e amorosidade.
Estabelecer um relacionamento de fraternidade, comunhão e amizade entre os médiuns, e o médiun e o dirigente é indispensável para fortalecer a corrente e o agrupamento mediúnico, lembrando sempre o fator humano...
Esses “laços de afeto” são muito importantes na experiência mediúnica e o diálogo, em todo o caso, sempre ajuda a esclarecer pontos e regras que alguns médiuns não entendem...
E cabe, também, ao médium ter ciência da sua responsabilidade perante o Templo espiritual que escolhera para trabalhar, buscando ter a disciplina para não se tornar elemento de desequilíbrio à corrente...

Eloy Augusto.
SP. 31/05/2018.

¹Mateus 15:11


sábado, 26 de maio de 2018

Caridade na Umbanda?



Caridade na Umbanda?

Estive a refletir sobre a importância da aplicação das verdades espirituais que nos são passadas através do Espiritismo, da Umbanda e de outras vertentes espiritualistas.
Quando estamos distantes do sofrimento como podemos ser úteis?
Em atividade recente junto a moradores de rua, na qual junto do grupo de médiuns do Templo de Umbanda do Caboclo Sete Flechas, levamos roupas e lanches àqueles que se encontram em sofrimento nas ruas, fiquei a refletir...
A caridade material é muito mais importante do que a caridade “espiritual” praticada no terreiro ou no centro espírita... Não escrevo isso com a pretensão de desmoralizar as práticas mediúnicas e a caridade espiritual prestada, não se trata disso!
Se trata de entender que só isso não basta!
Que é uma “caridade” cômoda demais...
Do que adianta o conhecimento espiritual se ele não nos torna mais humanos diante da dor alheia?
De que vale o conhecimento iniciático, mágico, esotérico, se somos incapazes de prestar o socorro aqueles que se encontram em situação de indigência?
Uma religião sem obras de caridade está definitivamente falida...
Religiosos distantes do auxílio ao próximo são religiosos que não entenderam a missão da religião!
Um dos mentores que trabalha comigo, o árabe Zarthú (aliás, parece que a Umbanda hoje em dia sequer conhece mais a Linha do Oriente, mas enfim, deixa isso pra outro texto) sempre diz sobre a importância de entender Deus em mim e nos outros, e que estamos conectados a tudo e a todos...
Acho extremamente profundo essa colocação dele, especialmente em orientações que ele me deu no dia 18/05 através da psicografia intuitiva-inspirativa, sendo que no dia seguinte, após o trabalho espiritual no Templo, seguimos em ajuda aos irmãos na rua...
E isso tudo – as orientações desse Amigo Espiritual e a vivência que se seguiu – me trouxe a novas reflexões de que é justamente a prática, a vivência dessas verdades espirituais, porque, se isso não ocorre, acaba caindo no esquecimento, se tornam palavras vazias... E isso é muito triste...
Infelizmente uma grande parte dos umbandistas estão distantes de entender um sentido mais profundo da caridade que lhes saem pela própria boca quando ‘incorporados’ por seus guias e mentores...
Se a Umbanda não levar a “bandeira branca de Oxalá” para além das paredes dos seus terreiros, templos e casas, dificilmente será a real manifestação do Espírito para a caridade como disse o Caboclo das Sete Encruzilhadas...
Tenho certeza que a caridade ao que o Chefe¹ se referia não era apenas a caridade (algo limitada e cômoda, né?) prestada uma ou duas vezes na semana em três ou quatro horas de reunião mediúnica...
Com certeza que os trabalhos espirituais tem o seu valor...
Mas temos que fazer a caridade no plano material em que vivemos!
Do que adianta socorrer os espíritos sofredores e esclarecer os obsessores, se nós ignoramos o irmão em necessidade na rua, passando frio, fome, sede?!
Estamos na realidade material e a caridade começa aqui!
Como nos acharmos comprometidos com a Umbanda sem entender isso?
Sem arregaçar as mangas e iniciar projetos de auxílio ao morador de rua?
Como dizer-se umbandista e esquecer de auxiliar a criança, o deficiente e o idoso?
Nesse ponto os espíritas estão a anos-luz dos umbandistas...
Acho que precisamos de menos doutrina e mais ação... Menos magia e mais caridade!
Não adianta nada se dizer “iniciado” disso ou daquilo, “mestre do mistério x, y ou z”... Que diferença prática isso faz quando socorremos alguém em profundo sofrimento?
A Umbanda e os umbandistas precisam mover-se em ações sociais concretas! Somente com pequenas ações é que podemos mobilizar as pessoas a grandes ações.
Não temos como abraçar ou salvar o mundo, é claro... Às vezes não damos conta nem de nós mesmos...
Mas se as centenas de pessoas que procuram a Umbanda como se ela fosse um balcão de favores, pedindo emprego, namorado e etc., deixassem um pouco que seja os seus gigantescos problemas de lado e ajudassem o outro, talvez vissem que não são tão miseráveis como costumam se achar e despertem um pouquinho para ver que há outras pessoas no mundo com problemas muito mais dolorosos que o seus... Que suas vidas são uma bênção se comparado ao inferno em que sobrevivem alguns...
Nós podemos fazer muito! Muito mais do que pensamos! Basta boa vontade! Basta despertar a consciência e entender...
Se estivéssemos em situação de indigência como gostaríamos de ser tratados e ajudados?
Tenhamos a coragem de refletir e dar um novo significado à palavra CARIDADE.

Eloy Augusto.
SP. 27/05/2018.

¹ “Chefe” é a forma tradicional pela qual o Caboclo das Sete Encruzilhadas era chamado na Tenda da Piedade.

Os Espíritos tem religião? por Eloy Augusto



Os Espíritos tem religião?
É uma pergunta muito interessante a se fazer porque os espíritos costumam se agrupar pela sua similitude de gostos, pela afinidade, o que nos faz pensar que os espíritos ainda mais ligados a matéria possuem, sim, uma religião, e que se agrupam no mundo espiritual em comunidades, famílias, em “colônias espirituais” como expressou André Luiz em seus livros.
A religião, sendo um fator muito importante na vida do Homem, é natural que se estenda para as regiões além-túmulo e que os espíritos se organizem de acordo com aquilo que seja afim a eles.
Em alguns livros espíritas (de médiuns como Chico Xavier, Divaldo Franco, Carlos Baccelli, Robson Pinheiro, Wanderley Oliveira e outros) nos deparamos com a informação de que no mundo espiritual também existe templos religiosos das várias religiões existentes na Terra.
E se espíritos se apresentam nas reuniões mediúnicas como padres e freiras, será que não estão, ainda, ligados ao pensamento e religiosidade tradicional da Igreja Católica? E os espíritos que se apresentam como mestres hindus ou japoneses, será que não aproveitam do ensinamento do Hinduísmo, do Budismo ou do Xintoísmo para auxiliar a elevação moral e espiritual das pessoas? (Adaptando, naturalmente, esses ensinamentos e filosofias ao entendimento judaico-cristão que predomina em nosso país).
É claro que a imortalidade da alma e o entendimento da reencarnação, bem como a não-existência do Céu ou do Inferno cristãos, mitológicos, podem quebrar alguns paradigmas e visões estreitas de espíritos que alimentavam essas ideias... Mas isso não quer dizer que os espíritos deixam a sua religiosidade de lado, o que tem muito a ver com a última cultura que viveram na matéria.
Assim como reuniões mediúnicas no plano espiritual, como já citado nos livros psicografados pelos citados autores, nos faz refletir que, da mesma forma, os espíritos também se reúnam a fim de adorar a Deus (e aos deuses, como no caso dos espíritos ligados ao Hinduísmo, por exemplo) e rezar, das mais diversas formas possíveis.
Com toda a diversidade e pluralidade que existe no nosso mundo, como achar que todos os espíritos que trabalham no Espiritismo são espíritas? É, no mínimo, estranho e uma estreiteza de visão bastante dogmática e infrutífera, bastante distante de uma visão sóbria do mundo espiritual... Por falta de conhecimento ou por esperteza mesmo!
Por que classificar alguns espíritos como “de Umbanda” ou “do Espiritismo”?
Essa separação é coisa do ser humano que ainda insiste em querer separar, desunir as pessoas, estabelecendo “isso pode” e “isso não pode”.
É claro que eu sou contra manifestações de espíritos de pretos velhos e caboclos que, num centro espírita, peçam elementos materiais para trabalhar, porque aí é faltar com respeito com aquela cultura filosófico-religiosa e é dar manga para críticas... Tanto quanto é ilógico o espírita criticar o umbandista por usar elementos materiais para a realização de seus trabalhos mediúnicos e magísticos! O bom senso e o respeito tem que existir dos dois lados – e aí eu pergunto: será que essas “manifestações” não viriam de espíritos zombeteiros que querem desmoralizar a Umbanda e seus guias? Ou de médiuns animistas ou com más intenções?
Porque o preto velho, o caboclo, entende perfeitamente o lugar onde está trabalhando, entende a cultura do lugar e o método de trabalho, até porque, existem inúmeras casas umbandistas que em seus trabalhos já não usam, com tanta frequência (ou como algo indispensável) o charuto, o cachimbo, as ervas, a bebida alcóolica e etc.
Mas a separação também vem de alguns autores umbandistas que incentivaram essa separação nos livros que escreveram... E tem muito umbandista que pensa, também, que os “seus” Guias não trabalham na “mesa branca”, que os “seus” protetores apenas protegem a ele, que os “seus” mentores não são do “kardecismo” ...
É muita ignorância, é muita vaidade e é muito egoísmo mesmo! Como o homem gosta de ser infantil quando lhe convém! De se fazer de cego e surdo à própria razão!
“União sem fusão, distinção sem separação” – Pai João de Aruanda (João Cobú), pelo médium Robson Pinheiro. Eis aí uma forma de pensar bastante inclusiva e racional, mas que muita gente não está pronta (ou não quer mesmo!) para entender, aceitar e vivenciar!
Faz parte, nem todos pensam como nós... O que é muito bom, faz parte da diversidade, mas não temos como apoiar tamanho sectarismo!
Falar que os espíritos não tem religião também não ajuda muito porque não tem base. É claro que alguns espíritos não tem religião e não acreditam em Deus. Isso pode acontecer... Aliás, tudo pode acontecer, se formos parar pra pensar no mar de possibilidades que existe no plano espiritual.
Tem muito umbandista e espírita comodista, que preferem ficar longe dos livros, repetindo as mesmas bobagens e mentiras engessadas como “verdades” aceitas, sem critério, pelos seus grupos...
Como um Espírito de Luz pode incentivar o preconceito, o separatismo e a intolerância religiosa? Que Espírito sensato e de luz incentiva a discriminação? Com certeza não é um espírito inteligente e muito menos comprometido com o Bem!
Com toda a diversidade nos dois mundos (material e espiritual) há espíritos hinduístas, espíritos budistas, espíritos evangélicos, espíritos judeus e até espíritos ateus!
Ou será que só por que o Espírito abandonou a carne se torna obrigado a acreditar em Deus? (Eu não me surpreenderia com isso).
É lógico que o espírito pode ser espírita porque guarda afinidade com essa filosofia-ciência-religião e com o método de trabalho construído no Brasil. Assim como é lógico espíritos de outras religiões, cada qual participando, junto dos encarnados, dos templos religiosos que lhe são afins...
E seria muita ignorância achar que todo espírito é espírita.... Seria muita pretensão crer que todo espírita que se manifesta nos centros espíritas são espíritas...
Mas o Espiritismo é bem maior do que tudo isso!
A Proposta Espírita é a de comunhão e muita gente tá bem longe disso...
Mas mesmo com tudo isso, com todas essas falhas humanas, as vozes do Senhor (como se refere aos espíritos o Espírito de Verdade) continuam a trabalhar nos centros espíritas, independentemente de suas nacionalidades ou crenças, trabalhando junto dos encarnados em prol da caridade, do amor ao próximo e do Bem, seja esse bem chamado de Alá, Visnhu, Buda, Rama, Jeová ou Jesus...

Eloy Augusto.
SP. 26/05/18.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Preconceito no Espiritismo?



Muitos irmãos espíritas ainda se assombram quando Espíritos se apresentam em suas reuniões mediúnicas com trejeitos (ou seja, a maneira de manifestarem-se através dos médiuns ou a linguagem utilizada) que remetem às incorporações nos milhares de terreiros de Umbanda e de outras práticas religiosas (como o Catimbó e a Encantaria), de seus Guias Espirituais e protetores, a qual utilizam uma roupagem fluídica de acordo com o trabalho que executam e com o público-alvo a que se destina a sua mensagem, profundamente associada ao imaginário popular e a cultura brasileira.
Mas por que tanto assombro? Seria ainda os resquícios do preconceito e do separatismo religioso? Do racismo? Em pleno Séc. 21 e com todos os avanços sociais envolvendo a militância negra...
É triste que a mentalidade do século passado ainda possa perseverar em algumas lideranças e centros espíritas de que a religião brasileira de Umbanda seria “baixo Espiritismo” ou que sequer seria uma religião e sim uma seita, como eu mesmo já tive a infelicidade de ouvir.
Allan Kardec sempre teve uma postura investigativa e de análise científica, racional, e graças a essa postura é que codificou a Doutrina dos Espíritos, doutrina que, aliás, ele sempre deixou claro que o Espiritismo não é uma religião, apesar dos três aspectos com que se apresenta, e que uma pessoa não precisaria deixar a sua fé e a sua religiosidade para “ser espírita”¹.
Interessante que em toda a sua obra não vemos tratar-se de uma doutrina dos “espíritos espíritas” como insistem em pensar alguns, porque, se a Doutrina é dos Espíritos, não importa, então, qual a sua forma de apresentação espiritual ou mesmo a nacionalidade ou a religião que tiveram quando na Terra... Quer dizer, não deveria importar.
Por que então a maior aceitação se o espírito for um médico italiano ou padre português? (Se comparando a espíritos de baianos, pretos velhos ou pombagiras?)
O Espiritismo em sua essência é acolhedor a todos os Espíritos verdadeiramente comprometidos com o Bem, mas isso não significa que o espírita o seja. Assim como o umbandista também não é. Infelizmente o preconceito e o separatismo ainda existem muito fortemente na mentalidade coletiva dos religiosos...
Obviamente que a culpa não é do Espiritismo ou da Umbanda, mas do próprio homem com os seus preconceitos...
Se o Espiritismo se estabelece em terras brasileiras (cujo povo, inicialmente, eram as inúmeras tribos indígenas, e posteriormente, com a invasão-colonização portuguesa e os milhares de negros escravizados trazidos para esta terra) como então ignorar as suas raízes históricas e culturais? Como ignorar os Espíritos que fizeram parte da sua formação? Como querer ou achar que os espíritos que se manifestam nos centros espíritas sejam todos brancos, no padrão europeu?
É claro que muitos médiuns clarividentes e videntes ignoram, deliberadamente, a presença de muitos espíritos “de Umbanda” nas sessões mediúnicas espíritas...
É muito triste tudo isso, essa persistência na ignorância com que alguns espíritas, deliberadamente, querem permanecer, mesmo com toda a literatura espírita e umbandista disponível e que muito esclarece sobre a religião umbandista, seus fundamentos, etc.
A contribuição dos Espíritos ditos “de Umbanda” é valorosa nas reuniões mediúnicas espíritas e apométricas. Nos livros de André Luiz se esclarece quanto à especialização do espírito, o que muitos espíritas parecem não ter lido (ou fingem ter esquecido)... Se um espírito tem a especialização para lidar com a energia curativa das forças naturais (das ervas, por exemplo), naturalmente comparecerá em um trabalho de cura espírita... Se um espírito teve a especialização, quando na vida material e além dela, em lidar e conter marginais, é de se esperar que possa colaborar, nas instituições espíritas, em sua guarda espiritual, impedindo a intervenção de espíritos vândalos e renitentes no mal... Se um espírito tem profundo conhecimento de psicologia, em sintonia com o Bem, terá a especialização necessária para atuar nos trabalhos de desobsessão e conversa fraterna das reuniões espíritas... Seja um médico chinês ou preto velho... Um soldado romano ou um exu... Uma psicóloga ou uma pombagira...
O Espírito quando desprendido da matéria entende que sua forma de apresentação espiritual é relevante apenas ao trabalho que tem a executar e é por isso que vemos espíritos que se apresentam como frades, padres, orientadores espirituais, médicos, freiras, etc., se apresentando, também, nas casas, templos e terreiros de Umbanda com a roupagem fluídica que lhes permita acesso aos corações que ali comparecem. Isso sem contar que podem, de fato, ter tido as encarnações como indígenas ou negros escravizados, assim como podem, também, apresentar-se assim, moldando essa forma astral para trabalhar com os irmãos que procuram a Umbanda, seguindo o “arquétipo” já consagrado dessas entidades.
A forma não é mais importante do que a mensagem e infelizmente muitos espíritas (e também umbandistas, é claro!) ainda erram nesse quesito, porque é certo que não podemos confiar em um espírito apenas porque se apresenta desta ou daquela maneira... Tem que se analisar o seu teor energético e os ensinamentos, mensagens, que transmite.
Ciência Espírita se faz com questionamento e com análise, com uma postura investigativa, séria e compromissada, como a adotada por Kardec nas suas investigações no Séc. 18.
Sem isso para onde está caminhando o Espiritismo? Para uma fé cega? Para um engessamento doutrinário e teológico à maneira de muitos protestantes que não admitem nada além da Bíblia? Seria esse o triste futuro dos livros de Kardec, de Chico Xavier e outros autores espíritas? Será que os Espíritos já passaram tudo o que tinham para passar através desses livros mediúnicos? NÃO, é lógico que não.
Isso porque a Doutrina Espírita tem como caráter principal o progresso², segundo seu próprio Codificador... O progresso é uma lei divina a qual nada pode fugir.
Por que então o receio da manifestação dessas entidades nas lides espíritas? Preconceito? Racismo? Purismo?
Se o mundo material é plural e o mundo espiritual é o original, verdadeiro, sabe-se, portanto, que o plano espiritual é igualmente plural e cheio de diversidade...
Por que então persistir com tanto preconceito?
Fica a reflexão.

Eloy Augusto.
SP. 25/05/2018.

 ¹Livro O que é o Espiritismo. Cap. 1, Terceiro Diálogo. Kardec diz “o Espiritismo era apenas uma doutrina filosófica. Foi a Igreja que lhe avultou as proporções, apresentando-o como um inimigo terrífico. Foi ela, enfim, quem o proclamou uma nova religião (...) Seu verdadeiramente caráter é, pois, o de uma ciência e não de uma religião. A prova disso é que conta entre seus adeptos homens de todas as crenças e que não renunciaram às suas convicções: católicos fervorosos, protestantes, muçulmanos, budistas, brâmanes”;

²Livro A Gênese. Caráter da Revelação Espírita: “a Doutrina não foi ditada completa, nem imposta à crença cega, porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação dos fatos que os Espíritos lhe põem sob os olhos e das instruções que lhe dão, instruções que o homem estuda, comenta, compara, a fim de tirar ele próprio as ilações e aplicações. Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem” e itens 798 a 802 de O Livro dos Espíritos.

Linha dos Marinheiros na Umbanda

Linha dos Marinheiros

A Linha dos Marinheiros está ligada ao mar e às descargas energéticas. A descarga de um terreiro deve ser feita sempre ao final dos trabalhos caritativos. No caso específico do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade, não temos aconselhamentos públicos com esta vibratória. Os marinheiros, adestrados psicólogos, conhecem profundamente a hipocrisia humana. Espíritos calejados, viajaram e conheceram muitos países ao redor do mundo, são ecléticos e versáteis, nos ensinando a ter mais jogo de cintura; simbolicamente, nos ensinam a ficar de pé, mesmo com o sacolejo do navio, que balança mas não cai.

São exímios destruidores de feitiços, cortam ou anulam todo "embaraço" que possa estar dentro de um templo ou, ainda, próximo aos seus médiuns trabalhadores. Infelizmente, muitos interpretam mal esta linha ou, o que é pior, são mistificados por espíritos beberrões que comparecem nos trabalhos para se embriagar, sorvendo os eflúvios etílicos de seus médiuns. Muitas casas deixam correr livres as bebidas alcoólicas, o que não tem nenhuma ligação com a genuína Umbanda; beber mediunizado, fato gerado por incúria de dirigentes e médiuns despreparados.

O Espírito-chefe da falange dos marinheiros que atua em nossa egrégora foi um marujo português que veio para o Brasil no início da colonização; disse chamar-se Zé Luzeiro. Sua tarefa era guiar as embarcações que chegavam à Baía de Guanabara com mantimentos de Portugal até a costa, de forma segura. Por vezes, isso se dava à noite e, pela iminência de tempestade, entrava com seu pequeno barco e um candeeiro de óleo de baleia içado na proa (daí ser conhecido como Zé Luzeiro). Disse-nos que, assim como guiava as embarcações até um local seguro e evitava que elas encalhassem, nos ajudaria a conduzir as almas perdidas na crosta para o porto seguro do mundo espiritual.

Zé Luzeiro coordena a falange de marinheiros para fortalecer as descargas energéticas que ocorrem ao final de cada sessão, auxiliando na condução, para o mundo dos espíritos, de irmãos sofredores desencarnados que estavam "grudados" nos consulentes. Não podendo ficar na contrapartida Astral do terreiro em atendimento, são conduzidos pelos marinheiros para outro local vibratório mais indicado para eles, no plano espiritual.

TRECHOS DO LIVRO: APOMETRIA, OS ORIXÁS E AS LINHAS DE UMBANDA, Cap. 11. Norberto Peixoto. Legião Publicações.

Linha de Umbanda e atuação na Apometria


Oxalá e Oriente
Atuam diretamente no restabelecimento da religiosidade e da fé dos atendidos, encarnados e desencarnados. Complementam a ação de outras linhas em situações de depressão profunda e doenças psicológicas onde a autoestima é baixa. Fazem a distribuição ou "descida" vibratória das outras linhas e entidades. Adequado cantar no início dos trabalhos e nas situações que requerem atuação da chamada linha ou agrupamento do Oriente e dos médicos do Astral. Invocamos a linha do Oriente para plasmar a ala médica e a instrumentação cirúrgica no Astral, no alinhamento dos chacras e do magnetismo, no término do trabalho individual de Apometria e ao realizar a técnica de dialimetria.

Oxóssi
Formam um grande grupo de trabalho que se divide em:
Curadores: trabalham manipulando o magnetismo da natureza na forma de luzes, plantas, minerais, essências, ectoplasma, etc., executando curas e cirurgias astrais.
Corrente desobsessiva: ação ativa em trabalho de contramagia por conhecerem profundamente a utilização magnética dos elementos mágicos ou por dominarem a arte de infiltração, captura e espionagem das bases umbralinas.

Linha dos Pretos Velhos
Como profundos conhecedores da magia prática, trabalham quando há necessidade de intervenções delicadas causadas por campos mentais densos ou construídos através da magia elemental, com o intuito de comprometimento da organização dos corpos sutis, parasitismo. Normalmente se manifestam para aconselhar o consulente sobre a melhor maneira de enfrentar e resolver suas dificuldades.

Crianças
Trabalham profundamente na psicologia dos atendidos, principalmente quando há visão e compreensão dos acontecimentos de forma equivocada ou com sentimentos de injustiça desproporcionais à realidade. Despertam a simplicidade de sentimentos e a alegria de viver e de se relacionar com as pessoas.

Ciganos
Despertam a alegria de viver e de bem viver, independentemente dos problemas que se tenham. Trabalham as lembranças das comemorações e dos momentos felizes em grupo para contrapor tendências depressivas e isolacionistas. Envolvem o consulente com energias de abundância, prosperidade, desapego sem culpa e liberdade.

Exus
Normalmente é o primeiro grupo a se manifestar, pois promove a limpeza e o encaminhamento das energias mais densas, preparando os campos para a intervenção das entidades de outras linhas.

Linha dos Malandros
Trabalham dentro da realidade do consulente, encaminhando espíritos que vibram no campo da malandragem, da esperteza, aproveitando-se da ingenuidade alheia, para fortalecer a vontade de não ser dependente dos vícios - alcóolicos, tóxicos, etc.

Baianos
Ensinam a lidar com as adversidades do dia a dia com alegria e flexibilidade. Trabalham, também, nas demandas. Esta linha é composta por espíritos muito matreiros, espertos, conhecedores dos "tipos" de personalidades. Trabalham finalizando os processos de magia com o recolhimento de espíritos sofredores e aproveitadores da situação do consulente.

Marinheiros
Espíritos que se enfeixam na vibratória de Iemanjá, conhecedores da psicologia humana, encaminham amorosamente os espíritos ainda perdidos no tempo/espaço. Trabalham energias densas, encaminhando-as ao reino desta Yabá. Trabalham a rigidez, ensinando a ter jogo de cintura, flexibilidade perante as adversidades do grande mar que é a vida.

Todas as entidades ligadas a cada Orixá trabalham em conjunto e ao mesmo tempo no atendimento com Apometria, e a movimentação dessas falanges se dá sempre que necessário, com base no merecimento do consulente. As técnicas são realizadas simultaneamente com as manifestações das entidades, dentro de uma ordem e com a orientação do dirigente.

TRECHOS DO LIVRO: APOMETRIA, OS ORIXÁS E AS LINHAS DE UMBANDA, Cap. 11. Norberto Peixoto. Legião Publicações.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Fé é soltar o controle da vida, por Pai João de Angola


Os fios quer falar de fé e nego véio adora falar de fé.

Fé é sentir Deus.

Fé é a capacidade de entrar em contato com essa força maior que existe no universo, que nos coloca para cima, que nos fortalece no otimismo e nos concede paz na alma.

Fé é essa comunhão com o Criador que nos deixa em condições de nos mantermos de pé diante dos embates de cada dia.

A fé é uma energia interior e quem aprende a manejá-la consegue o que deseja.

Quando farta (falta) a fé muzanfio, farta tudo. Farta combustível para viver. Farta alimento pra alma.

Quer saber fio como ter fé? Tem jeito sim.

Primeiro é saber que todos fomos criados com ela, como uma semente que precisa de cultivo para brotar. Depois, é começar a cuidar da sementinha. E como cuidar fio?4

Nóis cuida da fé quando educamos algumas atitudes. É preciso, então, saber o que impede essa força de expandir e iluminar. Vamos pensar nisso.

Para a fé florescer, é preciso não querer controlar tudo na vida, aceitar que tudo que acontece tem uma razão de ser e que tudo pode ser melhorado.

Quando nóis sai do controle da vida, Deus toma conta e as coisas acontecem.

Quando nóis aceita, Deus age a nosso favor e mostra opções de solução.

Quando nóis acredita que tudo pode melhorar, Deus multiplica o nosso otimismo para trabaiá (trabalhar) e achar a estrada do aprimoramento.

A fé é uma força que move, eleva e transforma. Quem a desenvolve tem tudo, porque está em comunhão com o Pai, que tudo pode.

"A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes" (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 19, item 2).

LIVRO: FALA PRETO VELHO!, CAP. 37, psicografado por Wanderley Oliveira/Pai João de Angola. Editora Dufaux.

*Grifos do Blog.