É sabido que a Corrente Astral
de Umbanda manipula constantemente a Magia positiva (chamada de magia-branca)
sempre para o bem de seus filhos-de-fé ou para qualquer um necessitado, venha
de onde vier...
A magia, dentro de certas
necessidades ou casos, requer determinados elementos materiais. São velas,
flores, ervas, plantas, raízes, panos, pembas e até o fumo e certas bebidas...
O fato é o seguinte: quando há mesmo necessidade disso, a entidade pede e a pessoa
TRAZ, ou providencia, satisfazendo a Lei de Salva (...)
Essa salva existe, na Umbanda
em relação com a Quimbanda. E como é isto? Diremos: o médium recebe ordens para
fazer determinado trabalho, reconhecidamente necessário, quer seja para um “desmancho”
de baixa-magia, quer seja para um encaminhamento ou desembaraço qualquer de
ordem material ou de um proveito qualquer, tudo dentro da linha justa, isto é,
que jamais implique no prejuízo de alguém... Quer seja uma descarga, um
“desmancho” ou proveito qualquer, se for manipulado dentro da movimentação de
certas forças mágicas e que impliquem em elementos de oferenda para certas
falanges de elementares, à pessoa para quem é feito esse trabalho se pede a
dita salva. Essa salva pode constar de certo número de velas ou de azeite para
iluminação ou para posterior uso do médium ou de uma compensação financeira
relativa, da qual parte deve ser dada de esmola pelo dito médium, na intenção
de sua guarda. Essa é uma lei da magia que existe, nós não a inventamos, nem
ninguém, e sobre a qual não podemos nos estender em detalhes maiores.
Todavia, devemos esclarecer
que essa lei de compensação da Magia, ou para os trabalhos de cunho nitidamente
mágico é indispensável. E uma espécie de fator de equilíbrio entre a ação, a
reação e o desgaste relativo ao operador (...) Na Umbanda, já o dissemos: essa
lei (ou esse fator) se denomina Salva, e é tão antiga que podemos identificar
seu emprego entre os primitivos e verdadeiros Magos e Sacerdotes Egípcios, com
a denominação de Lei de AMSRA.
Disso também nos falam os
Rosacruzes em seus ensinamentos ou instruções internas (esotéricas).
Agora, compete ao magista,
seja ele de que corrente for, não abusar, não exceder, não ambicionar, não
derivar para o puro lado da exploração...
Ora, o médium-magista então,
ambiciosamente, começa a abusar disso. Começa por se exceder na lei de salva,
pedindo mais dinheiro. Passa a cobrar grosso em tudo e por tudo. Inventa
“trabalhos” de toda espécie, assim como “desmanchos” e afirmações para isso e
aquilo...
E os aflitos, os supersticiosos,
os impressionáveis, os filhos-de-terreiro, dão e sempre com prazer, visto
esperarem sempre uma melhoria ou uma vantagem qualquer por via disso (aliás a
tendência da maioria das pessoas que frequentam “giras”, é pagar, gostam de o
fazer).
Assim – ele, o médium – de
tanto fazer trabalhos materializados, sempre por conta própria, mas tudo
relacionado com os “exus” (que é o espantalho para essa maioria de ignorantes,
de simples, de ingênuos etc.) e que envolvem materiais grosseiros, acaba
chafurdado na vibração pesada dos espíritos atrasados, que passam a rondá-lo ou
a viver em torno dele, ansiosos por esses tipos de oferendas...
A sua entidade protetora, como
sempre, já lhes deu vários alertas que ele não levou na devida consideração,
pois o dinheiro está entrando que é uma beleza...
E nessa situação o aparelho já
está “cego e surdo” a qualquer advertência e o seu caboclo ou o seu
preto-velho, que, para ele, já são incomodativos, visto temer que se manifestem
mesmo de fato nele e levantem toda essa sujeira, desmoralizando-o (como tem
acontecido), se afastam e deixam-no envolvido com o baixo-astral, com quem já
esta conluiado... Pois ele, o médium, tem o sagrado direito de usar o seu livre-arbítrio
como bem queira (...)
Todavia, apesar da fartura do
dinheiro fácil reconhecem depois de certo tempo que é um dinheiro maldito...
passam a viver com a consciência pesada, irritados e sempre angustiados. O fim
de todos eles tem sido muito triste... ou surgem doenças insidiosas, ou os
vícios para martirizá-los por toda a vida ou acabam seus dias na miséria
material, pois a moral já é uma cruz que ele carrega desde o princípio de seu
fracasso mediúnico...
LIVRO: SEGREDOS DA MAGIA DE UMBANDA E QUIMBANDA. W. W. DA MATTA E SILVA (MESTRE YAPACANY).
*Grifos do Blog.