“- Ressalvadas
outras finalidades expressivas, as
sessões práticas ou mediúnicas do Espiritismo assumem, igualmente, a função
consoladora, pelo lenir de saudades e diminuir de dores que propiciam, através do abençoado intercâmbio espiritual,
não somente das Entidades Veneráveis, como daquelas que sofrem, ensinando
pela dor a correta vivência do amor... Mas também, pelo facultar o retorno dos
seres amados ao convívio afetuoso, pela palavra oral ou escrita, nas
materializações ou nas fortes induções mentais de caráter intuitivo. Escola de
bênçãos superiores, a sessão de intercâmbio é medicação para os Espíritos de
ambos os lados da vida, estímulo e prova da sobrevivência, por cujo valioso
concurso assumem-se responsabilidades morais e coragem para vencer as
vicissitudes do caminho de ascensão (...)
“De tempos
em tempos, amiudadas vezes, surgem movimentos antimediunistas entre
respeitáveis estudiosos e obreiros da Doutrina Espírita, que então sofrem
inspiração negativa.
“As Entidades perversas, que se veem
desmascaradas, desmanchadas suas tramas e conluios nefastos através da
mediunidade digna, combatem, sistematicamente, essa porta de serviços, tentando
cerrá-la, ora pela suspeita costumaz, ora pela desmoralização e vezes
outras pela indiferença geral, desfrutando, então, esses inditosos, de área
livre para o comércio infeliz que estabelecem e o prosseguimento das ardilosas
quão inclementes perseguições que promovem.
“(...) Inspirados, portanto, por mentes
perturbadoras, ociosas, vingativas de diversas gamas, surgem companheiros
ciosos da preservação do patrimônio doutrinário, investindo contra as reuniões
mediúnicas.
“Alguns
alegam excesso de animismo, outros exageros no mediunismo, mais outros afirmam
que esse período está superado e não falta quem diga serem tais serviços
prejudiciais ao equilíbrio mental e emocional de pessoas nervosas, de
personalidades psicopatas.
“Não nos
parecem que estejam com razão. É verdade
que o animismo medra em larga escala, cabendo, no entanto, ao estudioso da
Doutrina, ao invés de coibi-lo, educar o sujet, fazendo-o liberar-se das
impressões profundas que lhe afloram do inconsciente, nos momentos de transe,
qual oportuna catarse que o auxiliará a recobrar a harmonia íntima. Outrossim,
da mesma forma que muitos se afadigam em doutrinar os desencarnados, realizarão
trabalho valioso doutrinando os companheiros do plano físico, portadores de
mediunidade em fase atormentada.
“Os chamados excessos mediúnicos não são da
responsabilidade das sessões, senão da desinformação dos experimentadores e
pessoas que se aventuram nas suas realizações desarmadas do conhecimento
doutrinário e da vivência das suas execuções.
“Por outro lado,
todo o monumento doutrinário do
Espiritismo foi construído mediante as incomparáveis demonstrações e pesquisas
mediúnicas a que Allan Kardec procedeu, oferecendo-nos uma Obra
insuperável, que depois de um século ainda é muito desconhecida, mesmo dos que
a estudam com carinho e afinco. Nunca
estarão ultrapassadas as realizações mediúnicas de proveito incontestável,
além do poder que exercem para fazer novos adeptos que então passam a
interessar-se pelo estudo da Doutrina e seu aprofundamento.
“Por fim, a acusação de que afetam pessoas portadoras
de desequilíbrios nas áreas mental e emocional, não tem qualquer fundamento.
Primeiro, porque o bom senso, que deve orientar os que dirigem esse admirável
mister, demonstra a impossibilidade de esses pacientes terem uma participação
direta na reunião e depois, porque a orientação doutrinária ensina que a
presença dos que se candidatam aos benefícios não é indispensável, já que para
os Espíritos as distâncias terrenas têm outra dimensão, dispensando-se, desse
modo, aquela participação física. Ainda aqui, é o despreparo de quem se arroga
às condições de dirigente de sessões que responde pela incompetência. Não obstante reconheçamos a necessidade do
conhecimento e preparação doutrinária, valorizamos muito as condições morais,
que são fatores predominantes para os resultados das sessões. Conforme as
coordenadas mentais que defluem da vivência moral dos seus membros - como
ocorre em qualquer atividade - estarão presentes Entidades equivalentes,
oferecendo o que se merece e não o que se deseja Indispensável, portanto, que o conhecimento, a cultura doutrinária
tenham como suporte o esforço moral do aprendiz, a fim de situar-se em clima de
paz e privar de convivências superiores."
Novamente
calou-se, ensejando-me reflexões. Logo ampliou a argumentação: -
“Declaro-vos
- afirmou Jesus, conforme anotou Lucas no capítulo dezenove, versículo quarenta
- que se estes se calarem, as pedras falarão,” que podemos interpretar em
linguagem espiritista como, ao se
calarem os discípulos do Evangelho, por medo ante as conveniências mundanas,
pelos preconceitos ou vitimados pelos interesses mesquinhos, como tem
acontecido, as pedras que guardam os mortos rompem-se, falam, já que os
desencarnados, não mais submetidos às conjunturas terrenas, proclamam a verdade
sem peias nem conciliações com o erro.
“Respeitamos
todas as criaturas nos degraus em que estagiam, no seu processo de evolução
espiritual. Entretanto, valorizamos os trabalhadores anônimos da mediunidade,
os que formam os círculos espirituais de assistência aos desencarnados e de
intercâmbio conosco pelo sacrifício, abnegação e fidelidade com que se dedicam
ao fanal da consolação e da caridade que flui e reflui nas sessões mediúnicas
de todas as expressões sérias: de curas ou fluidoterapia, de desobsessão, de
desenvolvimento ou de educação da mediunidade, de materialização com objetivos
sérios e superiores, favorecendo o exercício das várias faculdades mediúnicas
para a edificação e vivência do bem.
“Esses
trabalhadores incompreendidos, muitas vezes afadigados, estão cooperando
eficazmente, no esquecimento a que muitos os relegam, com os Benfeitores da
Humanidade, na construção do Mundo Novo de amanhã pelo qual todos anelamos”.
- Diálogo
entre o Espírito Bezerra de Menezes e Manoel Philomeno de Miranda, no livro
NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA, Cap. 16. Psicografado por DIVALDO P. FRANCO.
*Grifos do Blog.
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