A
CONSCIÊNCIA DIVINA
“Meu
Pai e Eu somos Um (...) E respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa Lei: ‘sois
deuses?’. Pois a Lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi
dirigida” – Jesus de Nazaré (Evangelho de São João, Cap. 10, Versículos 34 e
35).
A
consciência se dilata. Gradativamente a consciência do Homem se expande e se
abre às Verdades Imortais, não obstante a relatividade das verdades que hoje aceita,
compreende e expressa através dos sentidos, da realidade-percepção que possui
dentro de suas limitações.
O
Espírito ascende até Deus e apesar de não ser o próprio Criador, a criatura
modifica-se em suas baixas inclinações, oriundas de suas imperfeições morais e
da animalidade que ainda faz parte do seu ser, rumando, vida após vida, ao
despertamento das potências que traz em germe, pois, o Criador doa algo de si à
sua própria criação.
Assim,
o Homem caminha, incessantemente, à unificação de sua consciência, de seu Ser,
à Existência-Pensamento Divino, pois ensinara o próprio Cristo: “meu Pai e eu
somos Um”.
Encarcerado
na dimensão física e no plano astral mais próximo à materialidade, o espírito
ainda distancia-se dessas verdades sublimes, como que denso demais para
transcender sua própria percepção, enlameado por suas próprias criações inferiores
e preso ao Karma, às consequências naturais de seus atos que, na grande maioria
das vezes, choca-se contra a Lei Divina, a qual carrega em sua própria
consciência.
Nas
dificuldades terrestres, o Homem se encontra jungido à teia de criações do passado
e do presente, como é natural, tecendo a todo instante seu próprio futuro e
necessitando, através de experiências retificadoras – especialmente àquelas
junto a família – redimir-se, não através do sofrimento como afirmam alguns,
pois Deus não nos criara para sofrer, mas para evoluir, pois a redenção
encontra-se na transformação das próprias más inclinações e no despertamento
das qualidades que torna a criatura cada vez mais próxima do ideal de seu
Criador.
As
experiências amargas necessitam de um sentido pois ninguém sofre sem causa
justa e a Lei de Ação e Reação, através do conhecimento das Reencarnações
Sucessivas, permite reflexões profundas acerca das causas do sofrimento – mas,
ainda assim, é preciso transcender, é urgente ir além das hipóteses do porquê
se sofre ou se passa por determinadas provações ou privações durante a
existência material. Sem isso sofre-se sem renovar-se e quem sofre sem extrair
da amarga lição um aprendizado, cai nas malhas nebulosas da revolta, ainda mais
comprometendo-se sem modificar-se.
Para
romper o ciclo de dores que atormenta o Espírito nas repetitivas experiências
dolorosas, cabe ao Homem não prender-se à respostas automáticas ante aquilo que
lhe atormenta, ainda mais jungindo-se às causas de dor, mas tomar atitudes e ações
que o renovem interiormente, elevando-o para mais próximo da Divindade.
Caindo
na inércia, ou seja, sem a ação que renova e sem praticar as verdades
superiores que o Homem diz compreender, se repetem velhos hábitos religiosos e
filosóficos de todos os tempos, inócuos na grande maioria das vezes, pois sem a
ação diária, sem as demonstrações vivas da filosofia que se abraça,
dificilmente se elevará a criatura ao ideal superior.
Dilatar
a consciência ante as aflições que a experiência material proporciona é “ter
olhos de ver” que significa encarar as adversidades como momentos transitórios,
da qual pode-se aprender muito no exercício da indulgência, do esquecimento e
do perdão das ofensas, do fortalecimento das convicções imortais e da fé, da
paciência, do amor desinteressado, da compaixão e do esforço no Bem,
permitindo-se, mesmo que não seja fácil, buscar o domínio das próprias
imperfeições e a renovação interna, aprimorando as qualidades citadas, na
certeza de que a vida terá o prisma com que é encarada, diretamente conectada
com os pensamentos-ideias que são alimentados pela criatura, a qual,
irrevogavelmente, são de sua responsabilidade e lhe definirá a própria
situação.
É
certo que nada foge da Administração Celeste, pois Deus está ao controle de
Tudo e do Todo, porém, na experiência transitória nas dimensões materiais e
astrais, o Espírito Humano já goza do livre-arbítrio (de relativa e controlada
liberdade) para administrar diminuta parcela dessa Vida Maior, a qual constitui
a sua própria vida-existência, não obstante governado por sábias Leis Siderais,
a qual dará contas pelo bom ou mau uso que dela fizer.
O
Homem, assim, sempre será responsável pelas criações inferiores ou superiores
oriundas de seu próprio âmago, no afastamento ou na aproximação do Alto.
A
consciência do Homem se expande e se eleva quando tem “ouvidos de ouvir” a voz
silenciosa do Criador a lhe inspirar nos graves momentos em que necessitará
tomar decisões e romper, em absoluto, com as posturas enfermiças e destrutivas,
que alimentam as reações negativas em sua existência material.
Unir
a consciência com Deus não é ato místico ou esotérico distanciado das mazelas
humanas, das provas amargas ou das dificuldades da convivência, como ensinam
algumas escolas religiosas e doutrinas filosóficas – muito pelo contrário! É
entender a presença de Deus dentro de Si a ajudá-lo na melhor maneira de
administrar a própria vida na matéria e em todas as relações decorrentes dela –
seja nas relações familiares, entre amigos, nos envolvimentos amorosos,
profissionais, etc.
Quem
distancia-se do mundo para encontrar a Deus não haverá de encontrá-Lo, pois o
Criador está em toda a Sua criação e somente através das várias experiências em
contato com o outro, na qual também Deus é presente, seja nos momentos de
tristeza ou de alegria, nas horas de dor ou de satisfação, é que o Homem,
dentro das limitações que lhe são próprias na dimensão em que concebe o seu
existir, poderá melhor entender essa ligação com o Senhor da Vida, que em todos
os momentos, oportuniza a renovação e a elevação de suas criaturas através de
seus próprios esforços rumo ao Eterno.
Busque,
portanto, sua essência divina e a dilatação de sua própria consciência, tomando
as rédeas de sua vida, cumprindo os deveres que lhe cabe e encontrando o Deus
interno que habita nas profundezas de sua alma a orientar-lhe nos momentos
transitórios, na certeza de que sempre seremos responsáveis por agilizar ou
atrasar nosso processo de evolução.
ZARTHÚ.
Médium:
Eloy Augusto. São Paulo, 05/08/18.
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