domingo, 5 de agosto de 2018

Mensagem de Pai Joaquim de Aruanda



AVISOS IGNORADOS

A gira começava no plano físico.
Muito antes de iniciada as tarefas na matéria, no plano astral intensas atividades se desdobravam em socorro dos médiuns e dos assistidos durante a semana anterior ao dia de trabalho.
Os guardiões cercavam o terreiro a quarteirões de distância, contendo a passagem de vândalos e marginais do astral que intentavam prejudicar a harmonia daqueles que seriam atendidos naquela noite.
Os caboclos de Oxóssi e os boiadeiros mantinham-se a postos, retendo e encaminhando espíritos endurecidos para locais de tratamento e reajuste nas esferas espirituais. Muitos outros companheiros da Vida Maior, comprometidos com o Bem, se esforçavam em atividades várias, preservando a ordem do ambiente extrafísico da casa e dos arredores. O cheiro da defumação impregnara o salão e o soar dos atabaques dava início a mais uma gira de caridade.
- Lorvado seja Nosso Sinhô Jesus Cristo! – afirmou o preto-velho diante da desconfiada senhora que sentava-se à frente do médium em transe. – A fia tá preocupada por demais, num é mermo?! Suncê tá carregando os fardos dos outros nas costas, fia.
- Olha, para ser sincera, eu acho mesmo que foi feito macumba contra mim! Não sei mais o que pensar! Nada dá certo nessa vida! Eu estou cansada...
- Tá cansada, zanfia? Ô fia, suncê não acha que tá na hora de mudar umas coisas não?!
- Mas que coisas? Eu mudei de casa faz tão pouco tempo e os problemas persistem em me perseguir.
- Tá no momento de mudar as posturas, fia! De deixá de reclamá das coisas, dos outros, de suncê merma, qui se cobra tanto, qui fica zi alimentando os pensamento ruim! Se num mudá as coisa no coração fica difícil as coisas em volta zi fica boa...
- Fizeram algo pra mim! Porque não é possível que nada dê certo, que as pessoas se afastem de mim como se eu fosse culpada das coisas...
- Num finzeram macumba pa suncê não, zifia, as pessoa se afasta por causa das suas palavras, das atitude que suncê tem! Ó, fia, o que suncê carece de mudá são as coisas do coração de suncê, dessa mágoa toda que tu tem, dos rancor que suncê guarda, das reclamação que fica dizendo, ê!
A fumaça que se desprendia do cachimbo do preto velho em conjunto com o bioplasma da arruda e guiné formavam uma luminosa nuvem de energias anti-inflamatórias que, envolvendo a mulher, dissipava pesadas energias pardacentas com estrias escuras que estava impregnadas em todo seu campo áurico. Estalando os dedos, na forma de pulsos magnéticos, o pai velho irradiava sua força mental sobre a aura da assistida, expurgando formas parasitárias que a ela se ligavam pelo baixo padrão de ideias.
Ao lado da assistida, sob a supervisão dos pretos velhos e guardiões, que no plano extrafísico acompanhavam o atendimento, haviam quatro entidades profundamente desequilibradas, emanando intensos pensamentos de revolta e ódio sobre a encarnada.
Contrariada, ela respondeu:
- Ah, então quer dizer que não tem nenhum trabalho feito? Então por que minha vida está esse caos? Eu não durmo direito, estou sempre com azia, irritada, exausta! Isso tem que ter uma explicação!
- Mas é que tô dizendo pra vosmecê! O probrema num é trabaio feito, inveja ou quebranto não; o probrema tá sendo a forma que suncê tem encarado a vida, com tanto pessimismo que só atrai coisa ruim! Suncê se alembra de fazer oração, fia?
- Eu faço quando vou na igreja – respondeu ela, com ar de triunfo – Você não sabe que vou semanalmente na missa?
- E oração em seu canzuá, suncê faz? Puquê num dianta ir na missa e não lembrar do Evangelho de Jesus pra dentro do seu lar... Olha fia, muda seus pensamentos! Acredita mais em suncê, seja mais positiva, deixa a vida do outro ser como é, num fica se incomodando com o que os outros tem, fazem ou falam, não! Segue a tua caminhada em paz, fiinha...
- Então é só eu mudar meus pensamentos que tudo melhora? – perguntou ela entre a revolta e a descrença.
- Nosso Sinhô ensinou a amá e perdoá aqueles qui nos fazem mal. Perdoa, fia, perdoa e se liberta dessas mágoa e rancor que tá tirando a sua paz. As coisas na vida de suncê vai melhorá mas isso depende apenas de suncê. Se as coisa tá dando errado, muda a forma de fazer, minha fia. Se tem gente se afastando de vosmecê, será que não é preciso ver o que suncê tem de mudá nas suas atitudes e palavras?
Profundamente incomodada com a conversa, ela balançou a cabeça negativamente:
- Não vim aqui em busca disso! Vim aqui porque quero um trabalho forte para resolver minha vida. Eu tenho como pagar! Você pode ajudar ou não?
- Nego véio vai pedi a Nosso Sinhô pa iluminá a coroa da fia. Mas esse “trabaio forte” que suncê tá querendo fazer num vai resolver nada não, viu? Esse tipo de trabaio nego num faz não! Sem mudança de pensamento, de nada adianta... Deus te abençoe, minha fia! Vai em paz!
A mulher saiu profundamente inconformada com aquilo que ouvira, mesmo reconhecendo que precisava mudar algumas posturas, seu melindre falara mais alto. Não tinha a mínima intenção de mudar o seu jeito de ser. Pela atração mental, as entidades inferiores a seguiram.
Diante do silêncio do médium, ainda em envolvimento energético com o preto velho, aguardando o próximo assistido, o pai velho dirigiu-se, telepaticamente, ao exu que lhe servira em algumas atividades e que acompanhara a rápida conversa.
- Acompanha ela, meu fio, junto da sua banda! Não temos muito o que fazê por ela no atual estado em que se encontra, mas, dentro do nosso alcance, busquemos ajudá-la a entender sua responsabilidade e não se precipitar ainda mais...
- Provavelmente ela vai procurar um lugar que atenda aos seus anseios – redarguiu o exu – Pelas suas inclinações, logo encontrará alguém disposto para fazer esse tipo de feitiçaria infeliz...
- Com certeza, fio, mas a nossa parte compete em inspirar, em ajudá. Os fios que a ela se ligam são alguns dos que ela calunia já há muitos anos e hoje, desencarnados, buscam o acerto de contas... Enquanto ela num mudá o que passa na cabeça dela, é natural que as coisas fica ruim, mas é do livre-arbítrio dela...
- Meu pai, quantos não são alertados e se mantém cegos e surdos?
- É meu fio! Mas vá lá, acompanhe a moça... Tudo tem seu tempo certo e uma hora a semente germina. Laroiye exu!
- Saravá meu pai!
O exu guardião, acompanhado por mais cinco espíritos especializados em tarefas de investigação e guarda, seguiram junto da assistida perturbada e revoltada. Não obstante os avisos e as recomendações, a que ignorara, presa nas próprias ideias, seguiria a rota que seu livre-arbítrio permitisse, daí colhendo os frutos amargos ou saborosos...
- Saravá meu fio! – falou o preto velho pelas cordas vocais do médium, dirigindo-se a novo assistido. – Qui o Cristo te abençoe e ilumine sua coroa! Vamô ao proseadô, ê! ê!...

PAI JOAQUIM DE ARUANDA
Médium: Eloy Augusto. São Paulo. 06/08/18.

Mensagem Consciência Divina, por Zarthú



A CONSCIÊNCIA DIVINA

“Meu Pai e Eu somos Um (...) E respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa Lei: ‘sois deuses?’. Pois a Lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida” – Jesus de Nazaré (Evangelho de São João, Cap. 10, Versículos 34 e 35).

A consciência se dilata. Gradativamente a consciência do Homem se expande e se abre às Verdades Imortais, não obstante a relatividade das verdades que hoje aceita, compreende e expressa através dos sentidos, da realidade-percepção que possui dentro de suas limitações.
O Espírito ascende até Deus e apesar de não ser o próprio Criador, a criatura modifica-se em suas baixas inclinações, oriundas de suas imperfeições morais e da animalidade que ainda faz parte do seu ser, rumando, vida após vida, ao despertamento das potências que traz em germe, pois, o Criador doa algo de si à sua própria criação.
Assim, o Homem caminha, incessantemente, à unificação de sua consciência, de seu Ser, à Existência-Pensamento Divino, pois ensinara o próprio Cristo: “meu Pai e eu somos Um”.
Encarcerado na dimensão física e no plano astral mais próximo à materialidade, o espírito ainda distancia-se dessas verdades sublimes, como que denso demais para transcender sua própria percepção, enlameado por suas próprias criações inferiores e preso ao Karma, às consequências naturais de seus atos que, na grande maioria das vezes, choca-se contra a Lei Divina, a qual carrega em sua própria consciência.
Nas dificuldades terrestres, o Homem se encontra jungido à teia de criações do passado e do presente, como é natural, tecendo a todo instante seu próprio futuro e necessitando, através de experiências retificadoras – especialmente àquelas junto a família – redimir-se, não através do sofrimento como afirmam alguns, pois Deus não nos criara para sofrer, mas para evoluir, pois a redenção encontra-se na transformação das próprias más inclinações e no despertamento das qualidades que torna a criatura cada vez mais próxima do ideal de seu Criador.
As experiências amargas necessitam de um sentido pois ninguém sofre sem causa justa e a Lei de Ação e Reação, através do conhecimento das Reencarnações Sucessivas, permite reflexões profundas acerca das causas do sofrimento – mas, ainda assim, é preciso transcender, é urgente ir além das hipóteses do porquê se sofre ou se passa por determinadas provações ou privações durante a existência material. Sem isso sofre-se sem renovar-se e quem sofre sem extrair da amarga lição um aprendizado, cai nas malhas nebulosas da revolta, ainda mais comprometendo-se sem modificar-se.
Para romper o ciclo de dores que atormenta o Espírito nas repetitivas experiências dolorosas, cabe ao Homem não prender-se à respostas automáticas ante aquilo que lhe atormenta, ainda mais jungindo-se às causas de dor, mas tomar atitudes e ações que o renovem interiormente, elevando-o para mais próximo da Divindade.
Caindo na inércia, ou seja, sem a ação que renova e sem praticar as verdades superiores que o Homem diz compreender, se repetem velhos hábitos religiosos e filosóficos de todos os tempos, inócuos na grande maioria das vezes, pois sem a ação diária, sem as demonstrações vivas da filosofia que se abraça, dificilmente se elevará a criatura ao ideal superior.
Dilatar a consciência ante as aflições que a experiência material proporciona é “ter olhos de ver” que significa encarar as adversidades como momentos transitórios, da qual pode-se aprender muito no exercício da indulgência, do esquecimento e do perdão das ofensas, do fortalecimento das convicções imortais e da fé, da paciência, do amor desinteressado, da compaixão e do esforço no Bem, permitindo-se, mesmo que não seja fácil, buscar o domínio das próprias imperfeições e a renovação interna, aprimorando as qualidades citadas, na certeza de que a vida terá o prisma com que é encarada, diretamente conectada com os pensamentos-ideias que são alimentados pela criatura, a qual, irrevogavelmente, são de sua responsabilidade e lhe definirá a própria situação.
É certo que nada foge da Administração Celeste, pois Deus está ao controle de Tudo e do Todo, porém, na experiência transitória nas dimensões materiais e astrais, o Espírito Humano já goza do livre-arbítrio (de relativa e controlada liberdade) para administrar diminuta parcela dessa Vida Maior, a qual constitui a sua própria vida-existência, não obstante governado por sábias Leis Siderais, a qual dará contas pelo bom ou mau uso que dela fizer.
O Homem, assim, sempre será responsável pelas criações inferiores ou superiores oriundas de seu próprio âmago, no afastamento ou na aproximação do Alto.
A consciência do Homem se expande e se eleva quando tem “ouvidos de ouvir” a voz silenciosa do Criador a lhe inspirar nos graves momentos em que necessitará tomar decisões e romper, em absoluto, com as posturas enfermiças e destrutivas, que alimentam as reações negativas em sua existência material.
Unir a consciência com Deus não é ato místico ou esotérico distanciado das mazelas humanas, das provas amargas ou das dificuldades da convivência, como ensinam algumas escolas religiosas e doutrinas filosóficas – muito pelo contrário! É entender a presença de Deus dentro de Si a ajudá-lo na melhor maneira de administrar a própria vida na matéria e em todas as relações decorrentes dela – seja nas relações familiares, entre amigos, nos envolvimentos amorosos, profissionais, etc.
Quem distancia-se do mundo para encontrar a Deus não haverá de encontrá-Lo, pois o Criador está em toda a Sua criação e somente através das várias experiências em contato com o outro, na qual também Deus é presente, seja nos momentos de tristeza ou de alegria, nas horas de dor ou de satisfação, é que o Homem, dentro das limitações que lhe são próprias na dimensão em que concebe o seu existir, poderá melhor entender essa ligação com o Senhor da Vida, que em todos os momentos, oportuniza a renovação e a elevação de suas criaturas através de seus próprios esforços rumo ao Eterno.
Busque, portanto, sua essência divina e a dilatação de sua própria consciência, tomando as rédeas de sua vida, cumprindo os deveres que lhe cabe e encontrando o Deus interno que habita nas profundezas de sua alma a orientar-lhe nos momentos transitórios, na certeza de que sempre seremos responsáveis por agilizar ou atrasar nosso processo de evolução.

ZARTHÚ.
Médium: Eloy Augusto. São Paulo, 05/08/18.

sábado, 4 de agosto de 2018

Mensagem Persistência, por Exu Tranca Ruas



PERSISTÊNCIA

“Aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor; e o que entre vós quiser ser o primeiro, seja o vosso escravo; assim como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em redenção de muitos” – Jesus de Nazaré (Mateus, Cap. XX, V. 26 ao 28).

Os meus filhos da Terra se esquecem dos ensinamentos do Mestre, a qual, em sua passagem pela matéria, persistira para fazer-se compreensível aos homens, não apenas através de suas palavras, mas principalmente pelos seus atos e pelo seu próprio sacrifício na cruz.
Muitos filhos umbandistas se esquecem da renúncia e da persistência que o trabalho mediúnico vos solicita a fim de verdadeiramente servir ao próximo através das faculdades que a vida vos emprestou...
Nenhum de nós – nos dois planos de existência – está isento de demonstrar a persistência, a renúncia e a perseverança no devotamente certo dos compromissos assumidos perante nossas próprias consciências e perante o Pai Criador, pois, da mesma forma que, para o trabalho mostrar-se proveitoso e produtivo, é indispensável um preparo que antecede os esforços de meus filhos encarnados, e a vós apenas solicitamos que atendam às mínimas exigências para se equilibrarem...
Persistência, meus filhos, também significa vigilância dos próprios pensamentos – pois eles é que criarão as condições que beneficiarão ou atrapalharão as atividades mediúnicas que abraçais e sua sintonia conosco!
As dificuldades fazem parte do caminho, mas cabe aos filhos decidir o que farão perante elas e o quanto se manterão equilibrados, pois, todo atendimento de caridade se desdobra além das horas de gira, estendendo-se noite à dentro, ao que meus filhos também são chamados a cooperar durante o desdobramento, no momento do sono físico!
Observo que uma das principais dificuldades dos médiuns, hoje em dia, é o de permanecer, de persistir em um determinado terreiro, porque ante a menor contrariedade, já querem sair!
A pedra, para criar limo, precisa ficar no mesmo lugar, tanto quanto a planta, para fincar suas raízes no mais profundo do solo e dali extrair os nutrientes vitais para se fortalecer e se desenvolver, tornando-se forte às adversidades naturais, não deve ser removida constantemente, e assim também é com o cavalo de Umbanda, a qual, se verdadeiramente deseja estabelecer profundos vínculos astrais com suas Entidades, precisa ser consciente de sua responsabilidade, guardando consigo a noção de que somente a constância nas tarefas mediúnicas lhe fortalecerá enquanto indivíduo preparado para enfrentar adversidades maiores e assumir maiores compromissos perante o Alto.
Persistam, meus filhos! Não se deixem abalar por problemas de convivência ou dissidência de opiniões no grupo que se encontram, pois os problemas da convivência apenas serão sanados através da convivência!
Observo com tristeza que meus filhos se deixam envolver com muita facilidade pelas malhas sombrias do abatimento e da falta de encanto diante do trabalho abraçado! Cuidado, meus filhos, pois isso é artimanha das trevas para vos afastar do trabalho enobrecedor e caritativo... Somente enxugando as lágrimas alheias é que conseguimos dar um novo significado às nossas próprias dores e saná-las!
Jesus e outros grandes luminares da Espiritualidade persistiram no trabalho que tinham por fazer, triunfaram e nos servem de exemplo...
Se as coisas estão difíceis, tenha certeza que, abandonando o trabalho mediúnico, afastando-se da convivência salutar com os irmãos de corrente, isolando-se do sofrimento humano, furtando-se de servir e ser útil àqueles que estão desequilibrados, você apenas se enfraquecerá e será, cada vez mais, neutralizado por aqueles espíritos que são contrários à sua evolução espiritual!
Persistir no trabalho umbandista é entender que todo pai de santo tem as suas limitações e falhas, mas tem, também, e principalmente, a boa vontade e a responsabilidade que abraçou perante uma comunidade... Colabore com ele! Não seja apenas mais um e evite críticas! Seja elemento ativo em sua corrente!
Persistir no trabalho caritativo é entender que quando deixa-se de ir à gira, você está se privando da oportunidade de consolar os aflitos e mover energias em prol daqueles que precisam se fortalecer... Tenha assiduidade! Acreditem, meus filhos, vocês fazem falta quando faltam!
Persistir no terreiro que vocês escolheram para trabalhar é entender que não existe casa perfeita, que cada templo tem os seus métodos de trabalho! Se você não concorda com algo, por que não respeitar?! Se antes não te incomodava, por que agora incomoda? Reflitam, meus filhos... Toda crítica construtiva é válida e cabe ao pai de santo avaliar, mas cabe a vocês também avaliar se esse incômodo não é uma influência externa...
Nenhuma casa se moldará ao que vocês querem e o que mais vejo é justamente isso: dada a disciplina de determinado templo os filhos acabam saindo por não concordarem, por não aceitarem, por acharem que deve ser diferente, que o seu jeito de ser ou fazer é o melhor... É o orgulho que fala alto! É a prepotência de querer estar sempre certo! Cuidado, meus filhos, muito cuidado! É preferível trabalhar em um templo a qual não se concorda com tudo do que estar inútil, sem trabalhar!
Persistir na tarefa do bem é ser compreensivo com as falhas de filtragem mediúnica do irmão de corrente, que muitas vezes, poderá “passar a mente na frente” no momento do aconselhamento... Todos podem falhar, meus filhos! Isso também faz parte do aprendizado... Todo trabalho, toda transmissão mediúnica é parceria entre encarnado e desencarnado... Seja compreensivo e na hora de expressar-se a respeito (seja com o dirigente, seja com esse irmão ou com quem for) recorde-se da indulgência com que você também quer ser tratado! Na grande maioria das vezes, é melhor guardar o silêncio e a indulgência ante os erros alheios!
Persistir na Umbanda é entender que um terreiro é feito de elementos humanos, de filhos em vários graus de evolução e compreensão – portanto, com opiniões diferentes! Cada um tem o direito de pensar e expressar o que quiser... Às vezes os meus filhos após certo esclarecimento podem, futuramente, ter outras opiniões, mas guardem a sua paz, porque não mudamos a ninguém! Dialogar é importante, mas o conflito de ideias é inútil.
Persistir é buscar ser um médium melhor para suas Entidades, tornando-se uma pessoa melhor em todos os âmbitos possíveis...
Persistir é não deixar-se abalar ante as pedras do caminho e seguir, entendendo o aprendizado que os sofrimentos da vida podem proporcionar, principalmente, o de tornar-vos mais resistentes e persistentes nos objetivos abraçados...
Persistir é entender o seu lugar no terreiro e o que você pode fazer para torná-lo cada vez melhor...
Momentos difíceis existirão, meus filhos, mas também passarão! E somente permanece quem realmente persiste no cumprimento do dever...

EXU TRANCA RUA DAS ALMAS.
Canalizado por Eloy Augusto. SP, 04/08/18.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Camille Flammarion e o Animismo, por Inácio Ferreira



- Galileu quase foi parar na fogueira, não é Doutor? – inquiriu Manoel.

- Sim. Em 1611, ele teve que capitular diante do Tribunal da Inquisição, assinando um documento de que a teoria “heliocêntrica”, que ele aperfeiçoara, era apenas um hipótese. Eu não sei se vocês sabem, mas Chico dizia que Galileu havia reencarnado como Camille Flammarion, célebre astrônomo espírita que, inclusive, colaborou com Kardec na recepção de “A Gênese”.

- Comentamos o assunto posteriormente – redarguiu Paulino.

- Flammarion, então, psicografando a Galileu?...

- Psicografou a “si mesmo”, Domingas – respondi. – Qual é o problema?! O médium também  trabalha com as informações armazenadas em seu subconsciente...

- O médium e o espírito, Doutor – confirmou Odilon – O subconsciente, que, na obra “No Mundo Maior”, de André Luiz, o Instrutor Calderaro chama de “porão da individualidade” é um verdadeiro arquivo – o cérebro, a grosso modo, funciona como se fosse um computador, que possui memória, armazenando, eletronicamente, todas as informações.
O desencarnado, em suas comunicações de natureza mediúnica, igualmente não deixa de acessar o próprio inconsciente.

- André Luiz – falei –, antecipando-se à Ciência, nos apresentou a concepção do “cérebro trino”: Subconsciente, Consciente e Superconsciente! Apenas em 1990, tal teoria seria elaborada pelo neurocientista Paul McLean!

- O livro “No Mundo Maior” foi psicografado em 1947 – pelo menos, é essa a data do prefácio de Emmanuel! – comentou Domingas.

(...) – Flammarion, então, psicografou a si mesmo?! – insistiu a irmã.

- Sem “grilo” nenhum! – gracejei – A mediunidade não é tão pequena quanto tanta gente equivocada anda imaginando por aí...

- Mas – inquiriu Manoel, fazendo o papel de advogado do diabo –, isto não seria animismo, Doutor?...

- Eu gostaria que alguém me dissesse como é que a mediunidade pode existir sem animismo!

LIVRO: NO PRINCÍPIO ERA O VERBO...
CARLOS A. BACELLI/INÁCIO FERREIRA. EDITORA LEEP.
*Grifos do Blog