Jogar a culpa no Sagrado
Por que terceirizamos sempre a
culpa no nosso precioso sagrado?
Talvez seja mais fácil do que
assumir a responsabilidade pelos nossos erros, desacertos ou pela nossa
preguiça ou incompetência.
Muitos irmãos da Umbanda e do
Candomblé mantém uma noção extremamente nociva sobre o seu Sagrado, sempre lhe imputando
a culpa pelos problemas que possuem, uma marca cruel de ignorância e cegueira
espiritual, de fanatismo, fechados num ciclo de ideias tóxicas e vivenciando uma
religião que não os religa, verdadeiramente, à Fé que transforma-nos
interiormente.
Pensam que se deixam, por
exemplo, de cumprir com suas “obrigações” o Orixá irá puni-los, tornando sua
vida infértil, com doenças ou problemas.
Como podemos cultuar um
Sagrado que nos faz mal? Que nos prejudica quando “faltamos” com ele? É
incoerente ao extremo essa visão e denota uma fé cega ou, pior, uma fé baseada
no medo, e também um sistema de trocas deplorável.
Ouvi de um “pai-de-santo” de
Candomblé, certa vez, que “se o filho não der o melhor para o Orixá, o Orixá
nunca lhe dará o melhor”... Quanta ilusão! E nesse comércio que se torna a
religião, muitos caem num sistema de trocas extremamente infeliz com o
espiritual. Será que cultuamos o Orixá por amor? Ou por interesse?
Na Umbanda essas “cobranças”
também existem, pois, muitos pensam que se não fizerem a “oferenda” tal, não
conseguirão aquilo que querem; se não fizerem tal “firmeza”, não terão a
proteção espiritual que anseiam... E muitos ainda acham que os Guias vão
puni-los, que podem lhe fazer algum mal...
Pois digo que o mal está
dentro de cada um de nós e passa da hora de reconhecer que somente nós podemos
mudar as nossas vidas.
Sem uma mudança real de
pensamentos, sentimentos e atitudes, continuaremos num ciclo vicioso de
problemas, sempre atraindo pessoas e situações que ficaram mal resolvidas para
nós e dentro de nós.
Por que, então, sempre jogar a
culpa nos Orixás e nos Guias?
Será que um Guia de Luz,
trabalhador do Bem, realmente nos fará mal? Porque, até onde eu saiba, o
verdadeiro Guia Espiritual não faz e nunca nos fará nenhum tipo de mal.
As “oferendas” e “firmezas”
tem suas funções energéticas, sim, e podem muito nos ajudar em vários sentidos,
mas nenhum ser no Universo fará por nós o que é de nossa inteira
responsabilidade.
Somente com o
autoconhecimento, a disciplina, a reforma íntima, a humildade, o perdão e o
esquecimento das ofensas conseguiremos nos transformar... Sem nos conhecermos a
nós mesmos, as nossas imperfeições, limites, qualidades e defeitos, os pontos
que temos a melhorar, ficará muito difícil a caminhada... Caminharemos perdidos, sempre em busca de
culpados pelos nossos problemas!
Por que então preservar uma
imagem tão ruim da religião que amamos? Se liberte disso! Deus nos fez para
crescermos como Espíritos Imortais que todos somos, para sermos felizes, o que
implica encarar a nós mesmos, assumir a responsabilidade pela vida e sermos,
efetivamente, agentes de mudança, porque é inadmissível continuar nessa ilusão
de que os Guias e os Orixás devem fazer o que nos compete... Ou que nos punirão
por coisas tão pequenas...
Pense, repense e se analise
com sinceridade...
Quem está, de fato, te
punindo? Você mesmo ou fatores externos? Pense com sinceridade e saberá a
resposta! Fica a reflexão...
Eloy Augusto.
(Texto intuído por Pai João de
Mina).
SP. 19/01/2019.
Como sempre sabias palavras do Pai João de Minas, orixás e guias não punem, não ameaçam seus filhos, pedindo oferendas ou obrigações. Cabe a nós, fazermos nossa reflexão, nossa reforma intima, estudar e aprender que Deus não nos criou para sermos espíritos ignorantes, então paremos de culpar a espiritualidade por coisas que competem a nós encarnados. Parabéns mais uma vez meu filho pelo texto maravilhoso que pode canalizar pelo Pai João.
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