Caminho na Umbanda
Cada
consciência se transforma e se dilata ao abrir-se a novas formas de compreensão
da Vida, em mudança constante e progressista, rumo ao Infinito que é Deus.
Dessa
maneira, a cada rito propiciatório de abertura de consciência e de conexão com
o Divino, o Espírito Imortal, ora encarcerado na matéria, realimenta-se da
Fonte inesgotável do Criador, d’Ela recebendo os eflúvios vitais e benéficos,
que transformando-o, lentamente, e de dentro pra fora, vão despertando-o para a
sua Essência Divina e Imperecível, despertando no ser encarnado a Partícula
Divina existente nas profundezas do Eu e modificando-o para a sua ascensão
espiritual.
O
Homem, assim, passa a despertar seus potenciais divinos e aspira, a cada passo,
reintegrar-se com o Todo Cósmico, que é o Pai-Mãe da Criação.
A
Umbanda, através dos seus variados e vastos ritos, plurais de conformidade com
cada casa, região ou vertente, ajuda o homem nessa reintegração cósmica e
consciencial, desde que, valorizando a bendita oportunidade, esteja disposto e
engajado a enfrentar as batalhas íntimas, na mudança de si mesmo e na elevação
de seu Espírito.
Cada
rito – desde a simples defumação até as consagrações iniciáticas que a Umbanda
oferece – buscam essa comunhão com o Criador, fazendo o espírito encarnado
esquecer-se, temporariamente, das mazelas do cotidiano e dos embates na
matéria, para se reintegrar na verdadeira vida – a Vida Espiritual.
Busquemos,
dessa forma, ir além do senso comum sobre os Ritos, observando os pontos
ocultos de nossa mente a serem transformados em contato com eles, a fim de
penetrarmos a nossa Herança Divina, que nos pede, a cada momento, maior
integração e vivência com a Causa Primária de Todas as Coisas, manifestando as
potencialidades divinas nas vidas daqueles que compartilham conosco a
caminhada, em luminosas expressões do amor, da fraternidade e da caridade.
Os
ritos, além da forma, são mecanismos de profunda modificação do consciente e do
inconsciente – individual e coletivo – apaziguando as chagas psíquicas dessa e
de outras encarnações, pois, em sua simplicidade, guardam profundos mecanismos
de fortalecimento do Homem e do seu equilíbrio psicofísico, unindo-o com Seu
Criador, através das forças naturais a serem movimentadas (as forças elementais
do fogo, da água, da terra e do ar), enquanto manifestações do Todo Poderoso,
tornando-o agente de transformação de sua própria existência, como de outras.
O
amaci (banho de ervas) recoloca a Consciência – Ori, Coroa – em sintonia com
essa Essência – por muitos, chamado e conhecido como Orixás – reajustando-o em
harmonia com a Partícula Celeste que jaz no fundo de sua alma e que lhe
originou, desde sua mônada.
Os
pontos cantados, afora o seu significado espiritual profundo e a magia
desempenhada, restabelecem nos painéis da mente, da memória ancestral do
indivíduo, a recordação das paragens espirituais pelo qual os Homens
transitaram, evocando a saudade do lar que se ama e se espera, novamente,
alcançar.
Dentre
outros exemplos, podemos nos recordar, igualmente, das “flores de Obaluaiyê” –
as pipocas – que se transformam de dentro pra fora, recordando aos filhos
encarnados que a verdadeira e definitiva transformação começará sempre dentro
de vossos corações e consciências.
A
Umbanda é mecanismo da Lei de Deus, como bem sabeis; é instrumento de caridade
e de retificação kármica, mas, igualmente, é instrumento de elevação do
Espírito Humano, operando nos níveis mais profundos da psique humana.
Aproveitemos,
portanto, toda oportunidade de servir; aproveitem, meus filhos, a oportunidade
e a experiência bendita que a Umbanda vos enseja, na presente encarnação.
Que
o Cristo, Senhor do Mundo e Dirigente dessa Lei Suprema – Aumbandhan – Oxalá,
nosso Pai, vos abençoe e ilumine na caminhada.
Zarthú.
Canalizado por: Eloy Augusto.
São Paulo/SP. 27/06/2020.